Urbanismo feminista é uma teoria e um movimento social sobre o impacto do ambiente construído sobre as mulheres. Defensoras e defensores da urbanismo feminista tem uma perspectiva crítica das estruturas patriarcais políticas e sociais que eles acreditam ter impactado negativamente a vida das mulheres e têm limitado o envolvimento feminino no planejamento urbano.[1] Algumas teóricas e teóricos do urbanismo feminista veem o ambiente urbano construído como fundamentalmente inóspito para as mulheres.[2] Assim, o movimento urbanista feminista apoia estratégias para empoderar as mulheres para planejar e desenvolver o futuro do ambiente urbano com as necessidades específicas das mulheres.[3]
Teoria
Como um reflexo da diversidade do campo do urbanismo, teorias do urbanismo feminista tem, de forma variada, estudado o impacto do sexo feminino e a exclusão deste no conhecimento urbano, nos processos políticos de tomada de decisão e no projeto dos espaços urbanos.[4] Teóricas e teóricos tem pesquisado e identificado uma histórica exclusão das mulheres nas áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia civil.[5] Historiadores identificaram a falta de poder e da participação inclusiva das mulheres nas sociedades ocidentais tradicionais como sendo a causa dessa condição inferiorizada.[6][7]
Teóricas e teóricos têm longos estudos de cruzamentos entre comportamento e ambiente e muitos nomes notáveis como Michel Foucault e Henre Lefebvre têm argumentado que a arquitetura reflete e reforça as normas sociais e padrões de comportamento. Lefebvre chega a argumentar que "tudo é ontológica" espacial e que os espaços físicos e o seu desenho desempenham um papel na construção de identidade e nas ideias de individualidade.[5]
As teorias do urbanismo feminista são centradas nos ideais do feminismo, um campo diversificado com vários pontos de vista. Estudiosos do urbanismo feminista têm sugerido que outros movimentos relacionados com a melhoria das condições sociais como o urbanismo radical não necessariamente dão conta de todas as necessidades das mulheres.[8] Por outro lado, algumas estudiosas feministas têm criticado o urbanismo feminista como reforço de estereótipos de gênero com relação ao ambiente urbano, particularmente quanto ao planejamento para a reconstrução de espaços urbanos.[9][10]
Teóricas
Delores Hayden é uma acadêmica e historiadora do urbanismo que analisou a forma como o espaço urbano é impactado pelo gênero, e tem afirmado que os conceitos de vida domestica e domesticidade devem ser considerados quando se estuda arquitetura e urbanismo.[11]
Jeanne Van Heeswijk desenvolveu a teoria de que os artistas podem influenciar o ambiente construído, como a justiça social para a questão da habitação.[12]
Elizabeth Wilson sugere a necessidade de uma estrutura de política social que valorizasse os aspectos femininos das cidades e o papel positivo que as mulheres desempenham na experiência urbana.[13]
↑Andrews, Margaret. "Introduction." (em inglês) Journal of Romance Studies, vol. 7, no. 1, 2007, p. 1+. doi:10.3828/jrs.7.1.1
↑Bondi, Liz; Rose, Damaris (14 de Julho de 2010). «Constructing gender, constructing the urban: A review of Anglo-American feminist urban geography». A Journal of Feminist Geography (em inglês). 10 (3): 229–245. doi:10.1080/0966369032000114000
↑Urban affairs : back on the policy agenda (em inglês). Andrew, Caroline., Graham, Katherine A., 1947-, Phillips, Susan D. (Susan Darling), 1954-. Montreal, Quebec: McGill-Queen's University Press. 2003. 80 páginas. ISBN9780773570146. OCLC768489864
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↑Morton, Patricia. "The Social and the Poetic: Feminist Practices in Architecture 1970-2000" (em inglês). The Feminism and Visual Culture Reader. Jones, Amelia, ed. Psychology Press, 2003.
↑Boyd, Melody (2008). «The Role of Social Networks In Making Housing Choices: The Experience of the Gautreaux Two Residential Mobility Program». Cityscape (em inglês). 10 (1): 41–63
↑Ganim, John M."Cities of Words: Recent Studies on Urbanism and Literature" (em inglês). MLQ: Modern Language Quarterly, vol. 63 no. 3, 2002, pp. 365-382. Project MUSE.
↑Van Heeswijk, Jeanne. "The Artist Will Have to Decide Whom to Service" (em inglês). Actors, Agents and Attendants: Social Housing--Housing the Social: Art, Property, and Spatial Justice. Eds. Andrea Phillips and Fulya Erdemci. 2010, p. 78.
↑Andrews, Margaret. "A new dwelling: reimagining the city in a Spanish feminist context" (em inglês). Journal of Romance Studies, vol. 7, no. 1, 2007, p. 39+. doi:10.3828/jrs.7.1.39
Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Feminist urbanism».