Na política dos Estados Unidos, os termos "estado vermelho" e "estado azul" ("red state" e "blue state", em inglês, respectivamente) identificam os estados que votam consistentemente no mesmo partido político — os estados vermelhos votam no Partido Republicano, enquanto os estados azuis votam no Partido Democrata.[1][2] Em oposição, os estados que não possuem uma tendência clara ou constante são chamados de estados-pêndulos ou "estados roxos". A identificação por cores dos partidos é relativamente recente, em geral atribuída à cobertura midiática da eleição de 2000.
Na realidade, todos os estados contêm um número considerável de eleitores de ambos os lados do espectro político (ou seja, são "roxos"), mas como a maioria dos estados utiliza um sistema de eleição majoritário (atualmente excepcionando-se o Maine e Nebraska),[3] o candidato vencedor leva todos os delegados daquele estado no colégio eleitoral, não importando a proporção do voto popular, determinando-o então como azul ou vermelho no mapa eleitoral.[4] A percepção de alguns estados como "azuis" e outros como "vermelhos" foi reforçada por um grau de estabilidade partidária entre eleições — da eleição presidencial de 2016 à eleição de 2020, apenas cinco estados mudaram de "cor"; e em 2020, 35 dos 50 estados haviam votado no mesmo partido em todas as eleições presidenciais desde que a terminologia vermelho-azul se popularizou em 2000.
Vermelho e azul são as cores da bandeira dos Estados Unidos e já eram anteriormente usadas para representar os partidos, mas as cores não eram fixas e alternavam entre eleições. Em geral, havia uma tendência a associar os republicanos com o azul, já que era a cor dos uniformes da União durante a Guerra Civil.[5] O primeiro mapa eleitoral televisivo foi apresentado na NBC durante a eleição de 1976, no qual o azul simbolizava os estados ganhos pelo incumbente, o republicando Gerald Ford, e os vermelhos ganhos por Jimmy Carter da oposição democrata.[6] Em entrevista, um diretor da NBC disse que o padrão foi escolhido espelhando-se nas eleições do Reino Unido, onde o partido conservador é azul e o partido liberal (os Trabalhistas) é vermelho.[5]
No entanto, durante a cobertura da contenciosa da eleição presidencial de 2000, na qual o processo de contagem dos votos se alastrou por um mês, as redes de televisão convergiram e padronizaram seus mapas no padrão que ficou consagrado.[7][6] Assim, mesmo sem oficialização dos partidos, a associação por cores ficou gravada entre o público.[8][9] Já na próxima eleição, no famoso discurso da Convenção Democrata de 2004, o então senador Barack Obama criticava os comentadores políticos que dividiam os americanos entre vermelhos e azuis.[6]