Os teoremas do matemático De Morgan são propostas de simplificação de expressões em álgebra booleana de grande contribuição. Definem regras usadas para converter operações lógicas OU em E e vice versa.
Sendo
X
,
Y
∈ ∈ -->
{
0
,
1
}
{\displaystyle X,Y\in \{0,1\}}
e as operações em
{
0
,
1
}
{\displaystyle \{0,1\}}
sendo
+
,
⋅ ⋅ -->
{\displaystyle +,\cdot }
e
¯ ¯ -->
,
{\displaystyle {\overline {\ }},}
assim definidas:
Operação lógica
Símbolo
Exemplos
OU
+
0
+
0
=
0
{\displaystyle 0+0=0}
0
+
1
=
1
{\displaystyle 0+1=1}
1
+
0
=
1
{\displaystyle 1+0=1}
1
+
1
=
1
{\displaystyle 1+1=1}
E
⋅ ⋅ -->
{\displaystyle \cdot }
0
⋅ ⋅ -->
0
=
0
{\displaystyle 0\cdot 0=0}
0
⋅ ⋅ -->
1
=
0
{\displaystyle 0\cdot 1=0}
1
⋅ ⋅ -->
0
=
0
{\displaystyle 1\cdot 0=0}
1
⋅ ⋅ -->
1
=
1
{\displaystyle 1\cdot 1=1}
Não
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {\ }}}
0
¯ ¯ -->
=
1
{\displaystyle {\overline {0}}=1}
1
¯ ¯ -->
=
0
{\displaystyle {\overline {1}}=0}
As leis
Considere X e Y como variáveis booleanas ou proposições cuja resposta seja {Sim, Não} ou {Verdadeiro, Falso} ou ainda {0,1}.
Seguem as leis de De Morgan conforme algumas notações possíveis:
¬ ¬ -->
(
X
∧ ∧ -->
Y
)
↔ ↔ -->
(
¬ ¬ -->
X
)
∨ ∨ -->
(
¬ ¬ -->
Y
)
{\displaystyle \lnot (X\land Y)\leftrightarrow (\lnot X)\lor (\lnot Y)}
X
∪ ∪ -->
Y
¯ ¯ -->
↔ ↔ -->
X
¯ ¯ -->
∩ ∩ -->
Y
¯ ¯ -->
.
{\displaystyle {\overline {X\cup Y}}\leftrightarrow {\overline {X}}\cap {\overline {Y}}.}
X
∩ ∩ -->
Y
¯ ¯ -->
↔ ↔ -->
X
¯ ¯ -->
∪ ∪ -->
Y
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X\cap Y}}\leftrightarrow {\overline {X}}\cup {\overline {Y}}}
X
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
=
X
¯ ¯ -->
+
Y
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X\cdot Y}}={\overline {X}}+{\overline {Y}}}
X
+
Y
¯ ¯ -->
=
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X+Y}}={\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}}
O complemento, ou negação de um produto (AND ) de variáveis é igual a soma(OR ) dos complementos das variáveis.[ 1]
O complemento, ou negação de uma soma (OR ) de variáveis é igual ao produto (AND ) dos complementos das variáveis.[ 1]
A figura 1.1 mostra o circuito que representa o 1. Teorema e a tabela abaixo representa sua respectiva tabela verdade.
1.1 Teorema
X
Y
X
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X\cdot Y}}}
X
¯ ¯ -->
+
Y
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X}}+{\overline {Y}}}
0
0
1
1
0
1
1
1
1
0
1
1
1
1
0
0
A figura 1.2 mostra o circuito que representa o 1. Teorema e a tabela abaixo representa sua respectiva tabela verdade.
1.2 Teorema
X
Y
X
+
Y
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X+Y}}}
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}}
0
0
1
1
0
1
0
0
1
0
0
0
1
1
0
0
Observada a equivalência na saída das tabelas, isto prova o mesmo comportamento lógico.
