Na mitologia grega, Euforbo (em grego: Εύφορβος), filho de Pântoo, participou da Guerra de Troia, combatendo pelo lado troiano.[1]
Foi ele quem deu o primeiro golpe em Pátroclo, que foi, em seguida, morto por Heitor.[2][3] Ájax, o Grande, atacou Heitor, e recuperou o corpo de Pátroclo, enquanto que Menelau e o outro Ájax atacaram e mataram Euforbo.[2]
Segundo Higino, houve vários combates singulares durante a Guerra; Euforbo lutou contra Menelau, e foi morto por ele.[4]
Euforbo reencarnou em Pitágoras, que se lembrava de ter sido Euforbo[4][5] e que sua alma havia passado por vários corpos.[4] Pitágoras se lembrava da ferida que recebera no peito da lança do filho mais novo de Atreu, e havia reconhecido o escudo que ele carregava no braço esquerdo, e que, à sua época, estava como um troféu no templo de Juno em Argos.[6] Este escudo ainda se encontrava no templo de Hera até a época de Pausânias,[7] mais de mil anos depois da Guerra de Troia e seiscentos anos depois da época de Pitágoras.
O humorista Luciano de Samósata faz referência a esta história: quando Menipo, no Hades, encontra Pitágoras, ele o saúda como Euforbo e como Apolo.[8]
Também o escritor Jorge Luis Borges referencia o episódio em seu conto A loteria em Babilônia, comparando-se o narrador a Pitágoras em número de vicissitudes guardadas na memória (ainda que, no caso do narrador, não se trate de memórias de vidas passadas).[9]
Referências
- ↑ Homero, Ilíada, Livro 17, 44-60
- ↑ a b Díctis de Creta, Ephemeridos belli Troiani, Livro III, 10
- ↑ Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, Epítome, 4.6
- ↑ a b c Higino, Fabulae, CXII, Combatentes desafiantes e seus adversários
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro X, 6.1
- ↑ Ovídio, Metamorfoses, Livro XV, 153-175
- ↑ Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 2.17.3
- ↑ Luciano de Samósata, Diálogos dos Mortos, Menippus e Éaco
- ↑ Borges, Jorge Luis, Ficciones, 1944