Este artigo lista as participações do Botafogo de Futebol e Regatas na Copa Libertadores da América.
Ao todo, a equipe alvinegra participou de seis edições da principal competição continental de clubes da América do Sul. A melhor campanha foi em 2024, quando foi campeão diante do Atlético Mineiro.
Participações
Copa Libertadores
|
Participações: 7
|
Ano
|
Fase máxima
|
Posição
|
Pts
|
J
|
V
|
E
|
D
|
GP
|
GC
|
SG
|
1963 |
Semifinal |
3.º |
7 |
5 |
3 |
1 |
1 |
6 |
6 |
0
|
1969 |
[nota 1]
|
1973 |
Semifinal |
5.º |
14 |
11 |
6 |
2 |
3 |
25 |
18 |
+7
|
1996 |
Oitavas de final |
14.º |
8 |
8 |
2 |
2 |
4 |
11 |
13 |
–2
|
2014 |
Fase de grupos |
19.º |
10 |
8 |
3 |
1 |
4 |
9 |
8 |
+1
|
2017 |
Quartas de final |
5.º |
24 |
14 |
7 |
3 |
4 |
13 |
9 |
+4
|
2024 |
Campeão |
1.º |
30 |
17 |
8 |
6 |
3 |
31 |
17 |
+14
|
2025 |
A disputar
|
Total[nota 2] |
93 |
63 |
29 |
15 |
19 |
95 |
71 |
+24
|
1963
O Botafogo participou pela primeira vez da Libertadores em 1963, após ter sido vice-campeão da Taça Brasil de 1962. A primeira fase consistia em três grupos, dos quais o primeiro colocado de cada chave se classificaria para a semifinal, juntamente com o Santos, vencedor da edição anterior.
O esquadrão alvinegro contava com ídolos como Nilton Santos, Jairzinho e Garrincha, mas este último já enfrentava sérios problemas no joelho direito, desfalcando a equipe na maioria dos jogos. Mesmo assim, o Glorioso avançou sem problemas em seu grupo, com 100% de aproveitamento (incluindo a partida contra o Millonarios, que não ocorreu devido à desistência do time colombiano).[4] Na semifinal contra o Santos, empatou a partida de ida no Pacaembu, mas perdeu o jogo de volta no Maracanã após uma partida extraordinária de Pelé, que marcou três gols.[5]
Fase de grupos
- Grupo 1
Classificado à fase final
Eliminados
- Partidas
Fase final
- Partidas
Artilheiros
1973
Vice-campeão do Brasileirão de 1972, o Botafogo conquistou o direito de disputar pela segunda vez a Libertadores no ano seguinte. O esquadrão Glorioso gozava de imensa reputação internacional, com três jogadores campeões mundiais em 1970, Jairzinho, Roberto Miranda e Brito, além de outros craques como Dirceu, Fischer, Marinho Chagas, Scala e Wendell. Na fase de grupos, a equipe comandada por Sebastião Leônidas terminou na primeira colocação, superando Peñarol, Nacional e Palmeiras.[8]
Entretanto, o regulamento à época não previa critérios de desempate. Como Botafogo e Palmeiras terminaram a chave com o mesmo número de pontos e apenas um time poderia seguir na competição, foi preciso um jogo extra para definir quem avançaria para o triangular semifinal. Diante de quase 90 mil pessoas no Maracanã, o time carioca superou o paulista mais uma vez.[9] Na fase seguinte, o alvinegro não foi páreo em um grupo com Colo-Colo e Cerro Porteño: com apenas um empate e duas derrotas nas três primeiras partidas, o clube foi eliminado antes mesmo do último jogo, quando finalmente saiu vitorioso, mas sem ter o que comemorar.[8]
Fase de grupos
- Grupo 2
Disputam jogo do desempate
Eliminados
- Partidas
Jogo do desempate
- Partida
Fase semifinal
- Grupo B
Classificado à final
Eliminados
- Partidas
Artilheiros
1996
A classificação para a Libertadores de 1996, depois de 23 anos de ausência, foi obtida graças ao título do Campeonato Brasileiro de 1995.[10][11] O grupo do Botafogo era formado por equipes brasileiras e chilenas e os três primeiros colocados se classificavam às oitavas de final.[12]
Mesmo com uma campanha irregular, com mais derrotas do que vitórias, e com uma mudança de técnicos durante a competição – em abril, o jovem Ricardo Barreto assumiu no lugar de Marinho Perez – o alvinegro conseguiu terminar a primeira fase na terceira colocação da chave.[13][14][15] Nas oitavas de final, o adversário foi o Grêmio, equipe que entrou diretamente nessa fase por ter sido campeã do ano anterior. Após empatar no Maracanã, o Botafogo foi derrotado no jogo da volta em Porto Alegre por 2–0 e foi eliminado.[16][17]
Fase de grupos
- Grupo 4
Classificados à fase final
Eliminado
- Partidas
Fase final
- Partidas
Artilheiros
2014
