A estação situa-se em frente ao Largo 28 de Maio, na localidade de São Martinho do Porto.[5] A via férrea circula pela concha de São Martinho, a norte das Caldas da Rainha.[6]
Caraterização física
Em dados oficiais de Janeiro de 2011, contava com três vias de circulação, com 498, 493 e 276 m de comprimento; as respectivas plataformas apresentavam 214, 209 e 197 m de extensão, e 40, 50 e 45 cm de altura.[7] O edifício de passageiros situa-se do lado nascente da via (lado direito do sentido ascendente, a Figueira da Foz).[8][9]
Em Janeiro de 1880, foi feito um contrato entre a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses e o governo, para construir uma via férrea entre a Lisboa-Santa Apolónia e Pombal, com um percurso ao longo da região Oeste, incluindo São Martinho do Porto.[15] Este plano não chegou a avançar devido à queda do governo, pelo que em 31 de Janeiro de 1882 foi feita uma proposta semelhante, mas terminando na Figueira da Foz e com um ramal para Alfarelos, passando por São Martinho do Porto.[15] A povoação era um dos maiores destinos balneares na região, junto com a Nazaré, sendo considerada como uma das principais bases para o estabelecimento da linha férrea ao longo da costa.[16]
Em 1934, esta estação estava incluída num programa da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que estabelecia preços mais baixos para estações que serviam destinos balneares e termais.[18] No ano seguinte, a Companhia construiu as instalações para a quinta Secção de Via e Obras, nesta estação.[19]
Em 1961, esta interface dispunha de serviços de bagagens e passageiros, da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[20] Em termos de passageiros, era uma das estações com mais movimento na região em 1958, com picos de tráfego durante as épocas balnear, do Natal, e da Páscoa.[21] Em termos de mercadorias, a estação atingia apenas uma mediana importância em termos regionais, exportando principalmente, no regime de vagão completo em pequena velocidade, trigo e gado bovino, enquanto no de grande velocidade as mercadorias eram frutas verdes, legumes e hortaliças verdes.[22]
Nos finais do ano 2000, a Rede Ferroviária Nacional reduziu o número de funcionários em São Martinho do Porto e noutras estações da Linha do Oeste, levando a grandes restrições nos horários de funcionamento.[23] Esta medida foi fortemente contestada pelos habitantes locais, que organizaram um baixo-assinado, tendo a Junta de Freguesia sido forçada a recrutar pessoal, de modo a manter as portas abertas durante o restante período de funcionamento da estação.[23]
↑Aviso da Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, sobre um comboio especial entre as Caldas da Rainha e São Martinho do Porto, por ocasião de festejos nocturnos naquela povoação. Esta estação surge com o nome original, São Martinho.
↑«Viagens e Transportes»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1115). 1 de Junho de 1934. p. 297. Consultado em 3 de Junho de 2014
↑«Os Nossos Caminhos de Ferro em 1935»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1154). 16 de Janeiro de 1936. p. 52-55. Consultado em 3 de Junho de 2014
↑ abSEQUEIRA, Manuel (3 de Dezembro de 2000). «REFER mantém as portas fechadas». Público. Ano 11 (3913). Lisboa: Público, Comunicação Social, S. A. p. 53
Bibliografia
GONÇALVES, Eunice; et al. (1993). Terra de Águas: Caldas da Rainha, História e Cultura 1.ª ed. Caldas da Rainha: Câmara Municipal de Caldas da Rainha. 527 páginas
SERRÃO, Joaquim Veríssimo (Março de 1986). História de Portugal: O Terceiro Liberalismo (1851-1890). Volume 9 de 19. Lisboa: Verbo. 423 páginas
SILVA, Carlos; ALARCÃO, Alberto; CARDOSO, António, Óbidos e Peniche (1961). A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros. Estudo económico-agrícola dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Caldas da Rainha. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 767 páginas