Os membros desta família são caracterizados pelos seus raminhos pêndulos do tipo «equisetoide» (assim designados por serem morfologicamente semelhantes a frondes de Equisetum, as conhecidas cavalinhas). Estes ramos dão a estas plantas um aspecto semelhante a pinheiros, o que corresponde a uma morfologia muito singular entre as angiospérmicas, aspecto que é reforçado pelas infrutescências cónicas superficialmente semelhantes em forma a pequenas pinhas, resultado da combinação de várias valvas apontadas para o exterior, cada uma contendo uma semente, em estruturas lenhosas aproximadamente esféricas e morfologicamente semelhantes a pinhas.
São plantas lenhosas, de porte arbóreo ou arbustivo, perenifólias (neste caso considerando apenas os artículosclorofílicos dos ramos terminais e não as folhas), monoicas ou dioicas (variabilidade que permite que um mesmo género possa incluir espécies monoicas e outras dioicas). Os ramos jovens são delgadas e estriadas, equisetiformes, articulados e clorofílicos. Os remos terminais exercem a função clorofilina normalmente atribuídas às folhas, já que estas são inconspícuas, marcescentes ou não, escamiformes, agrupadas em verticilos que delimita cada artículo e que, à primeira vista, se assemelham curiosamente às gimnospérmicas.
As flores femininas não têm perianto, apresentam um pistilo bífido avermelhado e um gineceubicarpelar com os carpelos fundidos, no qual apenas um dos carpelos é fértil.
A família Casuanaceae é nativa do Velho Mundo, dos trópicos indo-malaios, Austrália e das ilhas do Pacífico até Madagáscar.[9] Algumas das suas espécies estão amplamente naturalizadas em múltiplas regiões dos trópicos e subtrópicos, já que são cultivadas como ornamental nesses regiões e ainda em regiões de clima temperado.
Os nomes comuns mais frequentes para as plantas desta família são casuarina e pinheiro-australiano. Na língua inglesa os nomes mais comuns são para as espécies de Casuarinaceae são sheoak (em resultadas das semelhanças da sua madeira com a do carvalho-roble Quercus robur) e buloke.[11][12] O topónimoShire of Buloke, em Victoria (Austrália), deriva da abundância local de Allocasuarina luehmannii.
Filogenia
A aplicação das técnicas da filogenética molecular sugere as seguintes relações das Casuarinaceae com as restantes famílias que integram a ordem Fagales:[13]
As cerca de 70 espécies de casuarináceas são nativas da zona do Sudeste Asiático, Austrália e ilhas do Oceano Pacífico. São árvores com enorme importância no seu ecossistema, pela capacidade de fixação de azoto no solo, através de simbiose com bactérias do género Frankia.
Sistemática
Durante muito tempo todas as espécies estiveram inseridas no género Casuarina. Lawrie A. S. Johnson segregou muitas das espécies e renomeou-as nos novos géneros Gymnostoma, em 1980 e 1982,[15][16]Allocasuarina, em 1982,[16] e Ceuthostoma, em 1988, com algumas descrições formais adicionais de novas espécies em cada um daqueles géneros.[17] Ao tempo, estas alterações foram algo controversas. Contudo, a monofilia destes géneros foi posteriormente suportada por um estudo genético da família realizado em 2003.[18]
↑Flores, E. M., & Moseley, M. F., Jr., The anatomy of the pistillate inflorescence and flower of Casuarina verticilllata Lamarck (Casuarinaceae). American J. Bot., nº 69, p. 1673-1684, 1982
↑
Cox, P., & Freeland, J. 1969. Rude timber buildings in Australia. Thames and Hudson. ISBN0-500-34035-8 page 18. Cox states that the name 'she-oak' is derived from Native America sheac - beefwood.
↑Xiang X-G, Wang W, Li R-Q, Lin L, Liu Y, Zhou Z-K, Li Z-Y, Chen Z-D (2014). «Large-scale phylogenetic analyses reveal fagalean diversification promoted by the interplay of diaspores and environments in the Paleogene». Perspectives in Plant Ecology, Evolution and Systematics. 16 (3): 101–110. doi:10.1016/j.ppees.2014.03.001
↑
Johnson, Lawrie A. S. (1980). «Notes on Casuarinaceae». Telopea. (Online page archive version, link via APNI Gymnostoma ref's). 2 (1): 83–84. doi:10.7751/telopea19804114. Consultado em 22 dezembro 2013. Arquivado do original(PDF) em 24 de dezembro de 2013
↑ ab
Johnson, Lawrie A. S. (23 dezembro 1982). «Notes on the Casuarinaceae II»(PDF). Journal of the Adelaide Botanic Gardens. 6 (1): 73–87. Consultado em 22 dezembro 2013
Berendsohn, W.G., A. K. Gruber & J. A. Monterrosa Salomón. 2009. Nova Silva Cuscatlanica. Árboles nativos e introducidos de El Salvador. Parte 1: Angiospermae - Familias A a L. Englera 29(1): 1–438.
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