Cancro da cabeça e do pescoço (português europeu) ou câncer de cabeça e pescoço (português brasileiro) é um grupo de cancros com origem na boca, nariz, faringe, laringe, seios paranasais ou glândulas salivares.[1] Os sintomas mais comuns são um nódulo ou ferida que não cicatriza, uma inflamação da garganta que não desaparece, dificuldade em engolir ou uma alteração na voz.[1] Entre outros possíveis sintomas estão hemorragias pouco comuns, cara ou gânglios linfáticos inchados ou dificuldade em respirar.[1]
Cerca de 75% dos casos de cancro da cabeça e do pescoço são causados pelo consumo de bebidas alcoólicas ou de tabaco.[1][2] Entre outros fatores de risco estão os tipos 16 e 18 de vírus do papiloma humano, exposição a radiação ionizante e luz ultravioleta, exposição a substâncias cancerígenas no local de trabalho, vírus Epstein-Barr, consumo da planta Piper betle,[1] mate,[5] ou carnes processadas.[6] O tipo de cancro da cabeça e do pescoço mais comum é o carcinoma espinocelular.[2] O diagnóstico é confirmado com uma biópsia dos tecidos.[1] O grau de disseminação pode ser avaliado por meio de exames imagiológicos e análises ao sangue.[1]
O risco pode ser diminuído evitando o consumo de álcool e tabaco.[2] Embora o rastreio na população em geral não aparente ter utilidade, o rastreio de grupos de elevado risco através de exame da garganta aparenta ser útil.[2] Em muitos casos, os cancros da cabeça e do pescoço são curáveis quando detectados cedo. No entanto, quando são detectados em fases avançadas, o prognóstico é geralmente mau.[2] O tratamento pode consistir numa combinação de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia dirigida.[1] As pessoas com antecedentes de um cancro na cabeça ou no pescoço apresentam um maior risco de vir a desenvolver um segundo cancro.[1]
Em 2015, os cancros da cabeça e do pescoço afetavam em todo o mundo mais de 5,5 milhões de pessoas (boca 2,4 milhões, garganta 1,7 milhões, laringe 1,4 milhões)[3] e foram a causa de mais de 379 000 mortes (boca 146 000, garganta 127 400, larginge 105 900.[4] Em conjunto, são o sétimo tipo de cancro mais comum e a nona causa de morte por cancro mais frequente.[2] Nos Estados Unidos, cerca de 1% das pessoas são afetadas por um destes cancros em determinado momento na vida. A doença afeta o dobro de homens do que mulheres.[1][7] A idade mais comum de diagnóstico é entre os 55 e os 65 anos de idade.[7] Em países desenvolvidos, a média da taxa de sobrevivência a cinco anos é de 42 a 64%.[7][8]