Tumba da Garça (em italiano: Tomba dell’airone) é um sepulcro familiar do século II localizado na Via Giuseppe Ravizza, 12, no quartiere Gianicolense de Roma. Seu nome é uma referência a afrescos de uma garça, um pavão, uma pomba, um pato e três seres fantásticos parecidos com cavalos-marinhos[1].
História
Os quatro pássaros representam o voo de uma alma em direção à vida após a morte enquanto os três animais fantásticos com corpo de serpente e rosto de cavalo, conhecidos como draghos na Itália, tem a função apotropaica de proteger o túmulo dos espíritos de Hades. Entre as pinturas, a mais sugestiva é da garça, representada no ato de levantar voo transportando uma fita. Esta desenha no ar a letra "M", interpretada como sendo a inicial da família proprietária do sepulcro, que mede 6,40 x 4,20 metros de área. Estudiosos supõem tratar-se da gente Mânlia, a mesma que deu origem ao topônimo "Magliana". A hipótese é improvável, mas sugestiva, pois se for este o caso, seria o túmulo "zero" de toda a região e, por se tratar de uma família muito antiga e de boa reputação, apenas a letra "M" seria suficiente para evocar sua presença[2].
As paredes abrigam nichos para urnas cinerárias (dispostas num formato de columbário no entorno do arcossólio do pater familias; o pavimento contém fossos e grandes bancos para inumações. O sepulcro foi inteiramente escavado no tufo com abóbada de berço. Sobre o arcossólio está um segundo afresco, que representa um pavão em movimento, em terra, com as asas ainda fechadas e a cauda aberta. Ba parede esquerda está uma pomba já em voo que bebe em um vaso. Na outra parede está o afresco do pato. Estão presentes também três pequenos afrescos que reproduzem animais fantásticos (dois no arcossólio e um terceiro em um nicho lateral), chamados popularmente de draghos. Estes animais se parecem mais com cavalos-marinhos e os arqueólogos os chamam de "hipocampos". Eles são figuras comuns na região portuense e aparecem também na Necrópole vizinha da Vigna Pia[2].
Finalmente, estavam presentes também diversos elementos decorativos menores, incluindo um pequeno prato de ofertório (uma patera), graciosas rosas vermelhas, uma cesta com flores, um candelabro e uma máscara[2].
Descrição
O sepulcro fica numa posição periférica na vasta área de uma necrópole (conhecida como "Portuense", uma referência à cidade Porto), provavelmente na ligação entre a parte interior (Monteverde) e Pozzo Pantaleo. Ela sobreviveu à destruição provocada pela especulação imobiliária na região por que ficava sob uma via pública, a moderna Via Giuseppe Ravizza. A ela se chega a partir da garagem do condomínio no número 12: depois de um corredor interno e de uma pequena porta de ferro, chega-se ao trecho sob a via onde está a câmara hipogeia[2].
Referências