Vaso canópico era um recipiente utilizado no Antigo Egito para colocar órgãos retirados do morto durante o processo de mumificação.[1] A forma destes recipientes variou ao longo da história do Antigo Egito, bem como os materiais em que estes foram feitos, que incluíram a madeira, a pedra, o barro e o alabastro.
Os Vasos canópicos ou canopos foram utilizados pelos antigos egípcios para colocar os membros dos faraós e eram objetos fundamentais para a evisceração, um dos processos da mumificação.[2]
Origem do termo
Canopo era nome de uma cidade costeira egípcia localizada na região do Delta do Nilo, perto da actual cidade de Alexandria. Era também o nome de um piloto de Menelau, que teria sido enterrado nesta cidade, onde foi adorado como divindade representada como um vaso com cabeça humana. Quando os primeiros egiptólogos começaram a desenvolver o seu trabalho eles denominavam qualquer vaso que tivesse uma forma humana como "canopo", acreditando que seria a confirmação da lenda grega.
História
Os primeiros recipientes usados com o objeto de guardar as vísceras eram feitos de madeira e de alabastro, possuindo a forma de um cofre. O mais antigo que se conhece é um cofre em alabastro que pertenceu à mãe do faraó Khufu (Quéops), a rainha Heteferés I (IV Dinastia), apresentando quatro compartimentos. Os quatro vasos separados surgiram no tempo de Miquerinos.
No começo do Reino Novo era decorados com a imagem idealizada do defunto. Na parte final do Império Novo começaram a representar-se nas tampas as cabeças de um homem, de um babuíno, de um chacal e de um falcão.
Os vasos canópicos possuíam duas estruturas fundamentais: o vaso propriamente dito e a tampa. A Casa Museu Eva Klabin possui em seu acervo uma tampa de canopo com cabeça de babuíno, atribuída ao deus Hapi, que continha os pulmões sobre a proteção da deusa Néftis. [3]
Na Época Saíta, os vasos deixaram de ser usados para colocar órgãos, sendo maciços.
Os Egípcios acreditam que a preservação desses órgãos era fundamental para assegurar uma vida no Além.
Simbologia
Na versão "clássica" dos vasos canópicos (versão em que cada tampa apresenta as cabeças esculpidas dos animais e a cabeça esculpida de um homem) cada um dos vasos era identificado com uma divindade, conhecidas como Filhos de Hórus: Imseti, Hapi, Duamutef e Kebehsenuef.[1][4]
↑ abcdefg«Canopic jar». Metropolitan Museum of Art. Consultado em 29 de março de 2020
↑BRANCAGLION JR., Antonio (2001). Tempo, matéria e permanência: o Egito na Coleção Eva Klabin Rapaport. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, Fundação Eva Klabin Rapaport. ISBN85-87220-49-7
↑BRANCAGLION JR., Antonio (2001). Tempo, matéria e permanência: o Egito na Coleção Eva Klabin Rapport. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, Fundação Eva Klabin