Argentorato[1] (em latim: Argentoratum ou Argentorate) é o acampamento dos legionários romanos na localidade da atual Estrasburgo na Alsácia. O centro de Argentorato foi localizado na Grande Île de Estrasburgo, um dos dois braços do rio Ill, onde atualmente está ainda localizado o centro de Estrasburgo.[2]
História
Argentoratum (celta para castelo branco)[3] foi fundada como acampamento militar romano pelo comandante militar Nero Cláudio Druso no ano 12 a.C., na futura província Germânia Superior. Em sua proximidade já havia um assentamento de gauleses.[4]
A partir do ano 90 a Legio VIII estacionou permanentemente em Argentorato.[6] O acampamento cobria naquela época uma área de 20 hectares e abrigou também uma divisão de cavalaria da legião.[7] Outras legiões estacionaram temporariamente em Argentorato, como a Legio XIV Gemina e a Legio XXI Rapax, esta última sob o imperador Nero.[8]
Escavações arqueológicas sistemáticas sob a direção de Jean-Jacques Hatt, de 1947 a 1953, revelaram numerosos vestígios da antiga Argentorato. Estas escavações aconteceram devido aos danos causados em Estrasburgo na Segunda Guerra Mundial. Verificou-se assim que o acampamento foi totalmente incendiado seis vezes, entre o século I e V, sendo depois reconstruído: nos anos 70, 97, 235, 355, no último quartel do século IV e nos primeiros anos do século V.
Sob Trajano e após o incêndio de 97, Argentorato teve sua maior extensão e mais segura fortificação. Numerosos vestígios arqueológicos da povoação romana também foram encontrados no distrito de Koenigshoffen, ao longo da antiga estrada romana, a atual route des romains.[9] Neste local estavam as mais afastadas necrópoles e o mais densamente povoado vico.[10]
Em 1911 e 1912, numerosos fragmentos de um grande mitreu foram escavados em Koenigshoffen pelo antecessor de Jean-Jacques Hatt, Robert Forrer, que tinha sido destruído na Antiguidade tardia, provavelmente no século IV.[11]
↑Silva, Gilvan Ventura da (2003). Reis, santos e feiticeiros: Constâncio II e os fundamentos místicos da "basileia" (337-361). [S.l.]: EDUFES. ISBN8587106570
↑Robert Forrer: Das Mithra-Heiligtum von Königshofen bei Strassburg. Stuttgart, 1915; Manfred Clauss: The Roman Cult of Mithras. 2001, p. 170–171.
↑Jean-Jacques Hatt: Fouilles romaines sous l’église Saint-Étienne à Strasbourg. In: Comptes rendus des séances de l’Académie des Inscriptions et Belles-Lettres 1956, S. 476–479 (Volltext).
Bibliografia
Robert Forrer: Strasbourg – Argentorate: préhistorique, gallo-romain et mérovingien. 2 Volumes, Istra, Strasbourg, 1927.
Jean-Jacques Hatt: Résultats historiques et topographiques des dernières fouilles de Strasbourg, de 1949 à 1951. In: Comptes rendus des séances de l’Académie des Inscriptions et Belles-Lettres 1952, p. 97–100 (Volltext).
Jean-Jacques Hatt: Les fouilles de Strasbourg et de Seltz en 1952 et 1953. In: Comptes rendus des séances de l’Académie des Inscriptions et Belles-Lettres 1953, p. 211–215 (Volltext).
Jean-Jacques Hatt: Argentorate – Strasbourg. Presses Universitaires de Lyon, Lyon 1993, ISBN 2-7297-0471-X.
Bernadette Schnitzler, Gertrud Kuhnle (Eds.): Strasbourg–Argentorate, un camp légionnaire sur le Rhin. Musées de la ville de Strasbourg, Straßburg 2010, ISBN 978-2-35125-086-0.
Ligações externas
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