As linhas de ação de RSF, explicitadas no site da entidade, são:
defender os jornalistas e colaboradores dos meios de comunicação aprisionados ou perseguidos por sua atividade profissional, e denunciar os maus-tratos e a tortura de que são vítimas em muitos países;
lutar para fazer recuar a censura e combater as leis que visam restringir a liberdade de imprensa;
conceder a cada ano quase trezentas bolsas de assistência, a fim de auxiliar jornalistas ou veículos de comunicação em dificuldade, bem como as famílias de repórteres presos.
agir para melhorar a segurança dos jornalistas, notadamente em zonas de conflito.[2]
Em 2005, a organização foi agraciada com o Prêmio Sakharov para a liberdade de espírito, conferido pelo Parlamento Europeu. Para o período de outubro de 2008 a janeiro de 2012, seu secretário-geral é Jean-François Julliard,[3][4] sucedendo a Robert Ménard, que dirigia a organização desde a sua fundação.
RSF publica a cada ano um relatório sobre o estado da liberdade de imprensa no mundo. Este documento, bastante mediatizado a cada aparição, baseia-se em diversos critérios para avaliar a liberdade de imprensa real em cada país, considerando desde ataques a jornalistas até a existência de leis que possam dificultar ou limitar essa liberdade.
Prêmios
Em 2005, a associação recebeu o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento atribuído pelo Parlamento Europeu.[5]
Críticas
Em 2007 houve questionamentos quanto às fontes de financiamento da organização e críticas às posições assumidas por seu secretário geral, Robert Ménard, sobre a prática de tortura.[6] A análise das contas da RSF, feita por repórteres independentes em 2005, e a alegada vinculação de Robert Ménard, à CIA,[7] bem como suas declarações de que o uso de tortura seria justificável, em alguns casos.[8]
A RSF recebeu críticas na década de 2000 por aceitar financiamento do National Endowment for Democracy (NED)[9] nos Estados Unidos e do Center for a Free Cuba. Na época, o secretário-geral Robert Ménard apontou que o financiamento do NED totalizava 0,92 por cento do orçamento da Repórteres sem Fronteiras e era utilizado em suporte de jornalistas africanos e suas famílias.[10] A RSF encerrou seu relacionamento com o Center for a Free Cuba em 2008.[11]
Robert Ménard, ex-presidente da Repórteres Sem Fronteiras, considera que as críticas de que é sujeito, assim como a Repórteres Sem Fronteiras, têm origem em particular no regime cubano e seus partidários políticos; considera que o regime castrista está “por trás de quase todos os que tentarem desqualificar a nossa ação”.[12] De forma mais geral, Robert Ménard considera que as críticas à RSF não são surpreendentes e são normais na medida em que a associação põe em causa Estados poderosos, que consequentemente respondem com campanhas de difamação, e comenta: “que esperar regimes que aprisionam, torturam, assassinam?".[12] Em 2020, vive uma crise ligada à sua proximidade com o governo francês, cujos projetos de lei são considerados por muitos jornalistas como obstáculos à liberdade de informar.[13]
Financiamento
O orçamento da RSF para 2018 totalizou € 6,1 milhões. Cinquenta por cento da receita da organização vem de subsídios públicos; 12 por cento de fundações; 24 por cento da publicação de livros de fotografia e 9 por cento de doações públicas. As fundações que apoiam o trabalho da RSF incluem Adessium Foundation, IEDDH (International Cooperation and Development da Comissão Europeia), Sida [1] (Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional) e Omidyar.
Repórteres sem Fronteiras — mas com partido. "Organização internacional já era vista com desconfiança, por omissão diante de golpes militares. Agora, seu fundador admite simpatia com candidata da extrema-direita francesa". Por Altamiro Borges. Outras Palavras, 4 de abril de 2011.
Vídeo
« Le journalisme en zone de conflit » Vídeo de uma conferência do secretário geral de Repórteres sem fronteiras, Robert Ménard, sobre jornalismo em zonas de conflito, em maio de 2005. (em francês)