Depois de conquistar a quarta posição na Série A de 2013, o Botafogo voltou a disputar a Libertadores após 18 anos de ausência.[18][19] Na primeira fase, enfrentou o Deportivo Quito e saiu derrotado do primeiro confronto no Equador, mas aplicou uma goleada de 4–0 no Maracanã com três gols de Wallyson e avançou na competição.[20][21]
Na fase de grupos, estreou vencendo bem o San Lorenzo no Maracanã,[22] e chegou a ter a chance de garantir a classificação para as oitavas de final de forma antecipada.[23] No entanto, o ambiente no clube era muito ruim com salários atrasados desde a temporada anterior e protestos dos jogadores, além de um treinador inexperiente no comando – o ex-técnico do sub-20 Eduardo Hungaro.[24][25] Em meio à crise, o alvinegro saiu derrotado em casa diante do Unión Española na penúltima rodada e teve que decidir a vaga contra o San Lorenzo, em Buenos Aires.[26] No confronto final, o Botafogo foi eliminado melancolicamente após perder por 3–0, enquanto os argentinos conseguiram avançar de forma heroica e, posteriormente, ainda garantiram o título inédito do torneio.[27][28]
Fase preliminar
- Partidas
Fase de grupos
- Grupo 2
Classificados à fase final
Eliminados
- Partidas
Artilheiros
2017
O Botafogo se classificou para a Libertadores de 2017 após terminar na quinta colocação da Série A de 2016.[29] Pela primeira vez, a competição contou com três eliminatórias preliminares antes da fase de grupos;[30] e o alvinegro entrou na segunda fase contra o Colo-Colo.[31] Após eliminar os chilenos com uma vitória e um empate,[32] encarou o Olimpia na terceira fase e se classificou nos pênaltis, após o goleiro Gatito Fernández defender três cobranças dos paraguaios.[33]
Na fase de grupos, o Botafogo caiu em uma das chaves mais difíceis ao lado do Barcelona de Guayaquil, do Estudiantes e do atual campeão Atlético Nacional.[34][35] Ainda assim, o time comandado pelo técnico Jair Ventura ficou em primeiro lugar com três vitórias, um empate e duas derrotas.[36] Nas oitavas de final, o adversário foi o Nacional e o Glorioso avançou com duas vitórias.[37] Nas quartas de final, porém, a equipe não foi páreo para o Grêmio, que viria a ser o campeão desta edição, e foi eliminada.[38][39] Ao todo, o Botafogo enfrentou seis campeões da Libertadores em uma mesma edição e, de forma inédita até então, eliminou cinco deles – superando o recorde do Once Caldas que eliminou quatro campeões na Libertadores de 2004.[40][41] Com cinco gols no torneio, o atacante Rodrigo Pimpão igualou as marcas de Dirceu e Jairzinho, tornando-se o maior artilheiro do Botafogo na história das Libertadores.[42]
Fase preliminar
- Partidas
Fase de grupos
- Grupo 1
Classificados à fase final
Transferido à segunda fase da Copa Sul-Americana
Eliminado
- Partidas
Fase final
- Partidas
Artilheiros
2024
Após uma campanha frustrante no Campeonato Brasileiro de 2023, quando fez o melhor primeiro turno da história e liderou a competição em quase todas as rodadas, o Botafogo teve que se contentar com a 5.ª colocação, o que lhe assegurou uma vaga na fase preliminar da Copa Libertadores de 2024.[43] Era o retorno à principal competição da América do Sul após sete anos.[44]
A disputa logo começou com uma nova decepção: na estreia contra o Aurora, na altitude de Cochabamba, o alvinegro conseguiu abrir o placar mesmo após desperdiçar uma cobrança de pênalti, porém sofreu o gol de empate no último minuto.[45] No jogo da volta, no entanto, o Botafogo não deu chances para o rival boliviano e goleou por 6–0 em noite inspirada de Júnior Santos, que marcou quatro gols.[46] O adversário seguinte foi o Red Bull Bragantino: após vencer a primeira partida, no Estádio Nilton Santos, o Glorioso segurou o empate no segundo confronto, mesmo com um jogador a menos, e garantiu a classificação para a fase de grupos.[47][48] Com oito gols em quatro jogos, Júnior Santos se tornou, já nessa fase da competição, o maior artilheiro do Botafogo em todas as edições de Libertadores.[49][50]
A fase de grupos começou de forma complicada para o Botafogo, com derrotas nos dois primeiros jogos para Junior de Barranquilla e LDU Quito.[51] Entre essas duas partidas, o clube mudou seu comando técnico e contratou Artur Jorge.[52] Aos poucos, o treinador português colocou o time nos eixos e venceu os três jogos seguintes da Libertadores, garantindo a classificação antecipada à fase de mata-mata.[53] No último jogo da fase de grupos, o empate sem gols diante do Junior de Barranquilla deixou o alvinegro na segunda colocação, o que gerou expectativas por um adversário difícil logo nas oitavas de final.[54]
