A torre original e edifícios anexos encontram-se em ruínas em resultado do Sismo de 9 de Julho de 1998.
Actualmente, nas proximidades da torre original, está activo um farolim, instalado numa coluna metálica, branca, com 5 metros de altura.[1][3]
História
O Farol original consiste numa torre quadrangular de alvenaria forrada de azulejo branco com 14 metros de altura. Tem anexo um edifício de um pavimento, que servia para habitação dos faroleiros.[4] Começou a ser construído em Maio de 1915, tendo sido inaugurado em 1 de Novembro de 1919. Em resultado do sismo de 1998, tanto a torre como os edifícios anexos sofreram graves danos, que levaram à sua desactivação. O sismo teve origem numa falha tectónica submarina, a cerca de 5 km da Ponta da Ribeirinha, tendo o seu epicentro a cerca de 16 Km a NNE da cidade da Horta, com magnitude 5,8 na escala de Richter e com intensidade máxima de VIII (Escala de Mercalli Modificada).[5][6]
Em sua substituição, foi montada em 1999 uma lanterna ML de 300 mm numa coluna cilíndrica de ferro galvanizado com 25,4 cm de diâmetro e 5 metros de altura. Possui uma lâmpada de 12V / 50W, alimentada a energia solar, que lhe garante um alcance de 12 milhas náuticas, apresentando uma luz característica de grupos de três relâmpagos brancos, com um período de 20 segundos.
Previa-se então a demolição da torre original,[2] o que não se veio a concretizar, graças a acção da Liga dos Amigos do Farol que em 2001 apresentou um abaixo-assinado com o objectivo preservar o património e reconstruir o farol, para que se pudesse restituir a dignidade a um marco importante da história da freguesia e da ilha. Pretende-se criar na Ribeirinha um espaço digno para expor a lanterna e a respetiva ótica de cristal.[7] Algumas peças mais antigas deste farol foram confiadas à Casa do Povo da Ribeirinha, onde podem ser visitadas.
Dados cronológicos
1883 - O Plano Geral de Alumiamentos e Balizagem, previa já a instalação de um farol de 4ª ordem
1891 - De novo era defendida a instalação de um farol de 4ª ou 5ª ordem pelo conselheiro Almeida de Ávila
1902 - Uma comissão voltava a defender a construção do farol, desta vez de 6ª ordem
1919 - 1 de Novembro, entrada em funcionamento da torre inicial, com fonte de luz proveniente de um bico de nível constante com um alcance de 28 milhas náuticas
1937 - Passou a usar o sistema de incandescência por vapor de petróleo, atingindo um alcance de 34 milhas náuticas
1958 - Electrificado com grupos de geradores electrogéneos, e lâmpada de 3 000 W
1973 - 23 de Novembro, abalos sísmicos[5] provocaram danos, posteriormente reparados; a lâmpada era então de 1 000 W com um alcance de 28 milhas náuticas
1998 - 9 de Julho, farol muito danificado por abalo sísmico,[6] o que causou a sua inoperabilidade[1]
1999 - Aviso de demolição definitiva do farol e substituição pelo novo farolim[2]
2001 - Abaixo-assinado da Liga dos Amigos do Farol a favor da reconstrução do Farol da Ribeirinha[7]
2007 - Criação da associação Amigos do Farol da Ribeirinha[8]
2009 - Intervenção de remoção de entulhos para garantir melhores condições de segurança[9]
2017 -Recentemente e na sequência de todas a diligências que foram desenvolvidos inicialmente por a Junta de Freguesia, contando com várias parcerias que resultaram numa proposta de intervenção para o farol da Ribeirinha. Liderada pela Direcção Regional da Cultura, foi apresentada uma proposta de intervenção a 19 de Maio de2017, que visa requalificar a ruína consolidando primeiro o muro, e toda a estruturas e torre instalando uma escada técnica e posteriormente um farolim automático, esta intervenção vai culminar com a construção dos módulos de museologia e elaboração de conteúdos. Os quatro módulos terão quatro temáticas; Importância – porto da Horta, navegação e sinalização. História pré sismo - construção e funcionamento. Sismo de 1998 – descrição e explicitação da reconstrução. História pós sismo – faróis na atualidade – museografia e funcionalidade.
Outras informações
Outras designações: Farol da Ribeirinha, Farolim da Ribeirinha
↑ ab«Ponta da Ribeirnha». NGA List of Lights - Pub. 113 - Aid No. 23344 (em inglês). NGA - National Geospatial-Intelligence Agency. 26 de setembro de 2009. Consultado em 31 de agosto de 2010
↑ abRuss Rowlett (26 de março de 2009). «Ribeirinha» (em inglês). The Lighthouse Directory. Consultado em 3 de Dezembro de 2009
↑«O Nosso Farol». Junta de Freguesia da Ribeirinha. 6 de Novembro de 2007. Consultado em 3 de Dezembro de 2009. Arquivado do original em 27 de março de 2008
Aguilar, J. Teixeira de, 1945-; Nascimento, José Carlos Nascimento, fotogr.; Santandreu, Roberto, 1948-, fotogr. (2005). Onde a Terra Acaba. História dos Faróis Portugueses 2ª ed. Lisboa: Pandora. 324 páginas. ISBN972-8247-03-6 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
Portugal. Ministério da Marinha. Direcção de Faróis (2005). Faróis de Portugal 2ª ed. Lisboa: Ciência Viva. 110 páginas. ISBN972-97805-9-5
FURTADO. Eduardo Carvalho Vieira. Guardiães do Mar dos Açores: uma viagem pelas ilhas do Atlântico. s.l.: s.e., 2005. 298p. mapas, fotos. ISBN 972-9060-47-9
Faial, Açores: Guia do Património Cultural. Edição Atlantic View – Actividades Turísticas, Lda., 2003. ISBN 972-96057-1-8 p. 70.