Capelinha é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se no Vale do Jequitinhonha e sua população em 2022 foi recenseada em 39 626 habitantes.[1] Exerce uma polarização econômica, educacional, cultural, empresarial e esportiva sobre os municípios próximos, constituindo a área mais ocupada demograficamente do Vale do Jequitinhonha. A povoação se iniciou em 1812, a partir da construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça por Feliciano Luiz Pego.[7]
Possui um microclima frio em relação ao resto do Vale do Jequitinhonha, seu ponto mais alto atinge os 1200 metros de altitude na Serra da Noruega e a sede urbana se localiza a 900 metros de altitude, fato que contribui para as constantes geadas e dias gélidos no inverno. No Século XX, um historiador suíço que esteve na cidade, denominou-a em um relato como a "Suíça Brasileira", em plena referência ao seu clima.[carece de fontes?]
Capelinha sempre evidenciou-se pela produção agrícola. A partir da década de 1970 começou a receber investimentos em plantio de eucalipto pela Acesita Energética, atual Aperam South America que hoje mantém no município a maior floresta artificial do Planeta, produzindo bioenergia à base do eucalipto. Na área de cafeicultura, se consolidou nas últimas décadas como um auspicioso parque cafeeiro nacional, polarizando eventos, seminários e encontros nacionais de cafeicultores. Cerca de 90% do café originário de Capelinha é exportado para os Estados Unidos e Europa. O setor porém, já representou mais à economia da cidade.
A cidade vem alçando vertiginoso destaque no estado de Minas Gerais. Verifica-se na cidade um amplo crescimento econômico, justificado especialmente pelo crescimento demográfico e extensas complementações econômicas, como o aeroporto de Capelinha[8], um campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)[9] o IFNMG,[10] o Distrito Industrial e a expansão urbanística caracterizada pela criação de novos bairros planejados.
História
A história de Capelinha remonta-nos ao ano de 1808, quando Manoel Luís Pego, um descendente de portugueses, instalou-se às margens do Córrego Areão, que corta o centro da cidade, Manoel Luís Pego fora designado pelo Rei de PortugalD. João VI a desapropriar e expulsar os índios da região do Vale do Jequitinhonha a fim de criar para o Governo Imperial fazendas agropecuárias. Manoel Luís Pego começou a ser perseguido pelos índios da Tribo Aranãs, pertencente aos índios Aranã, por tentar expulsá-los de suas terras. Em 1808, fugido dos índios, se instalou às margens do córrego.
Após a morte de Manoel Luís Pego, seu filho, Feliciano Luís Pego construiu uma pequena capela dedicada à Nossa Senhora da Graça. Em torno da capela formou-se gradualmente um vilarejo, composto por pessoas de vilas vizinhas que migravam à cidade em busca de terras férteis e lavradias.[7]
Toponímia
A origem do nome provem do início do povoamento do vilarejo. Descendente de europeus e dono de fortes crenças católicas, Manoel Luís Pego, após a sua morte deixou a seu filho a tarefa de construir uma capela de Nossa Senhora da Graça, assim edificada, a pequena capela de Nossa Senhora da Graça, passou a ser denominada pelas povoações próximas pelo nome "Capelinha de Nossa Senhora da Graça".
Ao longo dos anos, na data de emancipação político-administrativa, em 1913, o povoamento já era popularmente conhecido como "Capelinha".[7]
Localizada a mais de 900 metros de altitude, é famosa pelo intenso frio no inverno, o que atrai relativo número de turistas em sua principal festa, o Capelinhense Ausente.[carece de fontes?]
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) coletados na estação meteorológica automática da cidade, instalada em 31 de agosto de 2007, a menor temperatura registrada em Capelinha foi de 4 °C em 20 de maio de 2022, e a maior atingiu 37,6 °C em 18 de novembro de 2023, durante uma onda de calor intensa. O maior acumulado de precipitação em 24 horas, por sua vez, foi de 180,4 milímetros (mm) em 17 de dezembro de 2013.[11][12] Esse mesmo mês, dezembro de 2013, foi o mês de maior precipitação, com 930 mm acumulados.[13]
Educação
No dia 16 de março de 2012, foi estabelecida a instalação de um campus da UFVJM. Capelinha pleiteava o campus que seria destinado ao Alto Jequitinhonha. A escolha foi feita após a elaboração de um parecer técnico feito por uma comissão indicada pelo CONSU (Conselho Universitário) e pelo MEC (Ministério da Educação). O local onde o campus será construído é um terreno disponibilizado pela Aperam BioEnergia, tem 20 hectares e é bem próximo ao centro da cidade. A construção do Campus da UFVJM foi adiada porque o Ministro da Educação, José Mendonça Filho, congelou nos próximos dois anos a ampliação de vagas no ensino superior em universidades federais. Inclusive hoje os campus de Unaí e Janaúba, pertencentes àquela universidade e já existentes, estão ameaçados por esta medida.[14]