A doença é causada por bactérias que se propagam a partir da vagina e do colo do útero.[5] Entre 75 e 90% dos casos são causados por infeções por Neisseria gonorrhoeae ou Chlamydia trachomatis.[2] É frequente estarem envolvidas várias bactérias diferentes.[2] Cerca de 10% das pessoas com clamídia não tratada e 40% das pessoas com gonorreia não tratada desenvolvem DIP.[2][10] Os fatores de risco são semelhantes aos da generalidade das infeções sexualmente transmissíveis, como elevado número de parceiros sexuais e consumo de drogas.[2] A lavagem vaginal pode também aumentar o risco.[2] O diagnóstico geralmente tem por base os sinais e sintomas.[2] Está recomendado que se suspeite da doença em todas as mulheres em idade fértil que apresentem dor no baixo ventre.[2] O diagnóstico pode ser definitivamente confirmado quando, durante uma laparoscopia, se observa pus a envolver as trompas de falópio.[2] O diagnóstico pode ainda ser auxiliado por ecografia.[2]
Entre as medidas de prevenção estão a abstinência sexual ou redução do número de parceiros sexuais e a utilização de preservativo durante as relações sexuais.[6] O rastreio e posterior tratamento de mulheres com risco de clamídia também diminui o risco de DIP.[11] Quando se suspeita do diagnóstico, geralmente recomenda-se tratamento.[2] Está também recomendado o tratamento dos parceiros sexuais da mulher.[11] Em pessoas com sintomas ligeiros a moderados, está recomendada uma injeção do antibióticoceftriaxona, seguida por duas semanas com doxiciclina e possivelmente metronidazol por via oral.[7] Em pessoas que não melhoram após três dias ou que apresentam sintomas graves podem ser administrados antibióticos por via intravenosa.[7]
Em 2008 ocorreram em todo o mundo cerca de 106 milhões de casos de clamídia e em igual número de gonorreia.[10] No entanto, o número de casos de DIP não é claro.[8] Estima-se que em cada ano a doença afete cerca de 1,5% de todas as mulheres jovens.[8] Nos Estados Unidos, a DIP afeta um milhão de pessoas por ano.[12] Na década de 1970, um tipo de dispositivo intrauterino denominado "escudo de Dalkon" levou a um aumento dos casos de DIP.[2] No entanto, os dispositivos intrauterinos atuais não estão associados a este problemas após o primeiro mês.[2]
A principal via de transmissão é por relação sexual sem camisinha. A infecção ascende da vagina para os outros órgãos pélvicos.
Diagnóstico
A suspeita surge sintomas de infecção associados a dor no exame pélvico, além de sensibilidade ao toque cervical, desconforto uterino ou anexial. O DIP pode ser confirmado com um hemograma completo, taxa de sedimentação de eritrócitos (ESR), Proteína c-reativa, cultivo da flora cervical e exame de imagens. Também é comum investigar se há Clamídia ou Gonorreia com um NAAT (Nucleic acid amplification tests). [16]
↑ abChan, Philip J.; Seraj, Ibrahim M.; Kalugdan, Theresa H.; King, Alan (1996). «Prevalence of Mycoplasma Conserved DNA in Malignant Ovarian Cancer Detected Using Sensitive PCR–ELISA». Gynecologic Oncology. 63 (2): 258–260. ISSN0090-8258. PMID8910637. doi:10.1006/gyno.1996.0316
↑Kumar, Ritu; Bronze, Michael Stuart (2015). "Pelvic Inflammatory Disease Empiric Therapy". Medscape. Archived from the original on April 3, 2015. Retrieved March 30, 2015.
↑Ljubin-Sternak, Suncanica; Mestrovic, Tomislav (2014). "Review: Clamydia trachonmatis and Genital Mycoplasmias: Pathogens with an Impact on Human Reproductive Health". Journal of Pathogens. 2014 (183167): 183167. doi:10.1155/2014/183167. PMC 4295611. PMID 25614838.
↑Brunham RC, Gottlieb SL, Paavonen J (2015). "Pelvic inflammatory disease". The New England Journal of Medicine. 372 (21): 2039–48. doi:10.1056/NEJMra1411426. PMID 25992748.