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A Villa Pisani, também conhecida como Villa La Nazionale, é considerado como o mais imponente e esplendoroso edifício da Riviera del Brenta; localiza-se em Stra, na Província de Veneza, a cerca de 8 km de Pádua, e a sua fachada principal enfrenta o Naviglio del Brenta.
Actualmente, é sede de um museu nacional que conserva obras de arte e mobiliários dos séculos XVIII e XIX.
História
A villa foi mandada construir, a partir de 1721, pelos nobres venezianos Alvise e Almorò Pisani. O palácio foi iniciado pelo arquitecto de PáduaGerolamo Frigimelica, cujos modelos iniciais ainda existem. Depois da sua morte, os trabalhos do magnífico complexo foram confiados ao jovem arquitecto Francesco Maria Preti. O período total de construção estendeu-se por vinte anos. Aqui mistura-se a grandiosidade do barroco e a harmonia do classicismo num estilo que recorda o Palácio de Versalhes e a Reggia di Caserta.
Na época da construção, a villa contava com 114 salas (agora 168), em homenagem simbólica ao 114° Doge de Veneza, Alvise Pisani. Na maior parte delas ainda se pode admirar o traçado original. Nos seus interiores encontram-se estuques e afrescos dos grandes mestres da época, artistas como Fabio Kanal, Jacopo Guarana, Jacopo Amigoni, Andrea Urbani, Andrea Brustolon, Andrea Celesti e Gaspare Diziani.
O salão de baile, com o seu grandioso afresco Glória da Casa Pisani, pintado por Giovanni Battista Tiepolo entre 1760 e 1762, é um dos pontos altos da pintura veneziana do século XVIII. A bombástica alusão do tecto ecoa na agora desabitada estrutura do palácio. As quase cem salas restantes estão agora quase vazias; no primeiro andar existem várias salas com mobílias setecentistas e oitocentistas.
A sua monumentalidade fez com que a villa fosse várias vezes escolhida como residência ou como local de encontros entre monarcas e chefes de Estado ou de governo. A Villa Pisani também hospedou, entre outros, Napoleão Bonaparte, em 1807, que aqui passou uma única vez e a adquiriu para o vice-rei da Itália, Eugène de Beauharnais. Referindo-se ao palácio, Napoleão terá dito: para um Conde muito grande, para um rei muito pequeno. Outros hóspedes foram o CzarAlexandre I da Rússia e o Rei Vítor Emanuel II da Itália.
O jardim barroco original foi redesenhado no século XIX, transformando-se, de acordo com os gostos da época, num jardim paisagístico à inglesa. No parque, encontram-se dispersos grupos de esculturas e vários edifícios, entre os quais a êxedra, aqui como ponto central de seis caminhos, a colina arqueológica, uma orangerie e as magníficas cavalariças, que formam um contraponto com o palácio no eixo principal. As cavalariças possuém um átrio de entrada com quatro colunas, com frontão de templo ao estilo das construções palladianas. Nos lados da fachada de templo alinham-se as alas laterais curvadas. Tipicamente, isto mostra a ligação entre os diferentes elementos construtivos para a realização dum capricho arquitectónico. Por fim, existe um belvedere, cujo terraço panorâmico é acedido por duas escadas em espiral ao ar livre.
Na perspectiva da História da Arte, pode ver-se na planta do jardim um precursor da arte romântica de jardim.
A longa piscina ao centro do parque da Villa Pisani foi construída, em 1911, para servir os estudos hidráulicos do Instituto Hidrográfico da Universidade de Pádua.
De especial interesse é o famoso labirinto (labirinto d'amore), com uma planta de forma trapezóidal, criado entre 1720 e 1721. No centro ergue-se uma torre, coroada no centro com uma estátua de Minerva, o símbolo da sabedoria.
O labinto é constituído por sebes de buxo, sendo um dos três labirintos de sebes sobreviventes até hoje na Itália.