Ameixoeira é um bairro e uma antiga freguesia portuguesa do município de Lisboa, com 1,61 km² de área e 11 863 habitantes (2011). Densidade: 7 368,3 hab/km².
Como consequência de uma reorganização administrativa, oficializada a 8 de novembro de 2012 e que entrou em vigor após as eleições autárquicas de 2013, foi determinada a extinção da freguesia, passando o seu território integralmente para a nova freguesia de Santa Clara.[1]
O território da antiga freguesia situa-se no norte do município de Lisboa, fazendo fronteira com os municípios de Loures e de Odivelas. A sul e a oeste, situa-se a freguesia do Lumiar e a leste situa-se o território da antiga freguesia da Charneca.
População
★ Nos censos de 1864 pertencia ao concelho dos Olivais, extinto por decreto de 22/07/1886. Novos limites foram fixados pelo decreto-lei nº 42.142, de 07/02/1959
Nº de habitantes [2]
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1864
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1878
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1890
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1900
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1911
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1920
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1930
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1940
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1950
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1960
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1970
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1981
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1991
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2001
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2011
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205
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209
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340
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396
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515
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407
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629
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1098
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1080
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2017
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6586
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11004
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10605
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9644
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11863
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+2%
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+63%
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+16%
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+30%
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-21%
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+55%
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+75%
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-2%
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+87%
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+227%
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+67%
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-4%
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-9%
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+23%
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Grupos etários em 2001 e 2011
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0-14 anos |
15-24 anos |
25-64 anos |
65 e + anos
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Hab
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1 404 | 2 084
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1 517 | 1 370
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5 483 | 6 653
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1 240 | 1 756
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Var
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+48%
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-10%
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+21%
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+42%
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História
O território da antiga freguesia da Ameixoeira situa-se num ponto elevado com vista sobre o geral da cidade de Lisboa e arredores, gozando de um belo panorama e largos horizontes, vendo-se Odivelas, Paço do Lumiar, Póvoa de Santo Adrião, serras da Amoreira, de Caneças, Montachique e até a Serra de Sintra. Podemos ver também, nitidamente as freguesias de Sacavém, Portela de Sacavém e Moscavide, o Parque das Nações e, consequentemente, o Rio Tejo, atravessado pela sua Ponte Vasco da Gama e, de outro ângulo se vê a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei. Também se pode ver bem desta freguesia, o Aeroporto de Lisboa, do seu lado oeste.
A antiga freguesia teve várias denominações: até ao século XVII era conhecida por "Mixoeira", denominando-se também "Ameijoeira" e "Funchal".
"Mixoeira" terá surgido a partir do nome de um mouro Mixio ou Mixo, já o nome "Ameijoeira" da grande quantidade de amêijoas fósseis que apareciam. A designação de "Funchal" é atribuída ao facto duma velha tradição dizer ter sido encontrada a imagem do orago da freguesia num funchal, donde proveio o título de Nossa Senhora do Funchal, título conservado até 1541, ano em que se trocou pelo actual.
Vestígios pré-históricos
Desde os tempos pré-históricos que se verificou a ocupação humana do território que é a freguesia da Ameixoeira. Existem diversos vestígios arqueológicos encontrados na freguesia, que vão do Paleolítico ao Calcolítico. Supõe-se mesmo que o Forte da Ameixoeira esteja edificado sobre um povoado Calcolítico e existem referências e achados de cistas funerárias, interpretadas como túmulos celtas na altura da sua descoberta.
Período romano
A presença romana está documentada através de um altar ou cipo, encontrada em 1720 na Várzea de Santa Suzana e que apresentava uma inscrição provavelmente do século III.
Período muçulmano
Do período muçulmano ficaram alguns vestígios - As "covas", tulhas ou silos subterrâneos - e diversas reminiscências lendárias, como a do mouro Mixo ou Amixo ter fundado a povoação e a da batalha travada entre mouros e cristãos e de como estes encontraram a imagem de Nossa Senhora escondida num funchal.
Períodos seguintes
Quando em 1147, se verificou a conquista de Lisboa, já existiria o povoado da Ameixoeira, mas com o nome latino de "Muchinis".
No século XIII existem documentos referentes a propriedades agrícolas da igreja de Santa Marinha situadas no lugar de "Moyxoeira".
O século XIV é pródigo em documentação sobre doações, transacções e possessões das terras da freguesia. Em 1326 há também notícia nesse período de um companheiro de armas de D. João I, chamado "Fernão Gonçalves da Moxoeira".
