Apresenta um regime de escoamento torrencial, com grande irregularidade sazonal e com variações acentuadas no caudal.[3] Este curso de água está sujeito a uma grande pressão antrópica graças à urbanização da sua bacia hidrográfica. É classificado pela Agência Portuguesa do Ambiente como tendo um histórico de má qualidade devido às descargas das águas pluviais de origem urbana e à descarga clandestina de águas residuais domésticas[4], para além de apresentar um perigo de cheias graças sobretudo ao seu estrangulamento em Manique. De acordo com o índice IBMWP (Iberian Biomonitoring Working Party), esta ribeira encontra-se «muito poluída».[5] Possui uma estação de monitorização da qualidade da água na Quinta das Camilas, em funcionamento desde 2001.[6]
A localidade de São Pedro do Estoril deveu o seu anterior nome a esta ribeira, que na sua conclusão se precipita em cascata para o mar[2], e é onde esta é atravessada, por uma ponte do século XVII, designada de interesse municipal.[7]
Fauna
A Ribeira de Caparide apresenta, apesar da sua alteração antropogénica, uma fauna de grande diversidade, especialmente a nível concelhio. Na ribeira dão-se três espécies exóticas, uma espécie migradora e três espécies nativas, com elevado estatuto de proteção. Por drenar as águas de invernia e cortar por zonas relativamente áridas, constitui um elemento importante na reprodução e sustentação das diversas espécies nela presentes, que passam pelos insetos, anfíbios, rãs, répteis, aves e alguns mamíferos como o ouriço-cacheiro (Erinaceus europeus).[8]
No concelho de Cascais, é o curso de água que apresenta a maior diversidade piscícola, com cinco espécies presentes. São a boga-portuguesa (Iberochondrostom a lusitanicum), o escalo-do-sul (Squalius pyrenaicus), a enguia (Anguilla anguilla), a gambúsia (Gambusia holbrooki), a perca-sol (Lepomis gibbosus) e a carpa (Cyprinus carpio).[9] Destas, a gambúsia é a mais predominante; a boga-portuguesa e o escalo-do-sul as menos. É a ribeira que apresenta a maior quantidade de espécies exóticas, com três espécies representantes de 96% da população, sendo desta maneira a que apresenta menos indivíduos de espécies nativas. Para além disto, a ribeira apresenta os maiores números de lagostins-de-água-doce (Procambarus clarkii) de todo o concelho, uma espécie invasora.[9]