São Martinho das Chãs é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de São Martinho das Chãs do Município de Armamar, freguesia com 9,67 km² de área[1] e 478 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 49,4 hab./km².
São Martinho é uma freguesia bastante grande com três povoações: São Martinho, Gogim e Lumiares. Com 762 habitantes (Censos 2001) e 226 famílias clássicas é a segunda maior em área total com 9,7 km² (num total de 117,1 km² que tem o Município).
História
A povoação fez parte do termo da vila de Lumiares até à extinção do mesmo Concelho em 1834, altura em que passou a integrar o de São Cosmado até 1855. É uma das mais antigas paróquias da diocese de Lamego e o templo primitivo que existia no local da atual igreja terá origens no período da monarquia visigótica. (século VI).
Em 1527 o “Numeramento” dava à cabeça de Concelho (Lumiares) 43 moradores, tendo: S. Martinho, 30; Vila Nova, 6; Santa Cruz, 43; Gogim, 63; e Casal de Fagilde, 2. Todos estes lugares eram pertencentes ao Concelho de Lumiares.
No Couto de Lumiares, composto pelas povoações de S. Martinho, Gogim, Vila Nova e Santa Cruz imperou o influente barão e trovador medieval D. Abril Peres, bisneto de Egas Moniz.
Património
As ruas de São Martinho, estreitas e compondo na sua totalidade um povoado muito compacto, remontam ao típico ordenamento medieval. Do património de S. Martinho ressalta a importância da Igreja Paroquial, coeva da de Armamar e das mais antigas do Município. É um monumento que requer uma visita atenta para apreciar alguns pormenores interessantes: um relógio de sol na parede sul; a torre do relógio; a cornija repleta de modilhões representando motivos simbólicos, isto para falar só do exterior do monumento.
Geografia
A freguesia de São Martinho das Chãs, situada na parte sul do Município e já numa zona de transição para climas mais frios, teve e tem uma agricultura diferente da que encontramos nas freguesias mais a norte, junto ao vale do Douro. Aqui se produzia antigamente muito cereal, nomeadamente centeio e milho, azeite e vinho.
Nos dias de hoje já não se vê cereal nem azeite e, mesmo vinhas, são muito poucas. A cultura dominante é a maçã. Gogim é o centro da fruticultura do Município. Na freguesia estão concentradas grande parte das unidades de refrigeração que conservam toneladas de maçã entre o período da colheita e expedição para os pontos de venda.
A cultura da maçã terá surgido aqui pela mão de D. Francisco Maria Martinho de Almeida Manuel de Vilhena (9.º conde de Vila Flor e 2.º de Alpedrinha). Era um famoso engenheiro agrónomo e a ele se deve a experiência bem sucedida da cultura da maçã em Gogim.
Em Gogim merece destaque pela sua beleza, imponência e importância histórica a Casa Grande. Residência nobre, é o único solar existente no Município e aqui viveram os condes de Vila Flor e Alpedrinha. Tem capela particular de invocação a S. Domingos. Em 1713 teve obras de reconstrução para receber a boda de D. Miguel Teixeira de Carvalho (1669-1756) com D. Maria Engrácia de Albuquerque. Este acontecimento marcou a memória dos habitantes de Gogim e de todas as gentes do Concelho pela dimensão da festa com grande número de convidados, e pela abundância das sedas e dos damascos e o luxo dos coches que ali se viram.
Lumiares, a outra povoação da freguesia, foi em tempos terra muito importante. Cabeça de Concelho e de Condado, no primeiro terço do século XIV era paróquia da diocese de Lamego.
Teve foral antigo e D. Manuel concedeu-lhe foral novo em 9 de março de 1515 com casa de Câmara, vereadores e justiça própria com juiz. Em 1834 o Concelho foi extinto.
Do património de Lumiares, que terá sido muito rico, pouco resta. A capela paroquial, de invocação a Sra. da Graça persiste juntamente com o pelourinho, muito embora este tenha sido transformado em cruzeiro. No entanto não há grandes vestígios da arquitetura urbana medieval, nem dos paços nobres que foram habitação dos filhos de Egas Moniz e depois de D. Abril Peres, senhor do Condado.
Demografia
A população registada nos censos foi:[2]
População da Freguesia de São Martinho das Chãs[3] |
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Ano | Pop. | ±% |
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1864 | 1 004 | — |
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1878 | 1 099 | +9.5% |
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1890 | 1 085 | −1.3% |
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1900 | 1 135 | +4.6% |
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1911 | 1 107 | −2.5% |
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1920 | 1 042 | −5.9% |
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1930 | 1 102 | +5.8% |
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1940 | 1 032 | −6.4% |
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1950 | 1 168 | +13.2% |
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1960 | 1 097 | −6.1% |
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1970 | 1 011 | −7.8% |
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1981 | 903 | −10.7% |
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1991 | 759 | −15.9% |
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2001 | 726 | −4.3% |
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2011 | 549 | −24.4% |
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2021 | 478 | −12.9% |
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Distribuição da População por Grupos Etários[4]
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Ano
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0-14 Anos
|
15-24 Anos
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25-64 Anos
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> 65 Anos
|
2001
|
127
|
111
|
353
|
135
|
2011
|
76
|
71
|
278
|
124
|
2021
|
40
|
66
|
243
|
129
|
Referências
Ligações externas