A sonda era composta por um orbitador e um aterrizador e pesava no total 5033 kg. Fez medições da atmosfera do planeta e obteve fotos de sua superfície.[1]
Orbitador
O objetivo do orbitador era atuar como um retransmissor de comunicação para o aterrizador e explorar as camadas de nuvens e vários parâmetros atmosféricos. Consistia de um cilindro com dois painéis solares e uma antena parabólica de alto ganho presa na superfície curva. Uma unidade em forma de sino presa na parte inferior do cilindro, abrigava o sistema de propulsão e na parte de cima havia uma esfera com diâmetro de 2,4 m que abrigava o aterrizador. Pesava 2300 kg e seus instrumentos estão descritos no artigo da Venera 9.[1][2][3]
Aterrizador
O aterrizador era composto de um corpo esférico apoiado, por suportes, numa plataforma toroidal de pouso, na parte superior da esfera havia um disco para o frenamento aerodinâmico e uma torre cilíndrica contendo uma antena helicoidal e o compartimento dos paraquedas. O aterrizador ficava dentro de uma esfera de 2,4 m de alumínio que funcionava como escudo térmico durante a entrada na atmosfera. O aterrizador media 2 m de altura e sua massa e do escudo térmico esférico era de 1560 kg sendo que somente o aterrizador pesava 660 kg.[1][3][4]
O aterrizador separou-se do orbitador em 23 de outubro de 1975 e dois dias depois atingiu a atmosfera de Vênus, sobrevivendo a uma desaceleração de até 168 g e temperaturas de até 12000 °C .[1][3]
Da mesma forma que a Venera 9, a sonda adotou o procedimento de fazer uma descida lenta pela camada de nuvens (usando três paraquedas principais) e uma passagem rápida pela camada mais densa e quente da atmosfera (ejetando os paraquedas e desacelerando usando somente o disco de frenamento aerodinâmico). Dessa forma os três paraquedas eram abertos na altura aproximada de 63 km e após uma descida de 20 minutos, na altura aproximada de 50 km, eram ejetados. A sonda chegou ao solo com uma velocidade aproximada de 7 m/s usando apenas o disco de frenamento aerodinâmico (isso só foi possível devido a alta densidade da atmosfera venusiana) e o impacto era absorvido pela plataforma toroidal que possuía uma parede fina e era prensada contra o solo, absorvendo a energia e mantendo a sonda na vertical. A Venera 10 pousou em um local distante cerca de 2200 km da Venera 9.[1][3][4]
Os instrumentos do aterrizador estão descritos no artigo da Venera 9:[1][3][4]
Alguns resultados
A Venera 10 transmitiu uma foto da superfície de Vênus, tirada de uma altura de 90 cm. O aterrizador deveria transmitir uma foto panorâmica de 360°, mas como uma das proteções da câmera falhou em ser ejetada (o mesmo problema ocorreu com a Venera 9), apenas um panorama de 180° foi recebido . A imagem revela uma superfície bastante lisa (diferente do local de pouso da Venera 9) com ligeiras elevações pedregosas.[1][3]
superfície do local de pouso apresentando rochas grandes e achatadas com lava ou outras rochas desgastadas entre elas;
os constituintes das rochas do local de pouso indicavam serem semelhantes ao basalto;
a velocidade dos ventos no local de pouso variavam de 0,8 a 1,3 m/s[3], ou ainda 3,5 m/s[4];
Após transmitir informações por 65 minutos, o aterrizador encerrou as transmissões. Isso ocorreu não em função das condições adversas na superfície (a temperatura interna da sonda era de 60°C e os instrumentos estavam em operação), mas em função da não retransmissão dos sinais pelo orbitador que já se encontrava fora da linha de visada.[1][3]