Mapa do Recife em 1733. A Fortaleza da Madre de Deus ("Q") localiza-se no canto inferior direito da imagem. Note a forma semicircular da muralha do forte.
Matos foi um mestre de obras e empresário português que teve um papel relevante na reconstrução da cidade após a capitulação dos holandeses (26 de janeiro de 1654), custeando muitas obras às próprias expensas.
Esta fortificação foi o único empreendimento de Matos na arquitetura militar e valeu-lhe a patente de capitão e um soldo.[2] Após ter construído o forte para o governo, utilizou o restante do terreno para a construção de casas de sua propriedade.[3]
O historiador José António Gonsalves de Mello, entretanto, refere que as modificações provocadas pelos aterros feitos para a sua construção começaram a assorear o porto do Recife e que, após muitas polémicas, nos últimos meses de 1727 e princípios de 1728, o forte foi demolido e as suas pedras reaproveitadas para a expansão do porto.[4]
Em 2003, durante trabalhos para a construção de um edifício de estacionamentos do Paço da Alfândega, foram identificadas partes da antiga fortificação. Os trabalhos de prospecção arqueológica, a cargo de uma equipe da Universidade Federal de Pernambuco e da ONG Ouricuri identificaram as bases de um portal e de parte da parede norte do forte, de traçado retilíneo, onde se rasgava a entrada da fortificação. Havia a intenção, à época, de preservar e integrar os achados arqueológicos ao "Memorial Maurício de Nassau" no piso térreo do estacionamento.[3]
Características
A fortificação apresentava planta semicircular pelo lado da água (face sul) - acompanhando os limites entre o aterro e o rio Capibaribe -,e dois semi-baluartes pelo lado de terra defendendo o portão de armas.
Internamente, no terrapleno, erguiam-se as edificações de serviço.