Fábrica de Santo Antônio do Porto

Fábrica de Santo Antônio do Porto
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Fundação
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Localização
Localização

A Fábrica de Louça de Santo Antônio de Vale de Piedade (ou Fábrica de Santo Antônio do Porto) foi uma empresa de produção de peças cerâmicas fundada na quinta de Vale Piedade, em Vila Nova de Gaia (Portugal), em 1784, pelo genovês Jerónimo Rossi, vice-cônsul da Sardenha no Porto, que já possuía uma manufatura têxtil em Massarelos. Encerrou as atividades em 1930.[1][2]

História

O período em que a Fábrica de Santo António de Vale da Piedade foi um de grande desenvolvimento industrial em Portugal como um todo, com grandes exportações para a América. Além disso, um alvará régio de 1770 proibiu a entrada de qualquer tipo de louça que não fosse provinda da India e da China via navios portugueses e isentou as fábricas de louça de direitos por saída. No início do Século XIX, passou pelas invasões francesas e pela consequente abertura dos mercados nacional e ultramarino portugueses aos produtos ingleses.[1][2]

Em 1821, o fundador, Jerónimo Rossi morreu e a Fábrica passou para as mãos de suas filhas, que recebem renovação do alvará de funcionamento em 1825. Entre 1925 e 1833, esteve sob direção de Francisco da Rocha Soares, de Miragaia. Em 1852, era de João de Araújo Lima (falecido em 1861), que a passou para seu cunhado João do Rio, que a administrou até 1886 e introduziu tecnologias para a produção de ornamentação em relevo para interiores e exteriores. A Fábrica foi extinta em 1930.[1][2]

Os proprietários, gerentes e arrendatários da Fábrica ao longo do tempo foram:[1][2]

  • 1784-1821 - Jerónimo Rossi
  • 1813-1835 - Joana Rossi (filhas de Jerónimo Rossi)
  • 1825-1833 - Francisco da Rocha Soares
  • 1830 - Francisco de Sousa Galvão
  • 1830-1835 - Francisco da Rocha Soares, Filho
  • 1830-1835 - João da Rocha e Sousa
  • 1834-1840 - Bonifácio José de Faria e Costa
  • 1834-1861 - João de Araújo Lima
  • 1835-1846 - Joaquim Augusto Kopke, Barão de Massarelos
  • 1861 - Francisco Gomes Pereira
  • 1861-1865 - José Lopes dos Rios
  • 1861-1883 - João do Rio Júnior
  • 1876-1883 - Manuel Alves Ferreira Pinto
  • 1883 - António Monteiro de Castro Portugal
  • 1883-1886 - Aloísio Augusto de Seabra
  • 1883-1886 - Augusto Leite da Silva Guimarães
  • 1886-1888 - João do Rio Júnior
  • 1888-1930 - António José da Silva
  • 1897-1910 - Remígio José Ribeiro da Silva

As exportações foram enviadas para o mercado interno e externo português: internamente, Viana (1823-1826), Faro (1886), Figueira da Foz (1886), Setúbal (1886) e Vila Real de Santo António (1886); externamente, Brasil (1791-1887), Uruguai (1865-1875), Inglaterra (1875-1899), Estados Unidos da América (1884). Sendo os principais produtos: "urinóis (52%), telhas (27%), calhandros (6%) e azulejos (6%), tigelas (3%) e vasos (3%), bacios (2%), pratos (1%) e balaústres (1%)".[1]

Importância histórica

A Fábrica de Santo António de Vale da Piedade foi

uma das quatro grandes fábricas de loiça fina, bastantes a proverem uma grande parte do Reino e das suas conquistas.[1]

Vários dos objetos fabricados por ela estão guardados em coleções históricas públicas e privadas, dentre eles:[1]

Um conjunto de cinco itens produzidos pela Fábrica de Santo Antônio do Porto e exportado para a cidade de Cachoeira, no interior da Bahia, Brasil, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Brasil em 1939, por sua importância como forma de Artes Aplicadas, sob o título Bens Móveis da Fábrica de Santo Antônio do Porto. O tombamento recai sobre cinco jarras de louça produzidas na antiga Fábrica de Santo Antônio do Porto, que adornam o exterior de uma residência.[4][5]

Referências

  1. a b c d e f g Laura Cristina Peixoto de Sousa. A Fábrica de Louça de Santo António de Vale de Piedade, em Gaia: arquitetura, espaços e produção semi-industrial oitocentista. 2013.
  2. a b c d «Leilão em 13/6/2023». LeilõesBR. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  3. Andrade, Maria (27 de novembro de 2014). «Arte, livros e velharias: O Museu do Açude e a Fábrica de Santo António, Porto». Arte, livros e velharias. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  4. «Cachoeira – Bens Móveis da Fábrica de Santo Antônio do Porto | ipatrimônio». Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  5. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 28 de dezembro de 2023 

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