Nota: Para a peça de cerâmica decorativa, veja Zellige.
A sinopse deste artigo pode ser extensa demais ou muito detalhada. Por favor ajude a melhorá-la removendo detalhes desnecessários e deixando-a mais concisa.(Junho de 2022)
O filme, que se passa nas décadas de 1920 e 30, fala sobre Leonard Zelig, um homem desinteressante que tem a capacidade de transformar sua aparência na das pessoas que o cercam. É observado inicialmente numa festa, por F. Scott Fitzgerald, que percebe que, ao mesmo tempo em que circula entre os convidados louvando as classes afluentes num sotaque refinado e esnobe, Zelig se mistura aos criados na cozinha, vociferando enfurecidamente contra os "gatos gordos" num forte sotaque proletário. Rapidamente ganha fama internacional como um "camaleão humano".
A dra. Eudora Fletcher (Mia Farrow) é uma psicanalista que quer ajudar Zelig com este estranho distúrbio, quando ele é internado em seu hospital.[1] Através do uso da hipnose, a dra. Fletcher descobre que Zelig anseia tão fortemente por aprovação que se altera fisicamente, na esperança de se adequar aos que o cercam. A determinação da dra. Fletcher permite eventualmente que ela o cure, não sem, no entanto, algumas complicações; ela acaba por elevar tanto a auto-estima de Zelig que ele acaba desenvolvendo temporariamente uma personalidade que é violentamente intolerante a respeito das opiniões de outras pessoas.
A médica descobre que está se apaixonando por Zelig. Devido à cobertura feita pela mídia do caso, tanto o paciente quanto a doutora tornam-se parte da cultura popular de seus tempos. No entanto, a fama é a principal causa de sua divisão; a mesma sociedade que fez de Zelig um herói acaba por destruí-lo.
A doença de Zelig retorna, e ele tenta novamente se adaptar. Diversas mulheres alegam ter se casado com ele, que eventualmente desaparece. A doutora Fletcher o encontra na Alemanha, trabalhando com os nazistas, pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Juntos, fogem e retornam aos EUA, onde são proclamados heróis (depois que Zelig, usando mais uma vez sua habilidade, imita as habilidades de pilotagem de Fletcher e pilota o avião que lhes traz de volta, cruzando o Atlântico, de cabeça para baixo).
Produção
Woody Allen utilizou-se de imagens reais de cinejornais de época, e inseriu a si mesmo e outros atores com o auxílio da técnica do chroma key. Para dar uma aparência autêntica às suas cenas, Allen e o diretor de fotografiaGordon Willis utilizaram diversas técnicas, como localizar algumas das câmeras e lentes utilizadas originalmente durante os períodos mostrados no filme, e até mesmo simulando danos aos negativos, como arranhões e rugas, para fazer com que o produto final parecesse realmente antigo. A mistura aparentemente uniforme de imagens novas e antigas foi obtida com sucesso quase uma década antes da tecnologia cinematográfica digital tornou estas técnicas, usadas em filmes como Forrest Gump, muito mais fácil de ser realizada.
O filme usa participações especiais de figuras reais da academia e de outros campos, como efeito cômico. Em contraste com as imagens em preto-e-branco da época, estas pessoas aparecem em segmentos a cores como elas próprias, comentando o fenômeno Zelig, de um ponto de vista atual (isto é, da época em que o filme foi feito), como se ele tivesse realmente acontecido. Algumas das aparições incluem a ensaísta Susan Sontag, o psicólogo Bruno Bettelheim, o escritor vencedor do Prêmio NobelSaul Bellow, o autor político Irving Howe, o historiador John Morton Blum e a empresária da noite de Paris Bricktop.
Antes de ser exibido no Festival de Cinema de Veneza, o filme estreou em apenas ao ar em seis cinemas por todo os Estados Unidos, e arrecados 60.119 de dólares no fim de semana inicial. Seu faturamente doméstico eventualmente alcançou 11.798.616 de dólares.[2].
Zelig tem a peculiaridade de ter sido o último filme da Orion Pictures a ser lançado pela Warner Bros.; Ao contrário dos outros filmes da Orion lançados pela Warner, cujos direitos foram retidos pela distribuidora original, Zelig é de propriedade da sucessora da Orion, a MGM.
Recepção crítica
Em sua crítica do filme no jornal americano The New York Times, Vicent Canby observou: "a nova comédia [de Allen], excepcionalmente segura de si, é para a sua carreira o que Berlin Alexanderplatz foi para a de Rainer Werner Fassbinder e . . . Fanny and Alexander é para a de Ingmar Bergman . . . Zelig não é apenas impagavelmente engraçado, também é, por vezes, bastante comovente. Funciona simultaneamente como história social, como uma história de amor, como um estudo de diversos tipo de narrativa cinematográfica, como sátira e como paródia . . . É uma comédia praticamente perfeita - e perfeitamente original - de Woody Allen."[3] A revista Variety disse que o filme era "consistentemente engraçado, embora mais acadêmico do que destinado ao público das ruas",[4] e o Christian Science Monitor o chamou de "incrivelmente divertido e comovente".[5]. A Time Out New York o descreveu como "levemente divertido",[6] enquanto o TV Guide escreveu que "as disputas constantes de Allen com a psicanálise e sua identidade judaica - preocupações estridentemente literais na maioria de seus trabalhos - são, pelo menos uma vez, retratadas alegoricamente. O resultado é profundamente satisfatório."[7]