O Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, também conhecido como Feira de São Cristóvão, é um pavilhão que promove a cultura e o comércio de produtos nordestinos.[1] Localizado na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Foi criado em homenagem a Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.[1]
O prédio, inaugurado em 1962, foi construído no final dos anos 50 e concebido para abrigar a Exposição Internacional de Indústria e Comércio durante o Governo Juscelino Kubitschek. A obra foi um empreendimento do empresário Joaquim Rolla.
Estrutura ousada e premiação internacional
Projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes[2], o Pavilhão, originalmente, já foi uma das maiores áreas cobertas sem viga do mundo, com 156.000m². Para cobrir o Pavilhão desprezando o auxílio de colunas, as paredes foram projetadas no sentido de ancorar os cabos de aço, compondo a superfície elíptica curvada em dois sentidos, tal qual a conheciam.
A cobertura original era plástica e tinha ventilação natural. A água era bombeada para os pontos mais altos e escorria para os mais baixos terminando numa espécie de cascata sobre dois lagos laterais, um sistema que ajudava a diminuir a temperatura ambiente nos dias mais quentes, bastante arrojado para a época. O projeto arquitetônico recebeu em 1958 o primeiro prêmio na categoria "arquitetura e estrutura" da Exposição Internacional de Bruxelas, na Bélgica, devido suas características inovadoras.[3]
O Palácio das exposições e o seu declínio
A finalidade inicial da construção era ser o chamado Palácio das Exposições, para abrigar feiras e exposições e durante muitos anos esta foi a sua principal caracterísitica. Nas décadas de 1960 e 1970 ele foi usado para as exposições anuais do Exército Brasileiro, festivais de chope, feiras de animais; até uma exposição organizada pela União Soviética ocorreu no local.[3]
Anos mais tarde, devido à falência do empresário Joaquim Rolla, o pavilhão passou para a administração pública, todavia permaneceu sem maiores obras de conservação e manutenção. O espaço perdeu prestígio para outros centros de exposições e lazer. Além do mais, o sistema de refrigeração do telhado não mais funcionou e o material do telhado, feito em alumínio, acabou por maximizar a temperatura dentro do pavilhão em dias mais quentes.[3][4]
Desde 1986 passou a ser usado provisoriamente como local de barracão das escolas de samba para a construção das alegorias para os desfiles de carnaval; pois elas haviam sido despejadas dos antigos armazéns do Cais do Porto pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), do Governo Federal. Em 1988 a prefeitura do Rio de Janeiro cogitou vender o pavilhão, mas a ideia não prosperou.[3]
Em maio de 1990 um incêndio de grandes proporções, iniciado no barracão da Unidos do Viradouro, danificou grande parte do telhado.[3] Em abril de 1991, um vendaval veio a destruir grande parte do que restava da cobertura, a qual foi totalmente retirada pela prefeitura nos meses seguintes.[5][6]
Revitalização e espaço cultural nordestino
Em 2003 o então prefeitoCesar Maia aproveitou o espaço descoberto do pavilhão para abrigar a céu aberto a feira nordestina, que já há muitos anos funcionava no estacionamento em volta do Campo de São Cristóvão, que era a maior aglomeração de tradições nordestinas fora do Nordeste.
É um local para apresentação de shows musicais de ritmos nordestinos, entre os quais destaca-se o forró, com apresentação de diversos grupos distribuídos em dois grandes palcos. Além dos artistas locais, periodicamente se apresentam grandes nomes da música e cantores conhecidos como repentistas, que utilizam o talento de improvisar versos para atrair ouvintes que frequentam o local e contribuem voluntariamente em troca de algumas canções e versos, na sua maioria improvisados.