A Formação Ponta Grossa é uma formação geológica da Bacia do Paraná, pertencente à Supersequência Paraná, e possui idade Devoniana. Ela é constituída principalmente por rochas argilosas denominadas folhelhos e, além de ser rica em fósseis, é uma das formações potenciais geradoras de petróleo da bacia. Secundariamente a Formação Ponta Grossa é formada por arenitos sílticos. As rochas desta formação afloram desde a divisa do estado do Paraná com o estado de São Paulo, a nordeste de Ponta Grossa, até próximo da cidade da Lapa, também no Paraná e a sudeste de Ponta Grossa.[1]
Denominação e subdivisão
O nome Ponta Grossa foi dado para esta formação em 1912 pelo geólogo Eusébio Paulo de Oliveira, ao estudá-la na cidade de Ponta Grossa, estado do Paraná, onde ocorrem afloramentos de camadas de folhelhos muito fossilíferos. Na época ele a chamou de Schistos de Ponta Grossa, sendo “schisto” uma antiga denominação para folhelho. Além disto ele também introduziu o termo grés de Tibagy, para uma camada de arenitos que ocorre na porção mediana da Formação Ponta Grossa, sendo “grés” uma antiga denominação para arenito.[2] Em 1947, o geólogo Reinhard Maack definiu uma outra unidade, a que denominou de “Folhelhos São Domingos”.[3] Em 1948, o geólogo Setembrino Petri propôs o nome Formação Ponta Grossa, como uma unidade litoestratigráfica, para estas rochas.[4] Atualmente a Formação Ponta Grossa é subdividida em três membros, da base para o topo, os folhelhos do Membro São Domingos, os arenitos do Membro Tibagi e, finalmente, os folhelhos do Membro Jaguariaíva, que recobrem o Membro Tibagi.[1]
Conteúdo fossilífero
A Formação Ponta Grossa é uma das formações geológicas mais ricas em fósseis marinhos devonianos. Entre os fósseis de animais encontrados nesta formação predominam os invertebrados como braquiópodos, trilobitas, anelídeos e equinodermos, além de moluscos biválvios e gastrópodes.[1]
Potencial gerador de petróleo
A Formação Ponta Grossa é uma das duas formações identificadas na Bacia do Paraná com potencial para gerar petróleo, sendo a outra a Formação Irati. Os folhelhos negros da Formação Ponta Grossa tem potencial de qualidade média a razoável, com teor de carbono orgânico total médio na faixa de um por cento e máximo de cerca de quatro por cento e potencial gerador de 6 kg HC/ton rocha.[5]
Ver também
Referências
- ↑ a b c Milani, E. J.; Melo, J. H. G., Souza, P. A.; Fernandes, L. A. E França, A. B., 2007 – Bacia do Paraná. In: Cartas Estratigráficas - Boletim de Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 265-287, mai/Nov. 2007
- ↑ Oliveira, E. P. (1912) O Terreno Devoniano do Sul do Brasil. Annaes da Escola de Minas de Ouro Preto. Ouro Preto, MG, Brasil, Vol. 14: pp. 31-41.
- ↑ Maack, R. (1947) Breves notícias sobre a Geologia dos estados do Paraná e Santa Catarina. IN: Arquivos de Biologia e Tecnologia, Curitiba, vol. 2, pp. 63-154.
- ↑ Petri, S., 1948 - Contribuição ao estudo do Devoniano paranaense. Boletim da Divisão de Geologia e Mineralogia. Rio de Janeiro, Brasil, 125pg.
- ↑ Milani, E.J.; França, A. B.; Medeiros, R. Á. novembro de 2006 e maio de 2007. «Roteiros Geológicos, Rochas geradoras e rochas-reservatório da Bacia do Paraná». Rio de Janeiro: Petrobras. Boletim de Geociências da Petrobras. 15 (1): 135–162