Xarope osmótico ou simplesmente xarope (do árabe sharab: bebida ou poção, relacionado a sciariba: beber; ou do Italiano: sciroppo) é uma solução concentrada de açúcares (sacarose ou substâncias glicogênicas) concentradas em 60º Brix.[1][2] O açúcar quando em concentração superior a 85%, funciona como conservante semelhante ao sal, devido ao efeito osmótico.
Etimologia
O termo xarope é derivado da palavra árabe “sharab” que significa bebida ou poção.[3] Na alquimia antiga, é uma mistura de substâncias medicinais ao qual se atribui propriedades mágicas (feitiçaria).
Uso do xarope
Farmacologia
No ramo da farmacologia é uma mistura aquosa farmacêutica (forma farmacêutica ou fármaco) com alta viscosidade e alta concentração de açúcares em sua composição, com no mínimo 45% p/p (porcentagem em peso) de sacarose e viscosidade de 190 cSt (centistokes) para fármaco sem princípio ativo.[4][5]
Xarope é uma das formas farmacêuticas mais usadas para mascarar sabores desagradáveis (a concentração de sacarose proporciona dulçor e viscosidade - propriedades organolépticas) principalmente em formulações contra tosse (formulações antitussígenas),[6] com uma discreta ação antialérgica e bloqueio de seus receptores.[4] Mas pode ocasionar reações como sensibilidade ao medicamento ativo, hipotenssão, ou sonolência, assim, recomenda-se um tratamento de curta duração.[4]
Por muito tempo foram produzidos antitussígenas com o princípio ativo codeína - uma substância extraída do ópio - como por exemplo: Setux®, Eritós® e, Pambenyl®, que não são mais fabricados e eram usados como drogas recreativas.
Este medicamento, assim como outros contendo corticoides, pode mascarar alguns sinais de infecção e novas infecções podem surgir durante seu uso. Pois, pode ocorrer diminuição na resistência ou dificuldade em localizar a infecção.[7]
No ramo da coquetelaria é usado o shrub, um xarope concentrado feito com: fruta, vinagre e, açúcar, que mistura-se com água para criar bebida refrescante, sendo considerados os primeiros refrigerantes.[8]
O xarope traz facilidades aos barmans na preparação de coquetéis, substituindo o uso de açúcar refinado e outros tipos de adoçantes em pó.[9] Pois, o comportamento deste tipo de adoçante possuem mais efeitos negativos nas misturas.
O uso do xarope também destaca-se na precisão das medidas.[10] No bar, a medida de ‘uma colher bailarina de açúcar’ pode ter variações, mas em uma receita com xarope é possível precisá-la em mililitros, padronizando dos coquetéis (drinks) que poderão ser executados por toda a equipe sem sofrer pequenas variações.[10]
Diferentemente do açúcar granulado, o xarope não decanta, isto é, não fica depositado no fundo do copo, tornando o sabor dos drinks mais uniformes, facilitando a lavagem do copo após o uso.[10] Favorecendo também a textura, proporcionando um visual mais suave, se comparado aos feitos com granulado.[10]
Por ser diluído, o xarope não é motivo de preocupação na preparação e mistura do coquetel.[10] A diluição prévia do açúcar economiza tempo valioso em estabelecimentos e eventos com grande fluxo de clientes.[10]
Substituição do açúcar
Para pacientes que possuem restrições com o uso da sacarose, pode-se substitui-la por polímeros não glicogênicas (isentas de açúcar) que proporcionam viscosidade, que podem ser:[6]
Naturais: como gomas e derivados celulósicos;
Sintéticos: como derivados carboxivinílicos.
Estes polímeros não glicogênicos não são absorvíveis, sendo excelentes transportados de medicamentos destinados a diabéticos e outros que necessitem de controle da glicose.[6] Entretanto, não proporcionam às formulações o dulçor da sacarose, assim, adiciona-se edulcorantes artificiais e agentes flavorizantes e aromatizantes, como por exemplo a sacarina( aproximadamente 250 vezes mais doce que o açúcar).[6]