O Banco Nacional de México, S.A. (ou Citibanamex por seu acrónimo) é uma instituição de banca múltipla com sede na Cidade de México, integrante de Grupo Financeiro Banamex, a qual é subsidiaria de Citicorp Holdings e esta, a sua vez, é subsidiaria indirecta de Citigroup.[1] É o segundo maior banco em México com uma participação no mercado de 18.5% em activos, 16.7% em carteira de crédito e 17% em depósitos bancários.[2][3]
Sua criação em 1884, constitui o surgimento do primeiro grande banco privado em México[4] com funções de banco de Estado e banco comercial: fúngia como agente do governo federal na negociação e recontratação de dívida externa e a cobrança de obrigações fiscais, ao mesmo tempo que realizava emissões de papel moeda —atividade concessionada à banca comercial ante a ausência de um banco central emissor—, captava a poupança do público e outorgava financiamentos.[2]
Depois de um período de nacionalização bancária nos anos oitenta, Banamex foi adquirido em 1991 por Ações e Valores de México (Accival), encabeçada por Roberto Hernández Ramírez e Alfredo Harp Helú, integrando-se o Grupo Financeiro Banamex-Accival (Banacci). Em 2001, Banacci é vendido a Citigroup e fundido com as subsidiarias de Grupo Financeiro Citibank com presença em México, com o que se conforma o Grupo Financeiro Banamex —sua actual denominação— do qual Banco Nacional de México realiza as operações de banca e crédito.[1]
A restauração de relações diplomáticas e comerciais entre México, França e a Grã-Bretanha em 1880—interrompidas em 1862 durante a Segunda intervenção francesa em México— e a retomada do pagamento da dívida externa aos credores europeus, permitiu a México atrair um maior fluxo de investimento estrangeiro direta em seu sector bancário, particularmente de procedência francesa.[5]
O governo do presidente Manuel González requeria assegurar crédito estrangeiro para financiar a despesa, pelo que se propôs a criação de um banco em sociedade com capitais europeus e se iniciam gestões com o Banco Franco-Egípcio para o constituir. Em Paris, o enviado de México ante França, Emilio Velasco e na Cidade de México, o secretário geral do Franco-Egípcio, Edouard Noetzlin, realizaram negociações de forma paralela para especificar um acordo entre ambas partes. Depois de um ano de conversas, o 16 de agosto de 1881, o governo mexicano outorga a concessão que permitia a Noetzlin o estabelecimento do Banco Nacional Mexicano com faculdades de depósito, desconto e emissão.[6][7] Posterior à aprovação do acordo por parte do Congresso e a assinatura do acta de assinatura, o Nacional Mexicano começou a operar ao público o 23 de fevereiro de 1882[8] com um capital de 20 milhões de pesos, maioritariamente franco-mexicano.[9]
O governo do banco ficou conformado por um Conselho de Administração, integrado por Ramón Guzmán, Félix Grutas, José María Bermejillo, Sebastián Robert, Gustavo Struck e encabeçado por Antonio de Mier e Celis; a direcção a cargo de León Stein e uma Junta de Paris que supervisionava o desempenho geral da companhia e tomava decisões sobre alguns grandes negócios, conformada por membros de importantes bancos europeus como Société Générale de Crédit Industriel et Commercial e o Banque de Paris et Pays Bas (hoje BNP Paribas) que, junto com o Banco Franco-Egípcio, mantinham o 26% do capital total do banco.[10][11][12][13]
Desde seus inícios, o banco foi autorizado para a abertura de sucursais e agências ao longo do país, outorgaram-se-lhe amplas isenções fiscais e, ao possuir o monopólio da emissão de papel moeda, seus bilhetes eram os únicos válidos para o pagamento de impostos, pelo que, eventualmente, se converteu na instituição bancária do governo mexicano.[11]
Ante as prerrogativas outorgadas ao Nacional Mexicano para sua operação, um grupo de comerciantes de origem espanhola que controlava grande parte do negócio por atacado de têxteis, fumo e produtos alimentares na Cidade de México, convocam o 29 de agosto de 1881 a uma reunião para o estabelecimento de um banco nacional que fizesse concorrência ao Nacional Mexicano "a fim de impedir que vão em aumento a prosperidade de outras nações".[14] O Banco Mercantil Mexicano ficou constituído nessa data; é autorizado para operar o 18 de fevereiro de 1882 e inicia operações o 27 de março com quatro milhões de pesos e 305 subscritores, entre os que destacam Nicolás de Teresa, Manuel Ibañez, Rafael Ortiz da Huerta, Antonio Escandón (também accionista do Nacional Mexicano), as companhias francesas Gassier e Reynaud e Ebrard e Cía—antecessoras do Palácio de Ferro e O Porto de Liverpool, respectivamente— e, de maneira particular, o presidente Porfirio Díaz, quem recebeu das autoridades do banco 100 ações, equivalentes a 10,000 pesos mexicanos.[15][16][17]
O Banco Nacional de México foi fundado o 2 de junho de 1884 como resultado da fusão entre o Banco Nacional Mexicano e o Banco Mercantil Mexicano especificada pelos conselheiros de ambas instituições, encabeçados por Antonio de Mier e Celis, Félix Grutas e León Stein do Nacional Mexicano e Nicolás de Teresa, Manuel Ibañez e Rafael Ortiz da Huerta do Mercantil Mexicano. Contava com 24 empregados na Cidade de México baixo a direção de José V. do Collado e sucursais em Mérida, Veracruz, Povoa, Guanajuato, San Luis Potosí e posteriormente Guadalajara.[18] Para 1910, o banco possuía 33 sucursais e 24 agências.[19]
O 1 de setembro de 1982, o presidente José López Portillo declara a nacionalização da banca privada mexicana. David Ibarra Muñoz é nomeado representante do governo federal encarregado de Banamex, removendo a Agustín Legorreta Chauvet em suas funções como presidente do banco. Rubén Aguilar Monteverde continuou como diretor geral até 1983, quando Fernando Solana Morais assume a Direção Geral e a Presidência de Banamex por nomeação do presidente Miguel da Madri.[20] A partir de 1982 e até 1990, Banamex funcionou como Sociedade Nacional de Crédito (S.N.C.)[18]
Na mesma década dos anos oitenta inicia a emissão dos cheques de viajante internacional "Banamex-Visa" e a prestação de serviços de "Banco em sua Casa", "Transferência Eletrônica de Fundos" e "Banca Digital", bem como a emissão dos primeiros cartões duales com as marcas internacionais de Visa e MasterCard. O banco foi pioneiro no lançamento do conceito "Conta Mestre". Banamex incrementa a facilidade de acesso a seus produtos através de Internet, com o primeiro portal financeiro em México onde o utente pode realizar movimento de fundos, pagamentos diversos, consulta de saldos e compras.
** O 18 de setembro de 1991 assume como Presidente do Comité de Direcção, com faculdades conferidas ao Director Geral.[27]