A Deportação dos tártaros da Crimeia (tártaro Qırımtatar sürgünligi; ucraniano Депортація кримських татар; russo Депортация крымских татар) foi um processo de limpeza étnica de mais de 191 mil Tártaros da Crimeia, que aconteceu entre 18 e 20 de maio de 1944. Foi executado por Lavrentiy Beria, chefe da segurança nacional e polícia secreta soviética, seguindo ordens de Joseph Stalin. Entre os tártaros, é conhecida como Sürgünlik ("exílio").[1]
Sob o pretexto da suposta colaboração dos tártaros da Crimeia com os nazistas durante a ocupação nazista da Crimeia entre 1941 a 1944 (embora o percentual de colaboradores dos tártaros da Crimeia não são visivelmente diferentes daqueles em outros grupos étnicos) o governo soviético decidiu a expulsão total do povo tártaro da Crimeia.[1]
As deportações começaram em 17 de maio de 1944, em todas as localidades povoadas da Crimeia.[2] Mais de 32 000 tropas do NKVD participaram da ação. Cerca de 193.865 tártaros da Crimeia foram deportados, dos quais 151 136 para República Socialista Soviética do Usbequistão, 8 597 para a República Socialista Soviética Autónoma de Mari, 4 286 para a República Socialista Soviética do Cazaquistão, e o restante (29 486) para vários oblasts da República Socialista Soviética Federativa da Rússia.
Entre maio e novembro de 1944, 10 105 tártaros da Crimeia morreram de fome na República Socialista Soviética do Usbequistão (7% dos deportados por essa república). Cerca de 30 000 (20%) morreram no exílio para o próximo ano e meio, de acordo com dados da NKVD (46% de acordo com dados dos ativistas dos tártaros da Crimeia). Devido à fome, sede e doença, cerca de 45% do total da população morreu no processo de deportação.[3] De acordo com informações dos dissidente soviéticos, muitos tártaros da Crimeia foram obrigados a trabalhar nos projetos de grande escala realizados pelo sistema soviético dos Gulag.[4]
Os ativistas da Crimeia reclamam o reconhecimento de Sürgünlik como genocídio.[5]