No sorteio da fase final, o Botafogo ficou no lado considerado o mais difícil do chaveamento, a começar pelo Palmeiras nas oitavas.[55] John Textor, dono da SAF alvinegra, destacou o rival brasileiro como "grande adversário" e anunciou o jogo como uma "revanche", após o clube paulista ter ficado com o título do Brasileirão no ano anterior.[56] No primeiro jogo do confronto, vitória botafoguense por 2–1;[57] já na partida da volta, o empate por 2–2 garantiu a vaga ao Botafogo.[58]
O adversário seguinte foi outro brasileiro: nas quartas de final, o time encarou o São Paulo e, após dois empates, o Botafogo conquistou a classificação na disputa por pênaltis.[59] O Glorioso retornava a uma semifinal de Libertadores após 51 anos.[60] O rival agora era o Peñarol: com um segundo tempo impecável, o alvinegro aplicou uma goleada de 5–0 no jogo de ida e praticamente sacramentou a classificação inédita para a decisão, que foi confirmada mesmo com a derrota no jogo da volta.[61][62]
Na grande final da Libertadores, disputada no Estádio Mâs Monumental, em Buenos Aires, o adversário foi o Atlético Mineiro. O jogo contou com a presença de aproximadamente 72 mil torcedores, sendo 69.803 pagantes, a maioria deles botafoguenses, segundo informações de bilheteria divulgadas pela CONMEBOL.[63] Foi o maior público de uma final desde a implementação do jogo único, em 2019.[64] Em campo, o Botafogo teve o volante Gregore expulso logo no primeiro minuto, após falta cometida aos 29 segundos, e precisou jogar todo o restante da partida com um jogador a menos. Ainda assim, o time da Estrela Solitária conseguiu se organizar em campo, mesmo sem fazer nenhuma substituição no primeiro tempo, e abriu o placar com Luiz Henrique aos 35 minutos. Menos de dez minutos depois, o próprio Luiz Henrique foi derrubado na área pelo goleiro Éverson e o pênalti foi marcado após revisão do VAR. O lateral-esquerdo Alex Telles cobrou e ampliou o marcador. Logo no início do segundo tempo, o Atlético Mineiro descontou com Eduardo Vargas. Porém, o Botafogo segurou a pressão atleticana e ainda conseguiu fazer o terceiro gol no final da partida, com o artilheiro do torneio Júnior Santos, fechando a final em 3–1 e garantindo o título inédito.[65]
Fase preliminar
- Partidas
Fase de grupos
- Grupo D
Fonte:
CONMEBOLRegras para classificação:
1) Pontos / 2) Saldo de gols / 3) Gols marcados / 4) Gols marcados como visitante / 5) Ranking CONMEBOL.
- Partidas
Fase final
- Partidas
Artilheiros
Retrospecto
Por país
Artilharia geral
- 10 gols
- 5 gols
- 4 gols
|
- 3 gols
- 2 gols
|
- 1 gol
|
- 1 gol (continuação)
|
Maiores públicos
Como mandante
Estes são os dez maiores públicos presentes do Botafogo na Libertadores como mandante:
Como visitante
Estes são os dez maiores públicos presentes do Botafogo na Libertadores como visitante:
Em campo neutro
O Botafogo disputou uma partida da Libertadores em campo neutro. Este é o público presente:
Notas
- ↑ De acordo com o regulamento, o Botafogo se classificaria para a Copa Libertadores de 1969 por ter sido campeão da Taça Brasil de 1968. No entanto, o atraso no calendário da competição nacional impediu que os clubes classificados participassem do torneio sul-americano.[1]
- ↑ Em 1995, por determinação da FIFA, as vitórias passaram a valer três pontos, em vez de dois pontos.[2]
- ↑ a b c O jogo de volta entre Botafogo e Millonarios, no Rio de Janeiro, não aconteceu porque o time colombiano desistiu do confronto, uma vez que já estava eliminado da competição e preferiu não viajar. Como o time brasileiro se classificou mesmo com um jogo a menos, as fontes divergem sobre como esse resultado foi considerado: algumas afirmam que o Botafogo ganhou os pontos da partida, mas não houve saldo; outras apontam que a CONMEBOL decretou a vitória do alvinegro por 1–0; e outras fontes simplesmente descartam a partida.[6][7] Para efeitos estatísticos nesse artigo, o jogo não é considerado.
Referências
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