Aio era antigamente a designação que se dava ao mestre, tutor ou preceptor[1] que tinha a seu cargo a educação de um príncipe ou uma criança de família nobre.[2]
Portugal
Na Quarta Dinastia do Reino de Portugal surge como sendo um dos ofícios-mores da Casa Real Portuguesa.[3]
Ao Aio competia a “grande missão de preparar um Rei para a conservação de Portugal”, de o tornar “um Homem para o Futuro”. Cabia-lhe a orientação dos estudos do Príncipe Real, nomeadamente a escolha dos seus professores e a vigilância das lições ministradas ou mesmo a direcção de outras. Tinha como vencimento uma quantia que se igualava ao do Mordomo-mor, sendo um dos poucos ofícios-mores remunerados. E de todos os que não eram Grandes Cargos, as suas funções eram as únicas que não se cingiam às cerimónias da corte, mas antes constituíam um serviço efectivo e quotidiano, que implicava uma grande proximidade à Família Real.[4][5]
Por sugestão do Marquês de Soveral, em 1902, o lugar de aio é abolido substituído por um Chefe para a Casa dos Príncipes, cujo título seria designado de "Camarista do Rei ao Serviço dos Príncipes.[6]
Aios da Casa Real Portuguesa
Ver também
Referências
- ↑ Dicionário de sinônimos, LEXIKON Editora, 22/03/2019, pág. 56
- ↑ Dicionário infopédia da Língua Portuguesa (em linha). Porto: Porto Editora, 2003-2019. (consulta 2019-10-11 08:04:46).
- ↑ “Nos bastidores da Corte”: O Rei e a Casa Real na crise da Monarquia 1889-1908, por Pedro Urbano da Gama Machuqueiro, Tese de Doutoramento em História, especialidade de História Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa, Dezembro de 2013, pág. 44
- ↑ “Nos bastidores da Corte”: O Rei e a Casa Real na crise da Monarquia 1889-1908, por Pedro Urbano da Gama Machuqueiro, Tese de Doutoramento em História, especialidade de História Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa, Dezembro de 2013, pág. 84
- ↑ Efectivamente, para além dos denominados Grandes Cargos (Mordomo-mor, Estribeiro-mor, Capitão da Guarda Real dos Archeiros, Chefe da Casa Militar, Mordomo-mor da Rainha e Mestre-sala), apenas o Aio detém alguma importância funcional para lá da presença nas cerimónias da Monarquia - “Nos bastidores da Corte”: O Rei e a Casa Real na crise da Monarquia 1889-1908, por Pedro Urbano da Gama Machuqueiro, Tese de Doutoramento em História, especialidade de História Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa, Dezembro de 2013, pág. 111
- ↑ “Nos bastidores da Corte”: O Rei e a Casa Real na crise da Monarquia 1889-1908, por Pedro Urbano da Gama Machuqueiro, Tese de Doutoramento em História, especialidade de História Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa, Dezembro de 2013, pág. 106
- ↑ Organização da Casa Real: Aios e Preceptores dos príncipes, Blog Monarquia Portuguesa, 1.11.19