O Theatro José de Alencar[1] é um teatro brasileiro, localizado na cidade de Fortaleza, no Ceará. É referência artística, turística e arquitetônica no país, além de ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.[2] Enquanto teatro-monumento, conta com seleta programação cênica e diversificada pauta de atividades sócio-culturais e artísticas. Além disso, por meio das construções e equipamentos anexos, é considerado um grande espaço aglutinador de pesquisa, formação, produção e difusão artística.[3]
História
Foi inaugurado oficialmente em 17 de junho de 1910. Apresenta arquitetura eclética e sala de espetáculo em estilo art nouveau de três andares que comporta 800 lugares. O complexo do Theatro conta ainda com auditório de 120 lugares, foyers, espaço cênico a céu aberto e o prédio anexo, com 2 600 metros quadrados, que sedia seu Centro de Artes Cênicas (CENA), além do Teatro Morro do Ouro; a praça Mestre Pedro Boca Rica, com palco ao ar livre de capacidade para 600 pessoas; a Biblioteca Carlos Câmara; a Galeria Ramos Cotôco, quatro salas de estudos e ensaios; oficinas de cenotécnica, de figurino e de iluminação; o Colégio de Dança do Ceará e o Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar; a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho; o Curso Princípios Básicos de Teatro e o grande jardim projetado por Burle Marx.[4][5]
A peça fundamental do Theatro foi lançada em 1896, no centro da praça Marquês do Herval, hoje Praça José de Alencar, mas o projeto original não foi concretizado. Em 1904, na administração de Nogueira Acioli, foi oficialmente autorizada a construção do Theatro José de Alencar, através da lei n° 768, de 20 de agosto. Em 6 de junho de 1908, as obras oficialmente tiveram início, durando dois anos. O Theatro tem sua estrutura arquitetônica constituída de peças de ferro fundido importadas de Glasgow, na Escócia.[6]
O prédio do complexo que hoje é conhecido como anexo foi incorporado na reforma realizada de 1990.[3]
No início do século, ao fazer o projeto arquitetônico do Theatro, o capitão Bernardo José de Mello imaginou um teatro-jardim, no qual o pátio central seria uma área verde.
O local abriga ainda um busto de Delmiro Gouveia, considerado o precursor da industrialização na Região Nordeste do Brasil.[7]
À época, esta parte do projeto não foi implementada. A parte verde e estatuária só foi construída décadas depois da festa de inauguração, na reforma de 1975. Ao invés do pátio central, o jardim ocupa o terreno vizinho ao original do Theatro, na ala leste, em área que já sediou o Quartel de Cavalaria de Fortaleza. O jardim foi projetado por um ícone do paisagismo brasileiro, Burle Marx. Na sua primeira versão, o jardim contava com espelhos d'água e espécies de todo o mundo. Na reforma de 1991, a equipe do paisagista foi convocada a atualizar o projeto, suprimindo os espelhos d'água e espécies não nativas que exigiam manutenção cara e laboriosa, a qual não podia ser oferecida a contento pela administração do Theatro.[8]
Referências
Ver também