O Zmar Eco, oficialmente conhecido como ZMar Eco Camping Resort, é um empreendimento turístico no concelho da Odemira, na região do Alentejo, em Portugal. Corresponde ao sítio arqueológico de A-de-Mateus.
Descrição
O complexo turístico situa-se na Herdade de A-de-Mateus, na freguesia de Longueira / Almograve.[1] Em 2020 era composto por um hotel, parque de campismo, uma área desportiva, restaurante e bar, e um parque aquático com piscinas.[2] Segundo um dos principais responsáveis pelo empreendimento, Francisco de Mello Breyner, o ZMar foi «o primeiro parque de campismo com preocupações de sustentabilidade ambiental no país».[3] O parque de campismo foi classificado como de Potencial Interesse Nacional, tendo recebido vários prémios nos campos do turismo e da sustentabilidade.[2] O empreendimento foi homenageado com o Prémio de Construção Sustentável, pelo Salão Imobiliário de Lisboa, e o Prémio Inovação 2010 pela divisão do Turismo do Alentejo.[3] Em 2013 foi um dos destinos classificados como Top Overall Ratings no Prémio Venere, e no seguinte foi premiado com o Certificado de Excelência da Trip Advisor.[4] Também em 2014, foi destacado pela
revista espanhola de viagens Condé Nast Traveler como um dos quinze melhores sítios do mundo para acampar, tendo a jornalista María Bayón considerado que oferecia uma «perspetiva minimalista e visionária do campismo do futuro», e elogiado os esforços que o empreendimento tinha encetado em prol da preservação ambiental, como a utilização de madeiras de origens certificadas, e a instalação de painéis solares.[4]
História
A área onde se encontra a unidade turística foi habitada pelo menos desde a Idade Média, tendo sido descobertos vários materiais daquele período durante uma escavação arqueológica em 2006, incluindo restos de argamassa, escórias e fragmentos de recipientes de cerâmica, que poderão ser vestigios de um núcleo habitacional e de produção metalúrgica.[5] Noutro local, igualmente em 2006, também foram descobertos indícios de possível cronologia medieval, como restos de escória, uma peça pedra polida, seixos em quartzito que demonstram terem sido utilizados, e vários blocos que poderiam ter pertencido a um forno.[6]
O empreendimento foi inaugurado em Junho de 2009,[7] embora só tenha sido inaugurado em 22 de Julho do ano seguinte, numa cerimónia que contou com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Bernardino Trindade, do presidente da entidade do Turismo do Alentejo, Ceia da Silva, e do Presidente da Câmara Municipal de Odemira, José Alberto Guerreiro.[3] Bernardino Trindade considerou a unidade turística como um «belíssimo contributo que o sector empresarial dá ao concelho de Odemira», uma vez que «cria valor neste concelho, emprega mais de 100 pessoas e porque estabelece uma relação com o ambiente absolutamente notável».[3] Comentou ainda que «Estão aqui estabelecidas aquelas que são as melhores práticas em termos de relacionamento com o ambiente e foi construída aqui uma pequena centralidade, pois neste momento pernoitam mais de 700 pessoas o que reflecte bem não só sucesso do empreendimento, mas a capacidade que portugueses e estrangeiros têm de fruir este belíssimo território».[3] Com efeito, em 2009 a unidade teve cerca de quarenta mil dormidas, valor que foi muito ultrapassado no Verão do ano seguinte, tendo estado completo durante toda a época.[3]
Em finais de Abril de 2021, o complexo foi alvo de uma requisição civil por parte do governo, para alojar os casos de confinamento obrigatório e isolamento profilático no concelho de Odemira, no âmbito da Epidemia de Covid-19.[1] Foi utilizado principalmente por migrantes estrangeiros, situação que causou polémica devido à sobrelotação das instalações, e a falta de condições de salubridade.[8]
Ver também
Referências
Ligações externas