Em investimento, classificação de crédito (também chamada de nota de risco, rating, classificação de risco, avaliação de risco, notação de risco ou notação financeira de risco) avalia o valor do crédito de emissões da dívida de uma empresa ou um governo. É análogo às notações de crédito para pessoas físicas.[1]
As agências de notas de crédito, também conhecidas como agências de rating, classificam todos os países do mundo em dois grandes grupos: os que possuem grau especulativo e os que possuem grau de investimento.[1]
Dentro de cada um desses dois grandes grupos, são atribuídas notas. Nas agências Fitch Ratings e Standard & Poor's, a nota mais baixa de todas é a D, que está situada, obviamente, na categoria de risco alto de inadimplência, juntamente, em ordem crescente,com as notas C, CC, CCC. Em seguida são atribuidas as notas em categoria de especulação, em ordem crescente, B-, B, B+, BB-, BB e BB+. Essas duas categorias formam o grupo especulativo. A nota mais baixa do grupo de investimento é a nota BBB-, considerada juntamente com BBB, BBB+ a qualidade média de investimento. Seguem-se, em ordem crescente, as notas de maior grau de investimento A-, A, A+, AA-, AA, AA+ e AAA.
Na Moody's, a nota mais baixa de todas é a C,considerada risco alto de inadimplência, seguida de Ca, Caa3, Caa2, Caa1. Imediatamente, segue o grau de especulação, em ordem crescente, B3, B2, B1, Ba3, Ba2, Ba1. E o grupo de maior qualidade e menor risco de investimento completa a escala, em ordem crescente, Baa3, Baa2, Baa1, A3, A2, A1,Aa3, Aa2, Aa1, Aaa. As três primeiras notas do grupo de investimento são consideradas categorias medianas de investimentos.
Moody's
S&P (Standard & Poor´s)
Fitch
Longo prazo
Curto prazo
Longo prazo
Curto prazo
Longo prazo
Curto prazo
Aaa
P-1
AAA
A-1+
AAA
F1+
Prime
Aa1
AA+
AA+
Grau elevado
Aa2
AA
AA
Aa3
AA-
AA-
A1
A+
A-1
A+
F1
Grau médio elevado
A2
A
A
A3
P-2
A-
A-2
A-
F2
Baa1
BBB+
BBB+
Grau médio baixo
Baa2
P-3
BBB
A-3
BBB
F3
Baa3
BBB-
BBB-
Ba1
Not prime
BB+
B
BB+
B
Grau de não-investimento especulativo
Ba2
BB
BB
Ba3
BB-
BB-
B1
B+
B+
Altamente especulativo
B2
B
B
B3
B-
B-
Caa1
CCC+
C
CCC
C
Risco substancial
Caa2
CCC
Extremamente especulativo
Caa3
CCC-
Em moratória com uma pequena expectativa de recuperação
Ca
CC
C
C
D
/
DDD
/
Em moratória
/
DD
/
D
Brasil
O Brasil foi considerado grau de investimento no dia 30 de abril de 2008 pela agência de avaliação Standard & Poor's.[3] O país estava situado na categoria de países com grau especulativo e sua nota era BB+. O anúncio fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bater um recorde. O pregão do dia fechou com alta de 6,33%, número que não era visto desde outubro de 2002.
As outras agências de classificação de risco de crédito posteriormente seguiram a classificação. A agência Fitch anunciou o grau de investimento para o Brasil em 29 de maio de 2008 e a Moody's em setembro de 2009.[4]
Ratings ao final de cada ano para as agências Moody's, S&P e Fitch[5]
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Moody's
B1
B2
B2
B1
B1
B2
B2
B1
Ba3
Ba3
S&P
BB-
BB-
B+
B+
BB-
B+
B+
BB-
BB-
BB
FITCH
B+
B+
B
BB-
BB-
B
B+
BB-
BB-
BB-
Em 9 de setembro de 2015, devido à crise político-econômica de 2014 no país, considerando as dificuldades políticas do Brasil em implementar o ajuste fiscal e a previsão de déficit orçamentário feita pelo governo, a S&P rebaixou a nota do país para o nível "especulativo" (BB+).[6][7] Horas antes, o vice-presidente de comunicação estratégica da Moody's havia declarado que sua agência, ao contrário da S&P, havia mantido o selo de bom pagador ao país.[8] A Fitch também manteve a nota atribuída ao Brasil (BBB), embora tenha expressado preocupação quanto ao ritmo de crescimento do país.[9] Em 2018, com o impedimento para votação da Reforma da Previdência e a desistência dessa agenda pelo governo, a agência Fitch anuncia o rebaixamento da nota para BB-.