Projetado em 1936 por Reginald Mitchell, que na década de 1920 criou o também famoso Supermarine S6, entrou em serviço em agosto de 1938, na versão Mk I. O seu nome significa em inglês "cuspir fogo" sendo a expressão designadora de uma pessoa, especialmente mulher, de temperamento explosivo.[2][3][4]
No final de 1941, quando os nazis já estavam focados no seu principal objetivo, a invasão da então União Soviética (Operação Barbarossa), foi introduzido um caça que superava o Spitfire em performance: o alemão Focke-Wulf Fw 190. Por esta época o Spitfire Mk V começou a ser produzido sob licença, tanto nos Estados Unidos quanto na União Soviética. A resposta da RAF foi o desenvolvimento de versões mais potentes e pesadas. Após o Spitfire Mk V, foi produzido em grande escala o Spitifire Mk IX, a versão mais popular que competia em pé de igualdade com o Fw-190A5.[10]
O Spitfire foi produzido desde 1938 até 1948. Do Mk I equipado com motor Merlin de 990 hp e desenvolvendo uma velocidade de 560 km/h, até o Mk 47 equipado com motor Griffon de 2 200 hp e desenvolvendo uma velocidade de 723 km/h.
Inicialmente visto como uma solução para combater o Bf-109 acima dos 25 mil pés, o Mk V foi a versão mais produzida do Spitfire. Foi também produzido em diferentes sub-tipos, todos equipados com o motor Merlin 45 ou 46, com 1.230 hp. Basicamente, o que determinava a versão era a asa. O Mk Va era equipado com 8 metralhadoras Browning, o Mk Vb possuía dois canhões de 20 mm Hispano e quatro metralhadoras, e o Mk Vc possuía a asa “universal”, que podia ser equipada com combinações de canhões e metralhadoras, dependendo da necessidade ou preferência do piloto. Algumas asas, podiam ser equipadas com pontas especiais alongadas, para interceptação a alta altitude, ou pontas curtas para missões a baixa altura. Equipados com superchargers modificados para aumentar a potência a baixa altura e com filtros de areia Vokes, os Mk V foram enviados para o Norte da África.
Em junho de 1942, um Fw-190 pousou em Pembrey, após seu piloto ter se perdido no mau tempo. Isto deu a RAF, a oportunidade de testar a aeronave contra o Spitfire Mk V, e o caça alemão mostrou-se melhor em todos os aspectos, com exceção da habilidade de realizar curvas. Aguardando a chegada do Mk IX, alguns Mk V tiveram a ponta da asa removida em 4 pés e 4 polegadas, para aumentar a velocidade em altitude média.
O primeiro Mk IX chegou em julho e foi designado para o Esqudrão Nº 64 em Hornchurch. Ele possuía um grande ganho em desempenho, especialmente no que diz respeito a razão de subida e velocidade máxima, que agora era de 410 mph. Testado contra o capturado Fw-190, o Mk IX mostrou-se com desempenho favorável.
Em 1944, o Spitfire XIV começou a substituir gradualmente a versão IX, a versão VIII foi designada ao teatro do mediterrâneo e pacífico. A versão XIV era a mais rápida de todas, porém também a mais pesada, o grande motor americano fez o Spitfire perder um pouco a sua silhueta. Em 1944 começaram a modificar os motores do Spitfire LF IX para obter um impulso a 25 libras, que aumentava a potência do motor em média e baixa altitudes.
Os Spitfire atuaram também como caças-bombardeiros em apoio ao 2º Exército Britânico, quando de seu avanço até o Rio Reno. Na fatídica Operação Market Garden e dos subsequentes voos de ressuprimento das tropas, os Spitfires escoltaram as aeronaves de transporte. No dia 5 de outubro, o primeiro jato Me-262 a ser abatido, o foi por um Spitfire do Esquadrão Nº 401.
Foi empregado em missões alternativas ou humanitárias, quando os suportes sob as asas foram modificados, por exemplo, para carregarem barris de cerveja no lugar de bombas.
Os Spitfire também escoltaram os Lancaster e os Halifax nos dois últimos grandes ataques da guerra, contra Heligoland e Wangerooge. Um dos pilotos que participou da escolta foi Bobby Oxspring, que havia começado a guerra voando o Spitfires no Esquadrão Nº 66, em fevereiro de 1939, e agora a estava terminando, como Comandante do Grupo Nº 24, ainda pilotando Spitfires
A última batalha na Segunda Guerra foi com esquadrões de Seafire Nº 801 e 880, em 1945. Eles eram equipados com tanques auxiliares americanos, que aumentava-lhes o raio de ação em 50%. Esses Mk III, no dia 15 de agosto, escoltando torpedeirosAvenger, abateram 8 caças Zero.
Após a Segunda Guerra, Spitfires e 109s voltaram a se enfrentar e até mesmo voar juntos na Guerra Árabe-Israelense.
Versões
Ao todo, foram construídas 20.351 unidades, em mais de quarenta versões, que podem ser divididas em três grandes categorias:
A partir de 1942, foram adquiridas pela Aeronáutica Militar cento e doze aeronaves. Com a criação da Força Aérea foram transferidas para o novo Ramo. Foram abatidos em 1955.
Remanescentes
A produção do Spitfire cessou em 1948. Atualmente restam menos de cinquenta exemplares espalhados pelo mundo, entre museus aeroespaciais e colecionadores particulares. Um destes raros exemplares pertence ao Museu Asas de um Sonho, instituição privada pertencente à companhia aéreabrasileiraTAM.
8 x metralhadoras .303 de 7,7 mm (0,303 in) Browning, 350 rpg
2 x canhões Hispano II de 20 mm (0,787 in) com 60 tiros 4 x metralhadoras .303 de 7.7 mm (0,303 in) Browning, 350 rpg 2 x bombas de 113 kg (249 lb) ou 1 x de 227 kg (500 lb)
2 x canhões Hispano II de 20 mm (0,787 in) com 60 tiros 4 x metralhadoras .303 de 7.7 mm (0,303 in) Browning, 350 rpg
Bowyer, Chaz (1994). Supermarine Spitfire. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S/A. 64 páginas. ISBN85-215-0021-1
Delve, Ken; Alfred Price (2007). The Story of the Spitfire. An Operational and Combat History (em inglês). [S.l.]: MBI Publishing Company. ISBN1-85367-725-6A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)