Com base nas descobertas realizadas no local é possível datar esta catacumba entre a segunda metade do século III e a primeira metade do século V: foram descobertas inscrições com as datas extremas de 269 e 436. Seu nome é uma referência ao nome da família proprietária do terreno no qual ela foi escavada.
A catacumba foi redescoberta em 1720 pelos arqueólogos Marcantonio Boldetti e Giovanni Marangoni, mas foi incorretamente identificada como sendo a Catacumba de Trasão. Esta identificação perdurou até as escavações conduzidas nos anos sessenta da década de XX pela Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, que permitiram que os arqueólogos a identificassem corretamente, graças sobretudo à descoberta do túmulo do mártir Alexandre, citado pelas fontes antigas como estando na Catacumba dos Giordanos.
Mártires
As fontes antigas atestam a presença na Catacumba dos Giordanos dos túmulos dos mártires dos mártires Marcial, Vital e Alexandre (que a tradição mantém que três dos sete filhos de Santa Felicidade). O "Cronógrafo de 354" ("Depositio Martyrum"), a mais antiga delas, atesta que a sepultura ficava na Via Salaria na entrada do dia 10 de julho. O Martyrologium Hieronymianum acrescenta, em 31 de dezembro, na sepultura no Cemitério dos Giordanos, de um grupo de "sete virgens": Donata, Paulina, Rogata, Dominanda, Serotina, Saturnina e Hilária. Finalmente, a Notitia ecclesiarum urbis Romae cita que acima do túmulo existia uma basílica dedicada aos mártires Marcial e Vital, um edifício que foi visto por Antonio Bosio no final do século XVI e do qual não resta mais nada. A única confirmação de todas estas informações está nas fontes literárias com exceção, como já mencionado, do túmulo do mártir Alexandre.
Descrição
A catacumba chegou aos dias atuais em pobres condições tendo sido alvo no passado de corpisantari, que buscavam relíquias para vender, e ladrões de túmulos. Ela se desenrola em vários níveis subterrâneos, provavelmente cinco.
Na década de 1960 foi descoberto o túmulo do mártir Alexandre, cuja identidade foi confirmada pela descoberta, no local, in loco e fragmentos, uma laje de mármore dedicada ao santo realizada em época distinta de sua morte. A primeira foi colocada pelo papa Dâmaso I no século IV e é obra de seu colaborador Fúrio Dionísio Filocalo; ela foi destruída durante o cerco de Roma pelos godos entre 537 e 538. Logo depois, o papa Vigílio mandou esculpir uma segunda para substituí-la e, nos fragmentos encontrados, é possível ler claramente o nome "Alessandro". Finalmente, uma terceira inscrição foi dedicada por um certo "Marcelo" no século V.
Além do cubículo do mártir, é importante mencionar o "Cubículo do Êxodo", internamente recoberto por afrescos do século IV, especialmente no teto, com episódios, raros em catacumbas, retirados do Livro do Êxodo do Antigo Testamento.
Fasola, U. M. (1972). Le recenti scoperte delle catacombe sotto villa Savoia. Il “coemeterium Iordanorum ad S. Alexandrum” (em italiano). Città del Vaticano - Barcellona: [s.n.] p. 273-297