Sem Controle é um programa de televisão humorístico brasileiro produzido e exibido pelo SBT entre 28 de março e 2 de novembro de 2007. Foi criado por Eduardo Martini, sendo escrito e dirigido por Henrique Zambelli.[1] O programa foi pautado nos mesmos moldes do humorístico Zorra Total, da Rede Globo, e dos argentinos Petardos e Rompeportones, do Canal 13 Argentina.[2]
Sinopse
O programa contava com quadros fixos, com personagens caricatos e bordões marcados, inspirados nas situações vividas por pessoas comuns em seu dia a dia.[3] Entre os quadros mais conhecidos estiveram o bordel de Madame Renné, uma cafetina interpretada por Dani Calabresa que extorquia suas funcionárias, e as confusões de um casal idoso, interpretados por Rosana Pena e Milton Levy.[4]
Produção
A ideia do programa foi trazida da Argentina por Silvio Santos, que ao assistir os humorísticos argentinos Petardos e Rompeportones, exibidos originalmente pela Canal 13, propôs fazer algo similar no Brasil.[2] O ator e diretor Eduardo Martini ficou responsável pela idealização e criação do programa.[5] O piloto original foi gravado em dezembro de 2006, trazendo um elenco formado exclusivamente por atores de teatro, incluindo Ângela Dip, Ary França, Flávia Garrafa, Gerson Steves, Noemi Gerbelli e o próprio Eduardo.[2] A gravação não agradou Sílvio, que achou o texto muito sofisticado e queria um humor mais popular e com piadas eróticas como o Zorra Total fazia na época.[6] Em janeiro de 2007 um outro piloto foi gravado com outro elenco.[2]
Em 28 de março de 2007 o programa estreia nas noites de quarta-feira às 20h30 com texto e direção de Henrique Zambelli.[7][8] A partir de 8 de setembro passou para as noites de sábado, entrando logo após o Quem Perde, Ganha, às 23h.[9] A direção do programa também mudou, passando para Antonino Seabra.[10] Após oito meses de exibição, o programa foi cancelado e o último episódio foi exibido em 2 de novembro.[11] O elenco e a equipe foram avisados durante a gravação que estavam demitidos.[12]
Elenco
Quadros
- Distrito 171: uma delegacia que satirizava os problemas da violência e corrupção. No local trabalham o agente Cardoso (Marco Martini), que sempre tentava passar a perna no delegado para ocupar seu cargo, o delegado Matoso (Milton Levy), um oficial corrupto e que forjava crimes que não acabavam de boa forma, e o soldado Linhares (Laert Sarrumor), que ajudava o delegado em suas armações, além do bandido Mão Grande (Tadeu Menezes), um detento que sempre tentava se dar bem.[13]
- Hospital: um pronto-socorro onde aconteciam diversos casos impensáveis, com uma equipe formada pelo médico atrapalhado Dr. Machado (Eduardo Silva) e a enfermeira grosseirona Penicinilda (Dani Calabresa).[4]
- Meg Star: uma estrela decadente (Delurdes Moraes) que tentava voltar à fama das formas mais lúdicas com a ajuda de seu empresário (Eduardo Silva).[14]
- Bordel de Madame René: um bordel de uma cafetina (Dani Calabresa) que extorquia suas funcionárias e armava para que os clientes deixassem o dinheiro sem conseguir chegar perto das garotas.[4]
- Família Silva: uma família comum de classe média comum, formada pelo pai Grimaldo (Milton Levy), a esposa neurótica Catarina (Rosana Penna), a filha adolescente Priscila (Amanda Maya), o avô quase surdo Chico (Carlos Grillo) e a empregada Giselda (Luziane Baierle). Na casa sempre estava o namorado de Priscila, o folgado Vadinho (André Correa).[15]
- Vida de criança: uma criança metida à adulta, Angélica (Dani Calabresa), que sempre faz seu avô (Beto Chiaratto) passar vergonha em público por falar demais e faz com que ele se meta em confusão.[4]
Audiência
Em sua estreia o programa marcou 9 pontos de audiência, segundo os dados do IBOPE, garantindo a vice-liderança.[5]
Recepção da crítica
O programa teve, em sua maioria, crítica negativas. Mariane Morisawa, do portal Terra, disse que o programa ia do "mofo ao mau gosto" ao repetir clichês e fazer piadas preconceituosas, especialmente com homossexuais, dizendo que "O programa é mais uma amostra de que quem está sem controle é mesmo Silvio Santos.[17] Segundo Flávio Ricco, do jornal O Povo, o programa era "muito ruim" e impossível de vender comercialmente, afastando os patrocinadores.[3]
Referências
Ligações externas