Rishikesh (em hindi: ऋषिकेश; em sânscrito: हृषीकेश) é uma cidade, conselho municipal e uma taluca no distrito de Dehradun, no estado indiano de Uttarakhand. Situada aos pés do Himalaia no norte da Índia, é conhecida como portal para a região de Garhwal[1] and 'Yoga Capital of the World'.[2] Fica a aproximadamente 25 km ao norte de Haridwar e a 43 km a sudeste da capital estadual, Dehradun. Rishkesh é conhecida como lugar de peregrinação e reconhecida como um dos lugares mais sagrados para os hindus. Santos e sábios hindus visitaram Rishikesh desde a Antiguidade em busca de elevação de conhecimento.[3]
Em setembro de 2015 o ministro do Turismo da Índia, Mahesh Sharma, anunciou que Rishikesh e Haridwar receberiam o título de "cidades-gêmeas patrimônio nacional".[4] Em função da importância religiosa do lugar, comida não vegetariana e bebidas alcoólicas são estritamente proibidas em Rishikesh.[5]
Etimologia
IAST: "Hṛṣīkeśa" (em sânscrito: हृषीकेश) é um nome de Vishnu composto de hṛṣīka significando 'sentidos' e īśa significando 'Senhor', rendendo assim 'Senhor dos Sentidos'.[6][7] O nome celebra uma aparição de Vishnu a Raibhya Rishi, como resultado de sua tapasya (austeridades), como Hrishikesha.[8] No Escanda Purana, esta área é conhecida como Kubjāmraka (कुब्जाम्रक) em função de Vishnu ter aparecido sob uma mangueira.[7] Outra lenda diz que um fogo feroz arrasou tudo por ali. Shiva enraiveceu-se com Agni e o amaldiçoou. Então Agni rezou ali pela expiação de seus pecados, o que deu ao lugar outro nome: 'Agni Tīrtha' (अग्नि तीर्थ) — o lugar sagrado para fazer a penitência de Agni, a divindade do fogo.[9]
História
Rishikesh faz parte da lendária 'Kedarkhand' (a divisão de Garhwal).[10] As lendas declaram que Rama penitenciou-se por ter matado Ravana, o rei asura de Lanka e Lakshmana, seu irmão mais novo, cruzou o Ganges num certo ponto, hoje conhecido como Lakshman Jhula (लक्ष्मण झूला), onde atualmente se localiza a ponte, fazendo uma travessia com cordame de juta.[11]
O sagrado Rio Ganges corre por Rishikesh. Aqui o rio deixa a serra de Shivalik nos Himalaias e se dirige às planícies do norte da Índia. Vários templos hindus, tanto antigos quanto recentes, situam-se às margens do Ganges em Rishikesh. Assim como ocorre com Haridwar, Rishikesh é considerada pelos hindus uma cidade sagrada, vegetariana por lei. Carne e álcool não são servidos na cidade.[12]
Apesar da poluição hídrica do Ganges, a água em Rishikesh está relativamente pouco afetada em função de o grande despejo de efluentes ocorrer rio abaixo, especialmente a partir do estado vizinho de Uttar Pradesh.[14]
Pelos dados do censo indiano de 2011, Rishikesh contava com 102 138 habitantes, sendo deles 54 466 homens e 47 672 mulheres. A taxa de alfabetização era de 86,86%, comparada à média nacional de 74,04%.[16]
Centro de Yoga
Rishikesh é às vezes apelidada de "Capital mundial da Yoga",[17] possui vários centros de yoga que atraem turistas. Acredita-se que a meditação em Rishikesh aproxima a pessoa de alcançar a moksha, assim como um mergulho nas águas sagradas do rio que corta a cidade.
Em fevereiro de 1968, os Beatles visitaram o ashram de Maharishi Mahesh Yogi em Rishikesh.[18]John Lennon gravou a "The Happy Rishikesh Song".[19] Os Beatles compuseram várias canções durante seu tempo no ashram de Maharishi, algumas das quais figuram no disco conhecido como Álbum Branco.[20] Vários outros artistas, dentre eles Mike Love, The Beach Boys e Donovan visitaram o lugar para contemplar e meditar.[21] O antigo palácio real do marajá de Tehri Garhwal, próximo a Narendranagar, abriga agora um retiro de yogues.[22]
Efeitos no ambiente espiritual
Tem sido relatado que grandes números de turistas em visita a Rishikesh têm consumido drogas e álcool e aparecendo parcialmente nus em praias, levando a reclamações de que o ambiente espiritual da água tem sido afetado.[23][24][25][26]
De acordo com muitos yogis e sadhushindus, as margens do rio têm importância espiritual e religiosa, por ser o lugar onde o Rio Ganges se forma através da confluência dos rios Bhagirathi e Alaknanda em Devprayag na região de Garhwal dos Himalaias. Santos e yogis têm meditado às margens do Ganges desde a Antiguidade. Mas como essas margens têm sido poluídas por garrafas de bebidas alcoólicas e pelas atividades e pelo comportamento obscenos nos acampamentos, tem sido pedida por eles a proibição de atividades como o rafting, entre outras.[25][27][28][29][30][31][32]
Galeria
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