O Estádio D. Afonso Henriques é um estádio de futebol localizado na cidade de Guimarães, Portugal, sendo propriedade do Vitória Sport Clube, onde a equipa principal disputa os seus jogos em casa. Foi remodelado para o Euro 2004 e tem capacidade para 30 029 lugares sentados.
A cerimónia inaugural do remodelado estádio foi a 25 de Julho de 2003, momento em que a Câmara Municipal de Guimarães fez a entrega da obra ao Vitória SC, "O Estádio D. Afonso Henriques", perante cerca de 29 865 espectadores.[4][5]
O estádio é composto por quatro bancadas com a Topo Sul independente das restantes e com um formato retangular a encontra-se totalmente coberta, sendo que as restantes estão apenas parcialmente cobertas, nomeadamente os setores superiores. Todas as bancadas foram construídas em betão armado, com diferentes capacidades e cada uma delas encontra-se provida apenas de lugares sentados. Todas as bancadas dividem-se em dois sectores: superior e inferior.[6]
Depois do Campo da Atouguia, do José Minotes, da Perdiz, do Benlhevai e do Campo da Amorosa, o Vitória tinha nova casa. Em 1962 é lançado um novo concurso para a criação de uma nova bancada no recinto pouco tempo depois, cerca de 2 anos, a Federação Portuguesa de Futebol entrega 200 contos para a colocação de relva no estádio.[7] Por imposição da Federação, que exigiu que todos os clubes da primeira divisão, jogassem em campo relvado, foi então a 3 de Janeiro de 1965 que apesar de as obras ainda não estarem concluídas[8] assistiu-se com pompa e circunstância à cerimónia inaugural do Estádio Municipal de Guimarães, de autoria do arquiteto Mário Bonito.[9]
Situado no coração da cidade, foi o primeiro estádio do Vitória SC, construído de forma a substituir o antigo "Campo da Amorosa" (Demolido) que foi a casa do clube durante cerca de 20 anos. Com capacidade para cerca de 15 mil lugares sentados o projeto custou cerca de 8 500 contos.[7] O jogo inaugural do novo palco opôs o Vitória SC e Os Belenenses para a I divisão portuguesa, em que a equipa Vitoriana venceu por (2-1). Aos 9 minutos de jogo, o vimaranense Albertino Castro, jogador formado nas escolas do clube, marcou o primeiro golo no novo palco.[10] Inácio, já na reta final da partida, fez o golo do triunfo vitoriano.[8]
Até então o estádio era propriedade da Câmara Municipal de Guimarães, sendo que a 27 de Dezembro de 1989 a Assembleia Municipal votava favoravelmente a cedência do Estádio Municipal de Guimarães ao Vitória Sport Clube.[11] Assim, por escritura pública celebrada em 21 de Setembro de 1990 a Câmara, através do seu presidente, declarou alienar pelo preço de um milhão de escudos, isto é 1 000 contos.[12][13]
Por ocasião da organização do Campeonato Mundial de Futebol Sub-20 de 1991, em Portugal, o recinto foi um dos estádios escolhidos para receber os jogos do torneio e o estádio teve a sua primeira grande remodelação.[14]
A 30 de Setembro de 1995, foi aprovada em Assembleia Geral uma proposta de metodologia para escolha do novo nome do Estádio. Os sócios votaram entre duas propostas, "Afonso Henriques" e "Vitória Sport Clube". Numa primeira fase do processo também foram propostos os nomes de Estádio da Amorosa e José Maria Castro Rodrigues,[15] posteriormente descartados. Venceu com 453 votos, contra 358, a proposta com o nome D. Afonso Henriques em homenagem a D. Afonso I, primeiro Rei e fundador de Portugal.
No ano de 1998 a candidatura de Guimarães seria escolhida como sede para receber o Euro 2004 e na sequência a Câmara e o Vitória assinaram um Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo com vista à sua reformulação.[16] Assim, entre 11-03-2002 e 25-07-2003 o Estádio D. Afonso Henriques sofreu profundas obras de remodelação que o tornaram num palco de excelência para jogos de futebol, de forma a ter as melhores condições para acolher as partidas. As bancadas e outras áreas que servem o público, a comunicação social e as equipas foram remodeladas de forma a acomodarem 30 mil espectadores.[17]
O estádio é obra de um arquiteto da terra, Eduardo Guimarães, que fechou o estádio com a nova bancada sul que da rua se assemelha a de um edifício dando uma homogeneidade entre as ruas e o estádio com uma envolvente verde com espaços de estar e lazer e boas acessibilidades, tornando num dos estádio mais funcionais.[18]
A autarquia assumiu o custo total das obras de renovação do estádio, envolvente e acessibilidades num total de cerca de 34 milhões de euros[2], sendo o mais barato entre os 10 recintos envolvidos, além de não sofrer derrapagens.[19]
