Antônio Martins de Almeida (Leopoldina, 22 de outubro de 1900 - Rio de Janeiro, 1963) foi um militar brasileiro.[1]
Entrou no Exército em 1918. Participou da Revolução de 1930 no Ceará e na Paraíba. Foi secretário-geral do Piauí em 1931 e lutou na Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo. No mesmo ano foi promovido a capitão.
Em 1933 foi nomeado interventor federal no Maranhão, cargo que ocupou até 1935.
Durante o seu governo, exerceu uma violenta repressão aos opositores do governo de Getúlio Vargas. Dois capangas armados, conhecidos como Papai Noel e Feitosa, atacavam os desafetos do interventor no Largo do Carmo, em São Luís.[2] A truculência, empregada para garantir a vitória governista nas eleições de 1934, lhe valeram o apelido de Bala na Agulha.[3]
Houve também conflitos com a Associação Comercial do Maranhão. Inicialmente favorável a intervenção, a entidade chegou a indicar o secretário de Fazenda (Francisco Franco de Sá Colares Moreira), encarregado de estabilizar o orçamento estadual. Entretanto, a política de aumentos de impostos levou a uma ruptura, e Martins de Almeida mandou prender os diretores da associação, que respondeu com uma greve do comércio.[4] A política tributária, aliada aos cortes na administração pública, inclusive com demissão de funcionários, contribuiu no entanto para que o governo aumentasse a arrecadação e deixasse o estado em situação financeira equilibrada.[5]
Martins de Almeida também reorganizou os serviços de saúde, assumindo funções das prefeituras, entre elas a fiscalização sanitária dos matadouros e mercados. Expandiu os serviços de saúde no interior do estado promovendo a vacinação nos postos regionais para combater as epidemias de alastrim (varíola menor). Criou a estrutura básica da Colônia do Bonfim.[6] Na área da educação, exonerou vários professores e sua gestão acabaria sendo criticada pelo seu sucessor, Paulo Martins de Souza Ramos, que acusou a desorganização do departamento devido ás lutas partidárias.[7]
De volta ao Rio de Janeiro, seguiu a carreira militar até passar à reserva como general de brigada.
Referências
- ↑ Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «ALMEIDA, ANTONIO MARTINS DE | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 8 de dezembro de 2017
- ↑ MAMIGONIAN, Armen; REGO, José Márcio. O pensamento de Ignácio Rangel. Editora 34, 1998. Página 77
- ↑ COSTA, Marcelo Lima. O projeto de modernização de São Luís nos anos Paulo Ramos (1936-1945). Dissertação (Mestrado em História Social) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2016. Página 67
- ↑ MOTA, Antonia da Silva; GERMANO, Nivaldo. Jerônimo de Viveiros: Sobre o modo de viver e o método de escrever a História do Comércio do Maranhão. In: João Batista Bitencourt; Marcelo Cheche Galves. (Org.). Historiografia Maranhense: dez ensaios sobre historiadores e seus tempos. 1ed.São Luís: Café e Lápis/Editora UEMA, 2014, v. 1. Página 14
- ↑ CALDEIRA, João Ricardo de Castro. Integralismo e política regional: a ação integralista no Maranhão (1933-1937). Annablume, 1999. Página 34
- ↑ LEANDRO, José Augusto. A hanseníase no Maranhão na década de 1930: rumo à Colônia do Bonfim. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.16, n.2, abr.-jun. 2009, p.433-447
- ↑ CRUZ, M. S. . Ampliação e modernização do sistema de ensino primário no interior do Maranhão. In: VII Congresso Brasileiro de História da Educação, 2013, Cuiabá. Página 9