Foi o primeiro helicóptero do mundo, motorizado com turbina a gás a ser certificado para voo.
As versões militares eram usadas essencialmente em aerofotogrametria, observação, salvamento marítimo, ligação e treino. Na parte civil era usado essencialmente no serviço de resgate e evacuação médica, principalmente em grande altitude, devido a grande potência do seu motor turboeixo.
Desenvolvimento
Origem
1947: Sud Est SE 3000, modelo de duplo rotor com seis lugares, desenvolvido do capturado Focke-Achgelis Fa 223 modelo Alemão do final da Segunda Gerra Mundial. Usava um motor Bramo Fafnir BMW 323 R2 de 14 cilindros em dupla fileira radial, arrefecido a ar que desenvolvia 1000 hp. A tripulação em número de dois acomodava-se numa cabina (cockpit) totalmente envidraçada, com os passageiros, até quatro logo atrás. Um pequeno e pouco poderoso gancho era montado e tanto podia ser utilizado em salvamentos como em transporte de cargas pequenas e leves.[3]
1947: Sud Ouest SO 1100 Ariel, o primeiro helicóptero da Sud Ouest, todo construído em metal, de dois lugares e dois rotores propulsionados por jactos, em pontas opostas.[3]
Junho 1948: Sud Est SE 3101 / 3110 modelos experimentais para teste de um novo, rotor duplo com estabilizador antitorque.[3]
23 de Março 1949: Sud Ouest SO 1110 Ariel II, modelo com cauda modificada e motor de pistões com 190cv.[3]
1951: Sud Ouest SO 1120 Ariel III, o último "Ariel" impulsionado por uma turbina Turbomeca com 275cv.[3]
31 de Julho 1952: Sud Est SE 3120 Alouette, protótipo do Alouette II, apenas uma unidade construída. Bateu o recorde do mundo em circuito fechado ao manter-se em voo durante 13 horas e 56 minutos.[3]
2 de Janeiro 1953: Sud-Ouest SO 1220, protótipo do "Djinn", primeiro voo.[3]
16 de Dezembro 1953: Sud Ouest SO 1221 Djinn, desenvolvimento dos modelos "Ariel", foi um dos sucessos da indústria aeronáutica Francesa, com 178 unidades vendidas para 10 países.[3]
12 de Março 1955: Sud-Est SE 3130 Alouette II, primeiro helicóptero no mundo movido por uma turbina a entrar em produção.[3]
Em 31 de Janeiro de 1961 voou o protótipo SA-3180-01 (ex SE 3130 n°2), tinha uma nova turbina Turbomeca Astazou II de 530cv que substituiu o propulsor inicial, dando origem à última versão SA-318C, construída em números consideráveis, aumentou o total de aeronaves produzidas para 1 303.
O segundo protótipo SA-3180-02, que voou pela primeira vez em 24 de janeiro de 1966 serviu de plataforma de ensaio para um novo rotor. Elaborado com o apoio do construtor Alemão Bolkow, este rotor tinha as pás simplificadas em resina estratificada e embraiagens de ligação reforçadas e a sua principal inovação, a utilização de apenas 70 peças de reduzida lubrificação, em lugar das 377 do rotor original, veio a ser mais tarde utilizado no SA 340 Gazelle.
O SA-318C teve o seu certificado de voo atribuído em frança no final de 1964 e uns meses mais tarde nos Estados Unidos, terminou a sua produção em 1975 e é um dos helicópteros com maior longevidade em todo o mundo.[4]
Especificações
SA 313
SA 318
Diâmetro rotor principal
10,20 m
10,20 m
Comprimento
9,70 m
9,75 m
Largura
2,08 m
2,30 m
Altura
2,75 m
2,75 m
Peso max. descolagem
1600 kg
1650 kg
Velocidade máxima
185Km/h
205Km/h
Velocidade cruzeiro
165Km/h
170Km/h
Tecto voo estacionário c/ efeito solo
1680m
1800m
Tecto voo estacionário s/ efeito solo
1100m
1200m
Tecto máx. prático
3000m
3200m
Combustível (596 litros)
JP-1
JP-1
Autonomia ao nível do mar
4 horas
5 horas
Autonomia à altitude óptima
4h30m
6 horas
Alcance ao nível do mar
540Km
720Km
máx. Alcance altitude máx.
630Km
870Km
Motor - TURBOMECA
Artouste IIC6
Astazou IIA
Potência máx
530cv
530cv
Potência em contínuo
360cv
480cv
Operação em Portugal
O Alouette II foi o segundo modelo de helicóptero ao serviço da Força Aérea Portuguesa, a seguir ao único Sikorsky UH-19 operado desde 1954. Foram recebidas sete unidades em 1957, começando a ser operadas no ano seguinte, uma das quais seria destruída por acidente.
Com o início da Guerra do Ultramar, os seis helicópteros remanescentes foram enviados para Angola, de onde operaram a partir das bases aéreas do Negaje e de Luanda. Foram utilizados sobretudo para evacuações sanitárias e para ligações. A partir de abril de 1963, começaram a ser substituídos em Angola pelos recém adquiridos Alouette III, sendo enviados para a Guiné Portuguesa onde se tinha aberto uma nova frente. Também neste teatro de operações começaram a ser substiuídos por Alouette III, sendo quatro transportados num DC-6 para a nova frente de Moçambique em 1966. Foram finalmente completamente substituídos operacionalmente pelos Alouette III e pelos Puma, sendo todas as unidades colocadas na Base Aérea de Tancos na função de instrução, onde serviram até 1976.
Em 1984, Portugal voltou a receber um segundo lote de Alouette II (11 unidades) provenientes do Exército Alemão, dos quais apenas quatro foram colocados ao serviço na Guarda Nacional Republicana.
Versões
SE-3120 Alouette: protótipo inicial equipado com motor de pistões Salmson 9NH de 200 CV, com o seu primeiro voo em 31 de julho de 1951;
SE-3130 Alouette II: modelo baseado no SE-3120 mas motorizado com uma turbina Turbomeca Artouste IIC ou IIC6;
SA-313 Alouette II: designação, a partir de 1968, dos SE-3130 com turbina Artouste IIC;
SA-313B Alouette II: designação, a partir de 1968, dos SE-3130 com turbina Altouste IIC6;
Hkp 2 Alouette II: versão do SE-3130 produzida na Suécia pela Saab;
SE-3131 Governeur: protótipo de uma versão de transporte VIP do SE-3130, com a fuselagem totalmente carenada;
SE-3140 Alouette II: protótipo equipado com uma turbina livre Turbomeca Turmo II de 400 CV;
SE-3150 Alouette Astazou: protótipos remotorizados com uma turbina Turbomeca Astazou IIA, caixa de transmissões do Alouette III, um rotor principal de 11 m e um rotor de cauda de três pás. Deram origem ao SA-315 Lama;
SE-3180 Alouette II: evolução do SE-3130, com uma turbina Astazou IIA ou IIA2 com um consumo específico inferior e uma embraiagem centrífuga;
SA-318B Alouette II: designação, a partir de 1968, dos SE-3180 com turbina Astazou IIA;
SA-318C Alouette II: designação, a partir de 1968, dos SE-3180 com turbina Astazou IIA2;
SA-315B Lama: evolução do SE-3150, optimizado para operações a muito grande altitude, com uma turbina Turbomeca Astazou IIIB com 550 CV
HAL Cheetah: versão do SA-315 Lama construída sob licença na Índia;
HAL Lancer: modernização do HAL Cheetah;
HB-315B Gavião: versão do SA-315B, fabricada sob licença no Brasil pela Helibrás.