Angatuba é termo indígena que significa abundância de espíritos, ou de forma poética "Mansão das almas". Do tupi: angá, espírito; e tuba, grande quantidade, abundância.
O professor e pesquisador Eduardo de Almeida Navarro classifica este topônimo como um dos 22, dentre 238 de origem indígena, que são considerados inadequados linguisticamente, seja por ferir regras de composição ou de derivação, ou ainda por terem sido formados com lexemas inexistentes nas línguas indígenas, mas que seus idealizadores desejavam criar essa ligação originária. Diz ele:
"Angatuba (1908) – A criação desse topônimo foi uma tentativa de traduzir parcialmente o nome da Freguesia do Espírito Santo da Boa Vista, existente desde 1872. Talvez seu criador quisesse traduzir algo como Lugar do Espírito (Santo). O nome em questão, porém, poderia significar, em Língua Geral Paulista, Ocorrência do Espírito, Ajuntamento de Espíritos. Se a intenção do nomeador foi criar um nome em Tupi Antigo, foi desrespeitada uma regra de composição nesta língua e o nome deveria ter sido Anduba e não Angatuba"[8].
História
Angatuba foi fundada em 1872, quando o capitão José Marcos de Albuquerque comprou por duzentos e cinquenta mil réis, um vasto terreno de matas virgens de propriedade de Maria Genoveva dos Santos, e seus herdeiros João Martins dos Santos e Domingos Leite do Prado.
Nessa época, o terreno situado no município de Itapetininga, chamava-se "Bairro Palmital". Esta seria a primeira denominação do município.
Ali, José Marcos de Albuquerque juntamente com Teodoro Arruda, Salvador Pereira de Albuquerque, Salvador Rodrigues, Felisberto Ramos, Teodoro Rodrigues, José Vicente Ramos e Domiciano Ramos iniciaram a construção de uma capela.
A construção foi interrompida com o falecimento do Capitão José Marcos de Albuquerque e retomada após a viúva, D. Paula Maria de Camargo, casar-se com o tenente-coronel Tomás Dias Batista Prestes.
O coronel Prestes constituiu comissão para retomada da construção com o Alferes José Antônio Vieira, Salvador Ferreira de Albuquerque, Salvador Rodrigues dos Santos, Teodoro José Vieira e Domiciano Ramos. Estes, apoiados pela população do local, concluíram a construção da capela feita em madeira que foi denominada "Capela do Ribeirão Grande do Palmital".
E este foi o segundo nome dado a Angatuba: "Capela do Ribeirão Grande do Palmital".
Tomás Dias Batista Prestes presenteou a comunidade com um pombo de prata, imagem que representa o Divino Espírito Santo, que se tornou o padroeiro da capela.
Em maio de 1873, o tenente Tomás Dias Batista Prestes, consegue a escritura do terreno da capela e em setembro o terreno é anexado ao patrimônio da "Capela do espírito Santo da Boa Vista".
Em 1885 a Freguesia teve anexado território desmembrado de Itapetininga e foi elevada a município pela lei nº. 27 de 10 de março do mesmo ano.
A instalação efetuou-se em 5 de fevereiro de 1887.
Em 1908 a Lei n. 115, alterou o nome para Angatuba que, em tupi-guarani significa "assembleia dos espíritos", "morada dos espíritos" ou "mansão das almas".
Existem historiadores que afirmam que Angatuba significa, em tupi-guarani, "fruta-doce", ou Anga= fruta e tuba= doce.
O primeiro vigário da paróquia da Vila foi o padre Caetano Tedeschi.
A comarca criada pela lei 5285 de 18 de fevereiro de 1959, foi instalada no dia 29 de maio de 1966.
Revolução de 1932
Por uma semana, durante os embates da Revolução de 1932, o município de Angatuba foi ocupado por tropas gaúchas. Consta que com a previsão da invasão do "exército-do-sul" e o medo da população devido a fama de que os gaúchos "destruíam casas e atacavam mulheres", os moradores esconderam suas esposas e filhos pequenos em sítios e/ou cidades vizinhas. Fato curioso foi que com a demora da chegada dos soldados, aos poucos o povo foi retornando para suas casas. Os Gaúchos chegaram quando não mais se imaginava que o município seria tomado. Felizmente nenhum incidente foi registrado e os dias de ocupação foram tranquilos.
Clubes de serviços e associações
Rotary Club de Angatuba: Fundado em 27 de dezembro de 1995, tendo como padrinho o Rotary Club de Itapetininga qual está sob administração do Distrito 4620 de Rotary Internacional desde Mairinque até Ourinhos, passando pelos municípios de Sorocaba, Avaré e Itapeva. O mesmo mantém diversos projetos sociais e ambientais, cabe destaque a edição anual da Limpeza do Rio Paranapanema, a qual retira certa 100m³ de detritos das margens, lembrando que é o único rio no estado de São Paulo livre de poluição.
Associação Comercial e Industrial de Angatuba
Campina do Monte Alegre
Fato importante na história de Angatuba foi o desmembramento de parte de seu território para criação do município da Campina do Monte Alegre.
A área assemelha-se a um apêndice situado a sul do centro geográfico e foi criado pela Lei Estadual nº 7.664, de 30 de dezembro de 1991. O município foi instalado em 1993.