Fernanda Melchionna e Silva (Alegrete, 2 de fevereiro de 1984) é uma bibliotecária, bancária e política brasileira filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Atualmente exerce seu segundo mandato de deputada federal pelo Rio Grande do Sul.[1] Fernanda divergiu do governo Bolsonaro 82% das vezes nas votações da câmara.[2]
Carreira política
Fernanda Melchionna começou a se interessar por política desde jovem; aos treze anos, participou dos protestos contra as privatizações realizadas pelos governos de Antônio Britto e Fernando Henrique Cardoso.[3] De volta a Alegrete, participou, ao lado do pai, Raul Silva da Silva, da implementação do Partido dos Trabalhadores (PT).[3][4]
Trabalhou como bancária no Banrisul[4], cargo do qual está licenciada para atuar na política.[5] Foi aprovada no vestibular para o curso de biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)[6], atuando no diretório acadêmico e no Diretório Central de Estudantes.[3][4] Durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência, decidiu sair do PT, em razão de decepção com o partido.[4] Próxima de Luciana Genro, participou da fundação do PSOL, em 2005.[3][4]
Vereadora
Identificada com movimentos sociais, na sua primeira candidatura a cargos eletivos, no pleito de 2008, Fernanda elegeu-se vereadora, com 2.984 votos.[4] Em 2012, se elegeu novamente, recebendo 7.214 votos, a melhor marca entre as mulheres eleitas.[7] Na eleição municipal de Porto Alegre em 2016, Fernanda novamente ao cargo de vereadora, tendo obtido 14.630 votos, a maior votação do pleito para vereador.[8][6][3]
Como vereadora, destacou-se defendendo pautas ligadas ao transporte coletivo, como a redução de tarifa de ônibus, o passe livre e a melhoria do serviço, e aos direitos humanos.[3] Em parceria com o vereador Pedro Ruas, também do PSOL, foi a autora do projeto que rebatizou a Avenida Presidente Castelo Branco como Avenida da Legalidade e da Democracia.[3] Presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal em 2013.[4]
Deputada federal
Fernanda concorreu pelo PSOL ao cargo de deputada federal pelo Rio Grande do Sul nas eleições estaduais de 2018, sendo eleita com 114.302 votos[9], a maior votação entre as mulheres eleitas.[10] Em abril de 2019, tomou posse no Parlamento do Mercosul.[11] Melchionna foi confirmada pré-candidata pelo PSOL em novembro de 2019 em reunião ampliada da executiva municipal.[12] Entre fevereiro e agosto de 2020, foi a líder da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados[13][14] Em junho de 2020, o PSOL anunciou o ex-árbitro de futebol Márcio Chagas da Silva como vice na sua chapa à prefeitura.[15] A decisão de concorrer foi tomada depois que PCdoB, PT e PSOL não tiveram êxito na formação de uma frente ampla de esquerda, defendida por Melchionna.[16][17] Segundo a deputada, ela propôs a realização de prévias entre os três partidos em Porto Alegre, mas as duas outras legendas rechaçaram a proposta.[18] Fernanda terminou a eleição em quinto lugar.
Em seu mandato na Câmara, Fernanda cronologicamente votou contra a MP 867 (que segundo ambientalistas alteraria o Código Florestal anistiando desmatadores);[19] a favor de criminalizar responsáveis por rompimento de barragens;[20] contra a PEC da Reforma da Previdência e a favor de excluir os professores nas regras da mesma;[20] contra a MP da Liberdade Econômica;[20] contra Alteração no Fundo Eleitoral;[20] contra aumento do Fundo Partidário;[21] contra cobrança de bagagem por companhias aéreas;[20] contra o PL 3723 que regulamenta a prática de atiradores e caçadores;[20] a favor do "Pacote Anti-crime" de Sergio Moro;[20] contra o Novo Marco Legal do Saneamento;[20] contra redução do Fundo Eleitoral;[20] a favor da suspensão do mandato do deputado Wilson Santiago (PTB/PB), acusado de corrupção;[20] a favor de ajuda financeira aos estados durante a pandemia de COVID-19;[20] contra o Contrato Verde e Amarelo;[20] contra a MP 910 (conhecida como MP da Grilagem);[22] contra a flexibilização de regras trabalhistas durante a pandemia;[20] contra o congelamento do salário dos servidores;[20] contra a anistia da dívida das igrejas;[23] a favor da convocação de uma Convenção Interamericana contra o Racismo;[20] duas vezes contra destinar verbas do novo FUNDEB para escolas ligadas às igrejas;[24][25] contra a autonomia do Banco Central;[20] a favor da manutenção da prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL/RJ);[20] contra a validação da PEC da Imunidade Parlamentar;[26] contra a PEC Emergencial (que trata do retorno do auxílio emergencial por mais três meses e com valor mais baixo);[20] contra permitir que empresas possam comprar vacinas da COVID-19 sem doar ao SUS;[20] contra classificar a educação como "serviço essencial" (possibilitando o retorno das aulas presenciais durante a pandemia);[27] contra acabar com o Licenciamento Ambiental para diversas atividades;[20] a favor da suspensão de despejos durante a pandemia[20] e contra a privatização da Eletrobras.[20]
Nas eleições estaduais de 2022 foi reeleita pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), deputado federal à uma cadeira na Câmara dos Deputados para a 57.ª legislatura (2023 — 2027) com 199.894 votos.[28]
Desempenho eleitoral
Ano
|
Eleição
|
Cargo
|
Partido
|
Coligação
|
Suplentes
|
Votos
|
%
|
Resultado
|
Nota
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2008
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Municipal de Porto Alegre
|
Vereadora
|
PSOL
|
sem coligação proporcional
|
Lúcio Barcelos (PSOL) Emerson Dutra (PSOL)
|
2.984 votos
|
0,49%
|
Eleita
|
35ª pessoa mais votada 2ª na coligação.
|
2012
|
Municipal de Porto Alegre
|
sem coligação proporcional
|
Alex Fraga (PSOL) João Ezequiel (PSOL)
|
7.214 votos
|
1,09%
|
Reeleita
|
18ª pessoa mais votada 2ª na coligação.
|
2014
|
Estadual do Rio Grande do Sul
|
Deputada estadual
|
PSOL / PSTU
|
|
23.310 votos
|
0,42%
|
Suplente
|
81ª pessoa mais votada 3ª na coligação.
|
2016
|
Municipal de Porto Alegre
|
Vereadora
|
PSOL / PCB / PPL
|
Karen Santos (PSOL) Marcelo Rocha (PSOL)
|
14.630 votos
|
2,35%
|
Reeleita
|
A pessoa mais votada.
|
2018
|
Estadual do Rio Grande do Sul
|
Deputada federal
|
PSOL / PCB
|
Karen Santos (PSOL) Fernanda Miranda (PSOL)
|
114.302 votos
|
2,08%
|
Eleita
|
8ª pessoa mais votada a mulher mais votada.
|
2020
|
Municipal de Porto Alegre
|
Prefeita
|
PSOL / PCB / UP
|
Márcio Chagas (PSOL)
Vice-prefeito
|
27.994 votos
|
4,34%
|
Não eleita
|
5º lugar.
|
2022
|
Estadual do Rio Grande do Sul
|
Deputada federal
|
Federação PSOL REDE
|
Jurandir Silva (PSOL) Humberto Matos (PSOL)
|
199.894 votos
|
3,24%
|
Reeleita
|
4ª pessoa mais votada a mulher mais votada
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Condecorações
Referências
Ligações externas
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| Titulares e suplentes em exercício | |
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Suplentes que exerceram mandato | |
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