Ladeira foi o criador de nomes artísticos com os quais alguns cantores passaram a ser identificados: "Rei da Voz" para Francisco Alves, "A Pequena Notável" para Carmen Miranda, "O Cantor que Dispensa Adjetivos" para Carlos Galhardo, "O Caboclinho Querido" para Sílvio Caldas e "A Garota Grau Dez" para Emilinha Borba.
Biografia
Iniciou sua carreira em 1931, como locutor da Rádio Record de São Paulo, para onde fora convidado, quando era estudante de direito, a fazer um teste e, em vez de ler anúncios, proferiu um discurso contra o ditador Getúlio Vargas - o que agradou, junto a sua voz, a direção da emissora.[1]
Durante a Revolução Constitucionalista que contrapôs os paulistas e o governo de Vargas, a Record decidiu realizar programas políticos e, para isto, estabeleceu uma parceria com a Rádio Mayrink Veiga, carioca, tendo Ladeira como seu principal locutor; ele então realizava veementes discursos nos quais exortava a população a lutar e resistirem ao governo que infringia a Constituição do país; a revolta durou dois meses, sendo suplantada pelo novo regime e Ladeira acabou preso; no cárcere, aproveitou o tempo para escrever um livro, publicado mais tarde, sendo a primeira obra no país a versar sobre o rádio.[1]
Em 1933, foi contratado pela Mayrink, como locutor e diretor artístico, mudando-se para o Rio; iniciou um estilo, copiado dos locutores argentinos que para diferenciar os "erres" dos "agás" aspirados, carregavam nos primeiros.[2]
Em 1948, assinou contrato com a Rádio Nacional, onde apresentou durante dez anos "Seu criado, obrigado", ao lado de Daisy Lúcidi, entre outros programas de sucesso.[2]