Clara (Lucélia Santos) dirige os ensaios de uma peça teatral sobre Fernando Pessoa ao mesmo tempo que busca constantemente o homem correto e o amor da sua vida. Uma das atrizes é a homossexual Ana (Louise Cardoso), que interpreta o poeta Mário de Sá Carneiro. Ela é amiga e confidente de Clara com quem divide um apartamento. Clara não percebe o amor de Ana, apaixonada por ela, que sempre a ajuda a recuperar-se das decepções. Ao contrário do personagem Sá Carneiro, poeta do decadentismo, do saudosismo, do metafísico e do vago, Ana é o lado pragmático de Clara, que por muitas vezes traz uma visão desiludida como se fosse a do próprio Fernando Pessoa, que pode estar associada aos conceitos dos heterônimos do poeta.[3]
Baixo Gávea é considerado um marco no cinema nacional na década de 1980 por abordar o universo do teatro carioca, o qual o faz sem uso de muitos pudores.[4] Escrevendo para o websiteA Escotilha, o crítico Valsui Júnior descreveu Baixo Gávea como um filme sobre teatro, sororidade e busca do amor: "O filme de Haroldo Barbosa bebe muito das influências das telenovelas globais, inclusive na própria trilha sonora e no figurino. É importante lembrar que o filme foi produzido ainda na era da Embrafilme e, mesmo tratando de temáticas ainda tabuizadas à época, como a homossexualidade feminina e o uso de drogas, ainda é de maneira bastante superficial e estigmatizada."[4]