Considere a seguinte expressão:[ 2]
A
+
B
+
C
¯ ¯ -->
¯ ¯ -->
=
X
{\displaystyle {\overline {A+B+{\overline {C}}}}=X}
Aplicando os teoremas de De Morgan :
A
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
B
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
C
¯ ¯ -->
¯ ¯ -->
=
X
{\displaystyle {\overline {A}}\cdot {\overline {B}}\cdot {\overline {\overline {C}}}=X}
A
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
B
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
C
=
X
{\displaystyle {\overline {A}}\cdot {\overline {B}}\cdot C=X}
Textual
Não (X E Y) = Não (X) Ou Não (Y)
Não (X Ou Y) = Não (X) E Não (Y)
Generalização
A ideia é que ao "aplicar" a barra (operador Não) sobre uma outra operação, esta muda seu sinal, restando uma barra para cada membro da operação. Exemplos:
X
+
Y
+
Z
¯ ¯ -->
=
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X+Y+Z}}={\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}}}
X
⋅ ⋅ -->
Y
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
=
X
¯ ¯ -->
+
Y
¯ ¯ -->
+
Z
¯ ¯ -->
{\displaystyle {\overline {X\cdot Y\cdot Z}}={\overline {X}}+{\overline {Y}}+{\overline {Z}}}
No caso geral, dado X um conjunto qualquer, temos [ 3] :
X
∖ ∖ -->
⋃ ⋃ -->
i
∈ ∈ -->
I
A
i
=
⋂ ⋂ -->
i
∈ ∈ -->
I
(
X
∖ ∖ -->
A
i
)
{\displaystyle X\backslash \bigcup \limits _{i\in I}A_{i}=\bigcap \limits _{i\in I}(X\backslash A_{i})}
X
∖ ∖ -->
⋂ ⋂ -->
i
∈ ∈ -->
I
A
i
=
⋃ ⋃ -->
i
∈ ∈ -->
I
(
X
∖ ∖ -->
A
i
)
{\displaystyle X\backslash \bigcap \limits _{i\in I}A_{i}=\bigcup \limits _{i\in I}(X\backslash A_{i})}
Prova
Se de fato
X
+
Y
+
Z
¯ ¯ -->
=
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
,
{\displaystyle {\overline {X+Y+Z}}={\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}},}
então:
(
X
+
Y
+
Z
)
+
(
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
)
=
1
{\displaystyle (X+Y+Z)+({\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}})=1}
(
X
+
Y
+
Z
)
⋅ ⋅ -->
(
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
)
=
0
{\displaystyle (X+Y+Z)\cdot ({\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}})=0}
a)
(
X
+
Y
+
Z
)
+
(
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
)
=
(
X
+
Y
+
Z
+
X
¯ ¯ -->
)
⋅ ⋅ -->
(
X
+
Y
+
Z
+
Y
¯ ¯ -->
)
⋅ ⋅ -->
(
X
+
Y
+
Z
+
Z
¯ ¯ -->
)
=
{\displaystyle (X+Y+Z)+({\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}})=(X+Y+Z+{\overline {X}})\cdot (X+Y+Z+{\overline {Y}})\cdot (X+Y+Z+{\overline {Z}})=}
=
(
Y
+
Z
+
1
)
⋅ ⋅ -->
(
X
+
Z
+
1
)
⋅ ⋅ -->
(
X
+
Y
+
1
)
=
1
⋅ ⋅ -->
1
⋅ ⋅ -->
1
=
1
{\displaystyle =(Y+Z+1)\cdot (X+Z+1)\cdot (X+Y+1)=1\cdot 1\cdot 1=1}
primeiro usamos a propriedade distributiva do operador
+
,
{\displaystyle +,}
depois a propriedade comutativo (passo não mostrado), então vemos a soma de elementos complementares
X
+
X
¯ ¯ -->
=
1.
{\displaystyle X+{\overline {X}}=1.}
b)
(
X
+
Y
+
Z
)
⋅ ⋅ -->
(
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
)
=
X
⋅ ⋅ -->
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
+
Y
⋅ ⋅ -->
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
+
Z
⋅ ⋅ -->
X
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Y
¯ ¯ -->
⋅ ⋅ -->
Z
¯ ¯ -->
=
0
+
0
+
0
=
0
{\displaystyle (X+Y+Z)\cdot ({\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}})=X\cdot {\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}}+Y\cdot {\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}}+Z\cdot {\overline {X}}\cdot {\overline {Y}}\cdot {\overline {Z}}=0+0+0=0}
Primeiro usamos a propriedade distributiva do operador
⋅ ⋅ -->
,
{\displaystyle \cdot ,}
depois usamos a propriedade de comutatividade (esse passo não foi mostrado), então usamos a propriedade de elementos complementares
X
⋅ ⋅ -->
X
¯ ¯ -->
=
0
{\displaystyle X\cdot {\overline {X}}=0}
Os teoremas de De Morgan são usados para provar que toda lógica booleana pode ser criada somente com portas lógicas NAND ou NOR .
Referências
↑ a b FLOYD, Thomas L.; Sistemas digitais: Fundamentos e aplicação, 9ª ed, página 250, Bookman, 2007, Porto Alegre
↑ TOCCI, Ronald; Sistemas digitais: princípios e aplicações, Ronald J. Tocci, Neal S. Widmer, Gregory L. Moss, página 65, Pearson Education, São Paulo-SP, 2007.
↑ MUJICA, Jorge; Notas de Topologia Geral
Ligações externas