No século XV, a Ameixoeira tinha uma relativa importância e havia no lugar uma albergaria para pobres e peregrinos.
No início do século XVI, a Ameixoeira procurava constituir freguesia própria separando-se do Lumiar, de que era anexa desde 1266 mas o processo de desanexação só ficou concluído em 16 de Outubro de 1541, com a criação da freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora da Encarnação. De referir que o registo paroquial mais antigo do concelho de Lisboa é precisamente da igreja de Ameixoeira e data de 1540, altura em que a freguesia ainda não estava completamente desvinculada do Lumiar.
Em 1660, foi construída a Fonte da Torrinha, com a sua mãe-d’água. De 1664 a 1681, efectuaram-se grandes obras na igreja, sendo-lhe acrescentada a capela-mor e pintados os painéis do tecto por Bento Coelho da Silveira. Estando como juiz da Confraria de Nossa Senhora da Encarnação da Ameixoeira, em 1688, o desembargador Gonçalo Mendes de Brito ele paga ao azulejador pela colocação de azulejos na nave e é à sua custa que foi feito o retábulo-mor.[3]
O terramoto de 1755 provocou grandes estragos materiais, tanto na igreja como nas casas e quintas da freguesia.
Durante o século XIX a Ameixoeira terá sido o local preferido pelos lisboetas de oitocentos para sangrentos duelos de honra e assistiu a construção do Forte da Ameixoeira.
Durante o século XX a freguesia conheceu a sua fase menos nobre, colocada em abandono durante décadas as suas infra-estruturas históricas foram-se degradando, na freguesia, tendo sido criados bairros sociais para realojar a povoação dos antigos bairros de lata que existiam nas regiões vizinhas da Ameixoeira. As regiões eram elas: Charneca, Cruz Vermelha, Vale do Forno, Odivelas, Quinta do Louro, Galinheiras. A partir deste Plano Especial de Realojamento que centrado nas Galinheiras, realojou várias populações de Lisboa e não só nesta freguesia. Foram também construídos novos empreendimentos também na zona das Galinheiras de custos controlados subsidiados pelo Município para os Jovens, e novas urbanizações como a Alta de Lisboa que descaracterizam uma freguesia que sempre teve forte ruralidade e serenidade. A zona actualmente foi mesmo considerada como problemática e como área critica, devido aos bairros sociais construídos na região das Galinheiras e foi também alvo do projecto europeu LUDA (Large Urban Distressed Áreas) destinado a grandes áreas urbanas carentes e desfavorecidas, com o fim de detectar problemas e sugerir soluções.
Património
Brasão e Bandeira
Armas
Escudo de azul, uma torre hexagonal de prata com fresta de negro em todas as faces, lavrada de negro, movente do contra-chefe, entre duas ameixoeiras de verde, perfiladas de ouro e frutadas de sua cor. Coroa mural de três torres. Listel branco com a legenda a negro: " AMEIXOEIRA - LISBOA ".
Bandeira
Esquartelada de branco e azul, cordões e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro
Monografia
Em 1997 foi editada a 1ª edição da obra Ameixoeira, Um Núcleo Histórico (monografia e outros artigos). Uma detalhada e rigorosa monografia da freguesia da autoria de Eugénio do Espírito Santo, que aguarda a sua 2ª edição, e que pode ser consultada nas Bibliotecas Municipais e na Freguesia da Ameixoeira.
Transportes
A antiga freguesia da Ameixoeira era servida por uma estação de Metropolitano,(linha amarela,com destino ao rato e no sentido contrario a odivelas), assim como por estradas municipais, Eixo Norte-Sul, etc. Várias empresas de transportes colectivos (carreiras da Carris 40B, 736, 703 e 796) passam pelo território da antiga freguesia).Também passam carreiras de autocarros da rodoviaria de lisboa com destino a localidades dos concelhos de odivelas e loures.
Colectividades
Outras Instituições
Espaços Verdes
Bairros
Projectos
A freguesia da Ameixoeira era uma das mais carenciadas e críticas da cidade de Lisboa, a sua posição periférica para isso contribuía.
Ao longo dos tempos foram realizados vários estudos, projectos e planos com vista a minimizar as assimetrias entre a Ameixoeira e as outras freguesias lisboetas, destacando-se:
Arruamentos
A freguesia da Ameixoeira continha 71 arruamentos. Eram eles:
Notas e referências
Ligações externas