Togo checoslovaco (Checo: Československé Togo, eslovaco: Česko-slovenské Togo) foi um conceito nunca realizado de uma colóniachecoslovaca na África Ocidental. O autor desta ideia é considerado ser o aventureiro checo Jan Havlasa, mas por vezes também o orientalista checo Alois Musil ou Emil Holub.[1][2] É necessário mencionar que os documentos oficiais não mencionam de qualquer maneira a possibilidade de que a região do Togo iria cair sobre a administração da recém estabelecida Checoslováquia, então a ideia de um território ultramarino checoslovaco é vista apenas como um tipo de "desejo" de alguns habitantes na vez de um facto histórico. Na realidade, o Togo pós-guerra foi dividido entre a França e o Reino Unido.
Contexto histórico
A ideia de estabelecer uma colónia checoslovaca ficou mais próxima depois do final da I Guerra Mundial, quando a Conferência da Paz de Paris com a derrotada Alemanha teve lugar. Aqui foi decidido, entre outras coisas, que o Império Alemão seria despojado dos seus territórios ultramarinos, que incluía o Togo, então conhecido como Togolândia. Em 1919, Havlasa publicou um livreto chamado Colónias Ultramarinas Checas (checo: České kolonie zámořské) no qual identificava o Togo como o território mais adequado para colonização.[3][4] Uma das razões do porquê desta área se tornar numa colónia checoslovaca era o facto da população do Togo na antiga colónia alemã em 1912 ser pouco mais de um milhão[5] e a área ocupada ser um terço da Checoslováquia (para dar uma ideia, a área checoslovaca era 140,446² na altura da sua criação, enquanto a do Togo atual é de 56,789²), então foi julgado que autoridades checoslovacas não teriam problemas em administrar o território. Isto seria conseguido com a ajuda de legiões checoslovacas experientes voltando à Sibéria pelo Oceano Pacífico e pelo Atlântico, enquanto o Togo ainda tinha administração e ordem colonial parcial deixada dos alemães, que estavam familiarizados com os checos, que tinham vivido na área alemã por vários séculos.[3] Existiam mais de 60,000 legionários checoslovacos em trânsito na altura.[1]
Jan Havlasa também teve a ideia que a Checoslováquia podia participar na colonização da Nova Guiné[6]
Alois Musil, junto com Jan Havlasa, foi um dos principais promotores do governo checoslovaco se tornar ativo no estrangeiro[7]
Possível administração
Se o Togo tivesse de facto se tornado numa colónia da Checoslováquia, acredita-se que o minério de ferro e outros bens como cacau, café, milhete e cabedal poderiam ser importados de lá para o porto checoslovaco na Alemanha, que parecia ser um grande benefício para as fábricas checoslovacas.[8] Alguns viajantes, como Vilém Němec, teve a ideia de que grandes empresas como a Škoda ou ČKD poderiam-se envolver na colónia e construir fábricas lá, assim usando a força de trabalho local.[2] Outros proponentes da ideia previram que a população local seria educada com a ajuda de professores checos, parecido ao que tinha acontecido em Transcarpátia.[9] No Togo, checoslovacos também enfrentavam doenças típicas do continente africano, como tripanossomíase africana, febre amarela e malária.
Selos postais alemães
Existem casos de quando superimposições de Č.S.P. apareceram nos postais coloniais alemães do Togo. A origem desta modificação é desconhecida, podia ter sido uma modificação privada (Č.S.P. como uma abreviação do Correio Checoslovaco) por um autor desconhecido em algum excedente dos selos alemães.[10]