Abidos ou Abido (em grego clássico: Ἄβῡδος), uma antiga cidade da Mísia, na Anatólia, situada em Nara Burnu ou Ponto Nagara, no melhor porto da costa asiática do Helesponto.[1] No lado oposto de Abidos fica Sesto, no lado europeu, marcando um dos pontos mais estreitos do Dardanelos, quase dois quilômetros de largura (o ponto mais estreito fica em Çanakkale). O ponto estratégico foi uma área proibida no século XX. A história de Hero e Leandro se passou perto de Abidos.
Abidos foi mencionada pela primeira vez no catálogo dos aliados de Troia (Ilíada ii.836).[2] Provavelmente foi uma cidade dos trácios, como mencionado por Estrabão, mas depois foi colonizada pelos milésios,[1][3][4] com o consentimento de Giges, rei da Lídia, por volta de 700 a.C. Foi ocupada pelos persas em 514 a.C., e Dario I incendiou-a em 512 a.C. Em Abidos Xerxes I construiu duas pontes de barcos e atravessou o estreito em 480 a.C., quando invadiu a Grécia.[1][5][6]
Abidos posteriormente tornou-se um membro da Liga de Delos, até que se rebelou contra o governo de Atenas em 411 a.C.[3] Aliou-se a Esparta até 394 a.C.; o rei Agesilau de Esparta cruzou por ela ao retornar para a Grécia. Abidos, em seguida, passou para o domínio do Império Aquemênida, até 334 a.C.Alexandre, o Grande atirou uma lança em direção a Abidos durante a travessia do estreito e anunciou que a Ásia agora lhe pertencia.
Abidos é celebrada por sua vigorosa resistência contra Filipe V da Macedônia em 200 a.C.,[7] e é famosa na Mitologia como o lar de Leandro.[1] Na literatura, Byron adotou o seu nome em A Noiva de Abidos.[8] Ela cunhou moedas do início do século V a.C. até meados do século III.
A cidade existiu até o final do período bizantino como um importante ponto de pedágio e estação aduaneira do Helesponto, a partir daí sua importância foi sendo transferida para o Dardanelos, devido a construção dos "Velhos Castelos" pelo sultão otomanoMaomé II, o Conquistador (c. 1456).[1]