Conhecido como "Chave do Mar do Sul", trata-se de um dos maiores sistemas de fortificaçõescoloniais da América espanhola. A sua função era não apenas a de defender o acesso marítimo à cidade de Valdivia das potências coloniais estrangeiras, piratas e corsários, mas também de servir como base para as embarcações espanholas que faziam a rota do Cabo Horn.
História
Antecedentes
Valdivia foi inicialmente estabelecida em 1552 com o nome de "Santa María la Blanca de Valdivia" pelo conquistadorPedro de Valdivia, fundador de Santiago de Chile. Um ano após o desastre de Curalaba (1598) a povoação foi abandonada pelos espanhóis e destruída pelos Mapuches.
O ambicioso projeto iniciou-se no ano de 1635 com o levantamento cartográfico da área. Na ilha Mancera, ao centro dos demais fortes projetados, foi erguido o Castelo de São Pedro de Alcântara (1645) e, em torno de si, foram edificadas as fortificações de Corral, Niebla e Amargos. O Castelo de São Sebastião também foi iniciado em 1645.
A última das fortificações construídas foi o Castelo da Pura e Limpa Concepção de Monfort de Lemus, em 1671.
Apesar do seu porte, este sistema defensivo não entrou em ação até 1820 quando sofreu o assalto das forças independentistas do Chile durante a campanha de captura de Valdivia. Até então esse sistema pertencia administrativamente ao vice-reinado do Peru e não à capitania-geral do Chile.
Com dois baluartes, artilhado com pelo menos vinte peças de artilharia de grosso calibre, as suas muralhas eram cercadas por um fosso. Em seu interior erguiam-se oito edificações de alvenaria de pedra e treze de madeira, compreendendo a Casa do Governador, os Quartéis, a Casa da Palamenta, o paiol de pólvora, um hospital (1764) e a Igreja de Santo Antônio (1774).[1]
Castelo da Pura e Limpa Concepção de Monfort de Lemus
Esta fortaleza foi edificada em 1671, em Niebla, assim batizado em homenagem ao então vice-rei do Peru, Pedro Antonio Fernández de Castro, conde de Lemos. Em seu terrapleno erguiam-se as edificações de serviço, entre as quais se destacam o paiol de pólvora, um forno e uma igreja.[2] Artilhada com catorze peças, cruzava fogos com as fortificações de Corral e Amargos.[3]
O monumento foi restaurado em 1992 com recursos dos governos chileno e espanhol, no contexto das comemorações do Quinto Centenário do Descobrimento da América.