Os Cinco Artigos da Remonstrância foram proposições teológicas apresentadas em 1610 pelos seguidores de Jacó Armínio morto em 1609, as quais discordavam das interpretações do ensinamento de João Calvino então vigente na Igreja Reformada Holandesa. Os artigos foram divisórios, e aqueles que os apoiaram foram chamados de "Remonstrantes".
Quarenta e um pregadores e dois líderes do colégio estadual de Leiden para a educação de pregadores reuniram-se em Haia em 14 Janeiro de 1610, para expor por escrito, suas opiniões sobre todos as doutrinas contestadas. O documento na forma de um protesto foi elaborado por Johannes Wtenbogaert e após algumas alterações, foi aprovado e assinado por todos, em Julho de 1610.
Os Remonstrances não rejeitaram a confissão e o catecismo, mas não reconheceram como permanentes e imutáveis a Lei canônica e os cânones de fé. Eles atribuíram autoridade apenas à Palavra de Deus na Sagrada Escritura e foram avessos a todo o formalismo. Eles também afirmaram que as autoridades seculares têm o direito de interferir nas disputas teológicas para preservar a paz e evitar cismas na Igreja.
Os Cinco Artigos da Remonstrância foram sujeitos à fiscalização do Sínodo Nacional realizado na cidade holandêsa de Dordrecht em 1618-1619. Ao mesmo tempo, Dordrecht era frequentemente chamada em inglês como Dort, o nome inglês comum ainda é Sínodo de Dort. As sentenças do Sínodo são conhecidas como os Cânones de Dort ou Cânones de Dordrecht. Estes cânones constituem o que é muitas vezes chamado de os Cinco Pontos do Calvinismo, comumente apresentados pelo acróstico "TULIP":
Eis o significado de TULIP, em inglês e em tradução comumente aceita em português:
Os Cinco artigos de Remonstrância contrastam com os Cinco Pontos do Calvinismo na maioria dos pontos. O Artigo I discorda que a eleição em Cristo seja incondicional. Em vez disso, neste artigo os remonstrantes afirmam que a eleição é condicional à fé em Cristo e que Deus elege para a salvação aqueles que Ele sabe de antemão que terão fé n'Ele. O Artigo II defende a expiação ilimitada, o conceito de que Cristo morreu por todos. Isso contrasta com a expiação limitada do calvinismo, que afirma que Cristo morreu apenas para aqueles que Deus escolheu serem salvos. O Artigo III afirma a depravação total do homem, que o homem não pode se salvar a si mesmo da Condenação Eterna. O Artigo IV repudia o conceito calvinista de graça irresistível, alegando que a humanidade tem livre-arbítrio para resistir à graça de Deus. O Artigo V, ao invés de rejeitar completamente a noção de perseverança dos santos, argumenta que pode ser condicional ao crente permanecer em Cristo. Os escritores explicitamente não tinham certeza sobre este ponto, e era necessário que um estudo mais aprofundado fosse feito. O texto dos artigos publicados estão em domínio público logo abaixo: