Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, antes de enveredar pela carreira diplomática, na primeira década do século XX, integrou o Grupo de Coimbra, no qual se debatiam temas literários, políticos e artísticos, sendo as suas reuniões consideradas à época o centro germinador e propagador do Modernismo em Portugal. Durante esse período, fundou com Thomaz d’Alvim e Luiz Filipe a revista quinzenária A Farça, exercendo o cargo de diretor literário até à extinção da revista em 1910.[3]
Serviu como ministro plenipotenciário de 1.ª classe em Berlim após 1933, até à sua demissão em 1940, acompanhando de perto as alterações no país e no regime nacional-socialista. Nutria grande desprezo pelo movimento nacional-socialista, visível em todos os seus ofícios, chegando a defini-lo como "união dos sem-trabalho para a conquista do poder". Foi afastado das funções que servia em 1940, alegadamente por ter comunicado aos franceses a data exacta do ataque alemão, sendo chamado por Salazar antes que o regime alemão exigisse medidas mais drásticas. Foi substituído nessas funções por Francisco José Nobre Guedes, figura de proa da ala mais fascizante e germanófila do regime português.[5]