República de Cuba de 1902 a 1959 refere-se ao período histórico em Cuba a partir de 1902, quando Cuba se separou do domínio estadunidense logo após a Guerra Hispano-Americana que retirou Cuba do domínio espanhol em 1898, até a Revolução Cubana de 1959. A independência cubana dos Estados Unidos foi garantida na Emenda Platt proposta ao Congresso dos Estados Unidos em 1901. [1] Foi oficialmente uma democracia representativa, ainda que por vezes tornou-se controlada por uma junta militar. A Revolução Cubana de 1959 alterou massivamente a sociedade cubana, criando um Estado socialista e encerrando o domínio econômico estadunidense em Cuba.
Cuba durante este tempo tem sido considerada como um Estado cliente dos Estados Unidos. [2] Em 1934, Cuba e os Estados Unidos assinaram o Tratado de Relações no qual Cuba foi obrigada a dar tratamento preferencial de sua economia para os Estados Unidos, em troca os Estados Unidos dariam a Cuba uma quota garantida de 22 por cento do mercado do açúcar estadunidense, que mais tarde seria alterado para 49 por cento em 1949. [3]
Governos independentes iniciais
Após a Guerra Hispano-Americana, a Espanha e os Estados Unidos assinaram o Tratado de Paris (1898), pelo qual a Espanha cedeu Puerto Rico, Filipinas e Guam para os Estados Unidos pela soma de $20 milhões. [4] Cuba obteve independência formal dos Estados Unidos em 20 de maio de 1902, como República de Cuba. [5] Sob a nova constituição cubana, os estadunidenses mantiveram o direito de intervir nos assuntos cubanos e de supervisionar as suas finanças e as relações exteriores. Sob a Emenda Platt, os Estados Unidos arrendaram a base naval da Baía de Guantánamo de Cuba.
Após as eleições disputadas em 1906, o primeiro presidente, Tomás Estrada Palma, enfrentou uma revolta armada por veteranos da guerra pela independência que derrotaram as forças escassas do governo. [6] Os Estados Unidos intervieram ocupando Cuba e nomeando Charles Edward Magoon como governador por três anos. Historiadores cubanos têm atribuído ao governo de Magoon como tendo introduzido a corrupção política e social. [7] Em 1908, o autogoverno foi restaurado quando José Miguel Gómez foi eleito presidente, porém os Estados Unidos continuariam intervindo nos assuntos cubanos. Em 1912, o Partido Independiente de Colortentou estabelecer uma república negra separada na Província Oriente,[8] mas foi suprimida pelo general Monteagudo com banho de sangue considerável.
Em 1924, Gerardo Machado foi eleito presidente. Durante sua gestão, o turismo aumentou significativamente e hotéis e restaurantes de propriedade estadunidense foram construídos para acomodar o afluxo de turistas. O crescimento turístico levou a aumentos em jogos de azar e prostituição. [9] O Crash de Wall Street de 1929 conduziria à queda abrupta do preço do açúcar, a distúrbios políticos e repressão. [10] Manifestantes estudantis, conhecidos como a Geração de 1930, se voltaram à violência em oposição ao cada vez mais impopular Gerardo Machado. [10] Uma greve geral (na qual o Partido Comunista se alinhou com Machado), [11] revoltas entre os trabalhadores açucareiros, e uma revolta do exército forçariam Machado a se exilar em agosto de 1933. Foi substituído por Carlos Manuel de Céspedes y Quesada. [10]
Revolução de 1933
Em setembro de 1933, a Revolta dos Sargentos, liderada pelo sargento Fulgencio Batista, derrubou Cespedes. [12] O general Alberto Herrera atuou brevemente como presidente (12-13 de agosto), seguido de Carlos Manuel de Céspedes y Quesada de 13 de agosto até 5 de setembro de 1933. Um comitê executivo de cinco membros (a Pentarquia de 1933) foi escolhido para chefiar um governo provisório. [13] Eles seriam expulsos por uma organização liderada por estudantes, o Diretório Estudantil, e Ramón Grau San Martín foi então nomeado como presidente provisório. [13] Grau renunciou em 1934, após o qual Batista dominaria a política cubana pelos próximos 25 anos, num primeiro momento através de uma série de presidentes fantoches. [12] O período de 1933 a 1937 foi um período de "guerra social e política praticamente incessante".[14]
Constituição de 1940
Uma nova Constituição foi adotada em 1940, a qual projetava ideias progressistas radicais, incluindo o direito ao trabalho e cuidados de saúde.[15] Batista foi eleito presidente no mesmo ano, exercendo o cargo até 1944.[16] Ele é, até o momento, o único cubano não branco a obter o mais alto cargo político do país. [17][18][19] Seu governo realizou importantes reformas sociais. Vários membros do Partido Comunista ocupariam cargos sob sua administração. [20] As forças armadas cubanas não estiveram muito envolvidas em combates durante a Segunda Guerra Mundial, embora o presidente Batista sugerisse um ataque conjunto estadunidense-latino americano a Espanha Franquista a fim de derrubar o seu regime autoritário.[21]
Batista aderiu as restrições da Constituição de 1940 que impediam a sua reeleição. [22]Ramón Grau San Martin seria o vencedor da próxima eleição em 1944. [16] Grau corroeu ainda mais a base da legitimidade do então oscilante sistema político cubano, em particular, minando os profundamente falhos, embora não inteiramente ineficazes, Congresso e Suprema Corte. [23]Carlos Prío Socarrás, um protegido de Grau, tornou-se presidente em 1948. [16] Nos dois mandatos do Partido Auténtico observou-se um influxo de investimento que propiciou um crescimento e elevou o padrão de vida para todos os segmentos da sociedade e criou uma classe média próspera na maioria das áreas urbanas. [carece de fontes?]
Golpe de Batista
Depois de concorrer sem sucesso a presidência em 1952, Batista organizou um golpe de Estado. [24] Ele proibiria o Partido Comunista de Cuba em 1952. [25] Cuba tinha os índices de consumo per capita mais elevados da América Latina de carne, legumes, cereais, automóveis, telefones e rádios, embora cerca de um terço da população era considerada pobre e desfrutasse relativamente pouco desse consumo. [26]
Em 1958, Cuba era um país relativamente bem avançado para os padrões latino-americanos, e em alguns casos para os padrões mundiais. [27] Por outro lado, era afetada talvez pelos maiores privilégios sindicais da América Latina, incluindo a proibição de demissões e mecanização. Isto, era obtido em grande medida "à custa dos desempregados e dos camponeses" levando a disparidades. [28] Entre 1933 e 1958, Cuba estendeu enormemente as regulamentações econômicas, causando problemas econômicos. [17][29] O desemprego tornou-se um problema, visto que os graduados que entravam no mercado de trabalho não conseguiam encontrar empregos. [17] A classe média, que era comparável à dos Estados Unidos, tornou-se cada vez mais insatisfeita com o desemprego e a perseguição política. Os sindicatos apoiaram Batista até o fim. [17][18] Batista permaneceu no poder até ser forçado ao exílio em dezembro de 1958. [24]
Referências
↑Pérez, Louis A. (1991). Cuba Under the Platt Amendment, 1902–1934. Pittsburgh, PA: Pittsburgh University Press. 54 páginas
↑Pérez, Louis A. (1991). Cuba Under the Platt Amendment, 1902–1934. Pittsburgh, PA: Pittsburgh University Press. p. xvi
↑Miller, John; Kenedi, Aaron (2003). Inside Cuba: The History, Culture, and Politics of an Outlaw Nation. New York: Marlowe & Company. pp. 35–36