O "layout" de cadeiras dispostas nas bancadas vai levar os adeptos a imaginar um torneio medieval. No topo Sul está desenhado D. Afonso Henriques, nas restantes veem-se bandeiras coloridas. Nas casas de banho e bares, os azulejos das paredes estão decorados com o Castelo de Guimarães, escudos, capacetes, espadas e ainda um esboço da maqueta do estádio.[20] A inauguração do novo palco teve lugar a 25 de Julho de 2003, com a cerimónia inaugural, momento em que a Câmara Municipal de Guimarães fez a entrega da obra ao Vitória Sport Clube, ainda sob a presidência de Pimenta Machado, já com a nova designação “Estádio D. Afonso Henriques”. Os vimaranenses a encheram totalmente as bancadas do novo D. Afonso Henriques (cerca de 29 865) e assistiram a um espetáculo multimédia, seguido do jogo entre o Vitória SC e o 1. FC Kaiserslautern, que os vimaranenses venceram por expressivos 4–1. Marcaram Afonso Martins (que estreou o novo recinto), Nuno Assis, Rubens Júnior e Guga.[21]
O estádio completou 50 anos de existência em 2015. Santuário do Futebol, palco de emoções fortes o estádio que é casa do Vitória Sport Clube, reflete também a quase veneração que o Rei D. Afonso Henriques merece no clube que o adoptou para ser o seu símbolo.[22]
O recinto foi em 2019 escolhido para acolher dois jogos da primeira edição da recém-criada Liga das Nações da UEFA. A Câmara Municipal de Guimarães atribuiu ao Vitória um subsídio extraordinário de 88 500 euros para a realização de várias intervenções de melhoramento no Estádio D. Afonso Henriques, as obras visaram melhorar as fachadas do estádio, com a substituição de estruturas nas fachadas das bancadas Poente e Norte e a instalação de dois ecrãs gigantes com tamanho superior e dotados de tecnologia de ponta.[23][24]
Já em 2021 o Vitória SC anunciou em nota publicada no sítio oficial que "já se iniciou o processo com vista à substituição das cadeiras existentes por cadeiras rebatíveis" de forma faseada em todo o anfiteatro. O clube minhoto anunciou também que está em curso a "instalação da chamada caixa de segurança do sector visitante", correspondente à bancada norte inferior, com cerca de 1.500 lugares, o que vai libertar a bancada norte superior "em exclusivo para sócios e adeptos" vitorianos.[25]
Em 2023, o Vitória SC assinou um contrato com Sustainable Energy Systems (SES) para a criação de uma comunidade de produção de energia e sua exploração durante 15 anos, podendo o Vitória ficar com “a propriedade do projeto” após expirado esse prazo ou “antes”, se assim o entender. Com um investimento global de 800 mil euros sendo inteiramente suportado e desenvolvido pela SES, o projeto reúne 1.900 painéis solares instalados na cobertura do estádio e na academia do vitória, e conta com uma potência de 1 megawatt capaz de assegurar 45% das necessidades energéticas do estádio vitoriano e de proporcionar uma redução de até 30% na fatura energética de cerca de 350 famílias vimaranenses reduzindo a emissão em cerca de 654 toneladas de CO2, o equivalente a plantar 4.575 árvores.[26]
O maior evento musical que este palco recebeu foi a 1.º edição do North Music Festival nos dias 2 e 3 de Junho de 2017.[27] Este Festival Urbano Português foi composto por artistas portugueses entre eles Salvador Sobral que tinha vencido o Festival Eurovisão da Canção 2017. O evento contou com público total de cerca de 16 mil pessoas.[28]
O primeiro torneio internacional que o D. Afonso Henriques acolheu, foi o Campeonato Mundial de Futebol Sub-20 de 1991, no qual recebeu 3 jogos a contar para a Fase de grupos do Grupo C e um jogo da meia final.
O Estádio D. Afonso Henriques recebeu dois jogos da fase de grupos da UEFA Euro 2004. Entre eles o jogo de abertura e o último jogo do Grupo C, que viria a confirmar a eliminação da Itália na Fase de Grupos.
Foi também palco de dois jogos do Grupo A da fase final do Euro 2006 sub-21, que se realizara no Norte de Portugal.
Em 2018 acolheu o encontro entre Portugal x Polónia, referente ao último jogo do Grupo 3 da Liga A da primeira edição da Liga das Nações da UEFA de 2018–19. No ano seguinte serviu de palco para dois jogos da Fase Final da mesma competição.
Ao longo dos anos o Vitória de Guimarães tem sido o quarto clube com mais espectadores nos jogos, atrás apenas dos três maiores clubes portugueses Benfica, Porto e Sporting. Manteve essa posição até à época 2009/10 de forma contínua, sendo a única excepção as épocas de 2010/11 e de 2011/12 onde foi o 5º[29]. Desde a época 2012/13 em diante, volta a retomar o quarto lugar tendo até distanciando dos outros clubes de forma notável, demonstrando e confirmando que é o quarto clube com mais associados e melhor assistências em Portugal. Tem sempre boas assistências quer seja na Primeira Liga, na Taça da Liga, na Taça de Portugal, na Supertaça Cândido de Oliveira e até mesmo nas Competições da UEFA tais como a Liga Europa e a Liga Conferência.
Dados de 1984/85 a 2008/09[30] e Dados desde 2009/10[31]
Atualizado em 13 de maio de 2024
O estádio assistiu ao colapso do jogador do SL Benfica, Miklós Fehér. Isto ocorreu durante um jogo do campeonato entre o Vitória de Guimarães e o Benfica, a 25 de Janeiro de 2004. No final da segunda parte, Fehér recebeu um cartão amarelo pouco depois de entrar como suplente. Ele então desmaiou e teve uma paragem cardíaca, morrendo mais tarde no hospital. Sempre que o Benfica joga em Guimarães, há uma cerimónia em memória do local onde Fehér desmaiou.