Rio Congo, também conhecido como Rio Zaire,[1] é o segundo maior rio da África (após o rio Nilo) e o sétimo do mundo, com uma extensão total de 4 700 km.[1] É o primeiro da África e o segundo do mundo em volume de água,[2] chegando a debitar algo com um caudal de 67 000 m³/s de água no oceano Atlântico.[1]
História do Congo
O rio Congo ter-se-á formado há cerca 1,5 a 2 milhões de anos, durante o Pleistoceno.[3]
O primeiro europeu a chegar ao rio foi o navegador português Diogo Cão em 1483, que inclusive deu inicialmente seu nome ao Estuário do Congo. O rio recebe o seu nome do antigo Reino do Congo que se localizava nas terras em redor da sua foz.
Em termos de vida aquática, a bacia do rio Congo tem uma grande riqueza de espécies, e é onde estão as mais altas concentrações endêmicas conhecidas.[7] Até hoje, quase 700 espécies de peixes foram registrados na Bacia do Congo, e grandes partes permanecem praticamente intocáveis.[8] Devido a esta e as grandes diferenças ecológicas entre as regiões da bacia, é muitas vezes dividida em várias ecorregiões (em vez ser uma única ecorregião). Entre essas ecorregiões está a das Cataratas-Baixo Congo, que sozinha tem mais de 300 espécies de peixes, incluindo cerca de 80 espécies endêmicas,[9] enquanto a parte sudoeste (Sub-Bacia do Cassai) sozinha tem cerca de 200 espécies de peixes, dos quais cerca de um quarto são endêmicas. [10] As famílias de peixes dominantes em algumas partes do rio são:Cyprinidae (carpa/ciprinídeos, como Labeo simpsoni), Mormyridae (peixes-elefante), Alestidae (peixe-tigre-africano), Mochokidae (peixe-gato) e Cichlidae (ciclídeos).[11] Entre as espécies nativas do rio estão o peixe-tigre-golias.[9][12] Há também inúmeros sapos endêmicos e caracóis.[11][13]
Já o estuário do Congo, em conjunto com o delta do Congo, forma um emaranhado de canais, ilhas, ilhotas, mangues e bancos de sedimentos, locais de reprodução de aves, crustáceos e peixes, servindo como importante fonte de renda e alimentação para as populações que vivem em suas margens.[14]
Origina-se na realidade (curso mais extenso) no norte da Zâmbia (Rio Chambeshi), desaguando no Lago Bangweulu, seguindo para o norte com o nome de Luapula desagua no Lago Moero e deste segue com o nome de Luvua até se encontrar com o Rio Lualaba já no sul do território congolês, este por sua vez é considerado o curso formal, onde o volume de água já é bastante significativo, onde origina-se nas montanhas ao sul da região de Catanga. Mais ao norte recebe as águas do Lago Tanganica, guiadas pelo seu escape (Rio Lukuga). Forma ainda as famosas Cataratas de Livingstone (cerca de 32 cataratas). Os seus principais afluentes são: o rio Ubangui, pela margem direita, e o rio Cassai, pela margem esquerda. O seu regime depende das chuvas equatoriais e quase toda a sua bacia é coberta por impenetráveis florestas equatoriais.[1] É o único rio da Terra que atravessa duas vezes a linha do Equador.[2]
É o 2º rio do mundo em caudal (apenas ultrapassado pelo rio Amazonas), e é também o 2º em área da bacia hidrográfica (novamente a seguir ao Amazonas e apenas ligeiramente acima da do rio Mississippi).[2] É também o rio mais profundo do mundo, com 230 metros de profundidade no baixo Congo.
Banha duas capitais: Brazavile, na República do Congo e Quinxassa, na República Democrática do Congo.
Embora as Cataratas de Livingstone impeçam o acesso da porção mais densamente povoada do rio ao mar, quase todo o Congo é facilmente navegável, especialmente entre Quinxassa e Kisangani. O rio Congo ainda é um local com grande fluxo de comércio, já que o país tem poucas estradas e ferrovias.[16]
Além disso, o estuário do Congo é uma área geopolítica sensível, pois é riquíssima em hidrocarbonetos, graças a imensa deposição de sedimentos do Congo.[17]
Poder energético
O rio Congo é o rio com o maior poder energético da África. Durante a estação chuvosa o fluxo do rio é de 50 mil metros cúbicos (1 800 000 pés cúbicos) de água por segundo que desaguam no Oceano Atlântico. Cientistas calcularam que a Bacia do Congo é responsável por 13% do potencial hidrelétrico mundial, o que seria suficiente para fornecer energia para toda a África subsariana.[18] Atualmente existem cerca de 40 usinas hidrelétricas na Bacia do Congo. A maior hidroelétrica será o Complexo Hidroelétrico de Inga (composto por 7 centrais hidroelétricas), baseadas nas Cataratas de Inga, a cerca de 200 km (120 milhas) a sudoeste de Quinxassa.[18]
Em fevereiro de 2005, a Eskom (uma empresa estatal), anunciou uma proposta para aumentar a capacidade das duas centrais hidrelétricas de Inga que já estão em operação, além da construção de uma nova barragem. O projeto daria ao país 40 GW de potência instalada, o dobro da Hidrelétrica de Três Gargantas, na China.[19] Teme-se que estas novas barragens hidrelétricas possam levar à extinção de muitas das espécies de peixes endêmicos do rio.[9]
↑Kullander, S.O. (1998). A phylogeny and classification of the South American Cichlidae (Teleostei: Perciformes). pp. 461–498 in Malabarba, L., et al. (eds.), Phylogeny and Classification of Neotropical Fishes, Porto Alegre.
↑ERM. Projecto Angola LNG, Relatório para Divulgação do ESHIA, Sumário Executivo. 2006.
↑Jürgen Runge (2007). The Congo River, Central Africa in: Avijit Gupta (org.) Large Rivers: Geomorphology and Management. Chichester/West Sussex: Wiley. p. 309. 2063 páginas. ISBN978-0-470-84987-3
↑See, for instance, Thierry Michel's film Congo River
↑O'Callaghan, Sheila. A história do petróleo em Angola. in: O Grupo Sonangol - Escritório da Sonangol em Londres. Londres: Impact Media, [s/d].